01/03/2012 - 0:00
No próximo dia 18 de março, o circuito de Melbourne, na Austrália, abre a temporada 2012 da F- 1 com novidades dentro e fora das pistas. As equipes têm um objetivo comum: frear a austríaca Red Bull e seu garoto-prodígio, o alemão Sebastian Vettel, atual bicampeão da categoria. Já a Federação Internacional de Automobilismo (FIA), presidida pelo francês Jean Todt, tratou de promover alterações no regulamento para tentar aumentar a competitividade e proporcionar maior segurança à categoria. Todos os carros, antes da pré-temporada, passaram por testes de colisão e as equipes terão direito a uma sessão extra de testes.
A primeira grande mudança foi a responsável pela nova frente quadrada dos monopostos de 2012, já chamados de “cara de ornitorrinco”. O regulamento exigiu que o bico do carro casse mais próximo do chão, mas manteve a mesma altura do cockpit. O jeito encontrado pelas equipes para atender à regra sem comprometer muito a aerodinâmica foi criar uma espécie de degrau, que deu essa aparência estranha a praticamente todos os modelos. Outra alteração nos carros está relacionada ao uso do escape. Os tubos não podem mais car direcionados para o difusor, auxiliando na obtenção de um maior downforce, para melhorar a aderência. Qualquer auxílio desse tipo para o ganho de pressão aerodinâmica está proibido.
Felipe Massa e Fernando Alonso foram mantidos na Ferrari, apesar dos resultados ruins de 2011. Espera-se que o novo carro resolva a situação
Em 2011, os engenherios da Red Bull haviam, inclusive, desenvolvido um sistema bem interessante que foi copiado por outras equipes. Mesmo quando o piloto tirava o pé do acelerador, o motor continuava recebendo injeção de combustível. Como não havia combustão, essa gasolina corria para o escape, onde explodia e gerava mais gases quentes para auxiliar na pressão para baixo. Ou seja, mesmo nas curvas, o carro continuava colado no chão. Isso não pode mais.
Bruno Senna (à esq.) apresentou o carro da Williams, ao lado do colega Pastor Maldonado. O brasileiro, assim como a própria equipe, terão que se superar em 2012
Em relação aos pneus, a Pirelli, fornecedora o cial da categoria, anunciou que os carros ganharão alguns segundos com seus novos modelos. Até o ano passado, a diferença de performance entre o composto macio e o duro variava de 1,2 a 1,8 segundo por volta. De acordo com a marca italiana, essa diferença tende a cair para 0,8 segundo este ano. Esse ganho deve permitir que as equipes trabalhem variações de estratégias durante a prova, já que, segundo o regulamento, cada piloto deve utilizar um jogo de pneu macio e um composto duro por corrida. Diferentemente de 2011, quando cada equipe tinha direito de utilizar apenas três jogos de pneus durante os treinos livres, essa decisão passa a ser do time. Cada piloto pode usar quantos jogos precisar. Ou seja, acabou o problema da economia de pneus durante o m de semana.
O bicampeão Vettel (acima), é um dos favorito na pista. Nunca houve tantos campeões disputando uma mesma temporada
Para 2012, os pneus da F-1 terão as seguintes con gurações: listras na cor vermelha para os compostos supermacios; amarelas para os compostos macios; brancas para os compostos médios; prateadas para os compostos duros; verdes para os compostos intermediários de chuva e azuis para os compostos de chuva.
As regras durante a prova também mudaram um pouco. O piloto que sair da linha de corrida para defender sua posição só poderá voltar para fazer a curva e precisará guardar uma distância regulamentada do adversário. Além disso, os retardatários que estiverem atrás do Safety Car poderão ultrapassá-lo, voltando ao m do pelotão. Dessa forma, os carros mais lentos não atrapalham os líderes na relargada. E a corrida agora pode durar, no máximo, quatro horas. Ou seja, se a chuva paralisar a prova, a direção encerra o GP quando o tempo estipulado no regulamento for atingido.
Serão 20 etapas com início em Melbourne (Austrália) e encerramento em São Paulo. A novidade será a volta do GP dos EUA. A prova não será em Indianápolis, mas no Circuito das Américas, em Austin.
