O título dessa reportagem é um dos muitos apelidos que foram dados para Poços de Caldas – e, como os outros, não pegou. Afinal, ela não é uma cidade de uma frase só. O poeta modernista Menotti Del Picchia, em uma de suas visitas, disse que “é um pedaço do paraíso caído entre montanhas”. Sua excelente estrutura turística, aliada à hospitalidade mineira, faz com que o visitante se sinta muito à vontade.

 

 

HISTÓRIA

Tudo começou em meados do século XVII, quando um grupo de caçadores e pescadores descobriu no local estranhas fontes de águas mornas, com gosto acentuado. Tinham, na ocasião, um cão de caça ferido, quase morrendo. Deixaram-no ao lado de uma das fontes, para que bebesse um pouco d’água e ao menos não morresse de sede. Para a surpresa de todos, voltaram alguns dias depois ao local e encontraram o cão bem melhor. Trataram-no com essa água até se recuperar totalmente. A notícia de que existiam fontes milagrosas começou a se espalhar. Como ainda não havia antibióticos, elas eram a única cura para várias doenças.

Logo a cidade começou a receber visitantes ilustres. Os primeiros foram dom Pedro II, dona Tereza Cristina e comitiva – que inauguraram um ramal ferroviário da Companhia Mogyana, em 1886. Depois, Poços de Caldas virou um centro de cassinos – chegou a ter 15 – e várias celebridades circulavam pelos salões da cidade. Os mais assíduos eram Getúlio Vargas, Santos Dumont, Carmen Miranda, Rui Barbosa, Silvio Caldas, Olavo Bilac, Menotti Del Picchia e Juscelino Kubitschek, entre outros. Com o fechamento dos cassinos, em 1946, o número de visitantes diminuiu – mas logo outro tipo de turista passou a procurar a cidade. Até 1960, passar a lua de mel em Poços de Caldas era o sonho de qualquer casal brasileiro. O clima da cidade é muito bom e peculiar: a temperatura sempre cai no fim da tarde, mesmo durante o verão. A melhor época para visitá-la é entre abril e setembro, com as tardes muito limpas, pouca chuva e temperatura média de 15 graus. Hoje, com a excelente infraestrutura de hotéis, restaurantes, lojas, parques, shopping, bares e cafés, turistas de todas as idades são bem recebidos.

ATRAÇÕES

A variedade de hotéis em Poços de Caldas é enorme. Fizemos nossa reserva pelo site Clube de Hotéis, escolhendo o Hotel Nacional Inn – mas há opções para todos os gostos e bolsos. Aproveite o primeiro dia de estadia para fazer um roteiro a pé. Saindo do hotel, comece pelo Mercado Municipal, onde as bancas vendem de queijos a artesanato. Seguindo em direção ao centro, visite os jardins da Praça Pedro Sanches, as Thermas Antonio Carlos, construídas em 1931, o Palace Hotel e o Cassino Palace. Mais adiante, perto do teleférico, não deixe de ver a praça das charretes, o casarão Vila Junqueira – onde funciona um museu –, o Cassino da Urca, o relógio floral e o xadrez gigante. Compras também podem ser feitas a pé, no centro e imediações. É grande a variedade de cristais, malhas, doces e artesanatos. Na encosta da cidade, veja a Fonte dos Amores, onde há uma linda escultura em mármore esculpida pelo artista italiano Giulio Strace.

Se sobrar tempo e disposição, descanse da caminhada com a subida no teleférico até o Cristo. O visual é maravilhoso. Outras atrações são a Cascata das Antas, a Pedra Balão, o Recanto Japonês e a Represa Bortolan – que podem ser acessadas em charretes alugadas. Um passeio interessante para toda a família é o Parque Temático Walter World. São mais de 20 atrações, com diversão garantida para o dia todo.