21 ANOS SEM TÍTULO
Desde 1991, um brasileiro não ganha um título de F-1. A última vez foi quando Ayrton Senna superou Nigel Mansell no circuito de Suzuka e conquistou seu terceiro e último campeonato mundial. Até os anos 70, o Brasil não teve conquistas na categoria. Foram 22 anos (de 1950 a 1972) até que Emerson Fittipaldi conseguisse alcançar o tão sonhado título com sua Lotus preta. Em 1974, já no cockpit da McLaren, Fittipaldi se consagrou bicampeão, superando o suíço Clay Regazzoni na última etapa. Passados sete anos, o Brasil conquistou mais um título, desta vez, com outro brilhante piloto, Nelson Piquet (1981) que, por sinal, levantou o caneco por mais duas vezes, em 1983 e 1987. Mais tarde, Ayrton Senna, em seu primeiro ano na McLaren, deixou Alain Prost para trás e faturou o título de 1988, feito repetido em 1990 e 1991. Depois desses gênios, apenas Rubens Barrichello e Felipe Massa chegaram mais próximo da vitória. Rubinho foi vice em 2002 e 2004 e Massa viu o título escapar em 2008, superado pelo inglês Lewis Hamilton por um ponto de diferença. Este ano, ele e Bruno Senna são as esperanças do País!
AS EQUIPES E OS PILOTOS DESTA TEMPORADA
1 Red Bull
A equipe austríaca ostenta um bicampeonato de pilotos e construtores (nos anos de 2010 e 2011). Para este ano, a escuderia decidiu manter seus dois pilotos, o australiano Mark Webber e o alemão Sebastian Vettel, bicampeão
2 Lotus/Renault
A direção apostou suas chas em uma nova dupla de pilotos: o nlandês Kimi Raikkonen, que, após se retirar da F-1 em 2009, vinha competindo no Mundial de Rally (WRC), e o francês Romain Grosjean, que participou da temporada 2009 e é o atual campeão da GP2.
3 Force India
Sexta no mundial de construtores em 2011, manteve o potente motor Mercedes e o rápido piloto britânico, Paul di Resta. O alemão Adrian Sutil foi substituído pelo compatriota Nico Hülkenberg, que teve rápida passagem pela Williams em 2010, com pole no GP do Brasil.
1 Ferrari
Desde a saída de Ross Brawn e Jean Todt, a escuderia não conseguiu deslanchar como nos anos 2000. A dupla de pilotos foi mantida com o espanhol Fernando Alonso e o brasileiro Felipe Massa .O time espera que o modelo F2012 esteja em pé de igualdade com Red Bull e Mclaren.
2 Williams/Renault
Depois da má temporada de 2011, a equipe trocou os motores da Cosworth pelos da Renault e contratou o brasileiro Bruno Senna que estará ao lado do venezuelano Pastor Maldonado.
3 Hispania
Desde a sua entrada na F-1 (em 2010), a equipe não conseguiu marcar nenhum ponto. Dizem os pilotos que passaram por lá, dizem que seu carro nem parece com um F-1. Seus pilotos são o espanhol Pedro de La Rosa e o indiano Narain Karthikeyan.
1 McLaren/Mercedes
A inglesa McLaren decidiu pela manutenção da sua dupla de pilotos. Ou seja, o inglês Lewis Hamilton e seu compatriota Jenson Button terão a missão de impedir a terceira conquista de Vettel. A equipe foi a única a não optar pela solução do degrau no bico frontal.
2 Sauber F1 Team
A suíça terá o desa o em 2012: seguir no processo de crescimento. Por isso, Peter Sauber, dono da equipe, não mexeu no time. Em 2012, os pilotos serão o japonês Kamui Kobayashi e o mexicano Sérgio Perez.
3 Caterham
Assim como a Williams, a Caterham usará motores Renault. Os pilotos são os mesmos do ano passado: o italiano Jarno Trulli e o nlandês Heikki Kovalainen. Seu novo CT-01, apresentado na pré-temporada, não terá muitas chances de conquistar boas colocações em 2012.
1 Mercedes/Petronas
A Mercedes, equipe o cial da marca, ainda não conseguiu embalar. Mas Michael Schumacher e Nico Rosberg devem, este ano, conseguir melhores resultados. Até o fechamento desta edição, ainda não havia apresentado seu carro para 2012.
2 Toro Rosso
A equipe satélite da Red Bull tem mudanças para 2012: saem o suíço Sébastien Buemi e o espanhol Jaime Alguersuari, para a entrada do australiano Daniel Ricciardo e do francês Jean-Éric Vergne, ambos ex-pilotos de testes da equipe.
3 Marussia
A equipe russa Marussia, ou antiga Virgin, abre 2012 como incógnita. Ninguém sabe ao certo o que esperar dos seus carros e pilotos. O alemão Timo Glock se manteve ao lado do francês Charles Pic, da GP2.