25/11/2023 - 8:55
Os carros elétricos importados até há pouco para o Brasil traziam como referência de autonomia, na sua maioria, os dados do ciclo WLTP, padrão europeu considerado muito otimista, por assim dizer: mostravam números, como já comprovamos em testes por aqui, bem difíceis de serem alcançados em situações reais. Por isso, o PBEV, aferido pelo Inmetro, passou a usar uma nova norma própria, para ser mais realista.
Muitos, porém, reclamam por este novo método ser o oposto: pessimista demais, mostraria a autonomia mínima, no pior cenário possível. Para tirar a dúvida, nada como um teste em situação real. Já fizemos alguns aqui, em nossas avaliações práticas, e nos aproximamos dos dados do Inmetro que do WLTP.
Mas os cenários variam muito a casa teste realizado, então vamos conferir o que diz uma aferição que mistura prática e rigor científico: o EcoBest Challenge é um prêmio do qual nossa parceira italiana Quattroruote faz parte – e, nesta edição, sua pista serviu inclusive de sede para os testes.
A publicação equipou os carros com instrumentos necessários para “pesar” cada watt-hora dos carros que participaram da comparação. As regras foram bem simples: selecionaram os elétricos mais baratos entre os com pelo menos 300 quilômetros de autonomia/alcance, dos quais selecionamos sete que já estão, ou chegam em breve, ao Brasil.
Os carros podem ser diferentes, mas as regras do teste são idênticas para todos: ar-condicionado ligado e ajustado para 22 graus no modo automático, multimídia ligado e estilo de direção de pai de família: sem uso imprudente do acelerador nem estratégias de redução de consumo, simplesmente uma direção pacata e normal.
Usamos em todos eles o modo de condução Normal, com frenagem regenerativa mais forte, quando disponível, acionada apenas no trânsito urbano. Especificamente, o de Milão, Itália: como se vê no mapa, os 156 quilômetros do percurso foram pensados para oferecer variedade e equilíbrio de situações.
Não só autonomia
Nos infográficos, você verá os resultados do teste, começando pelos relativos à autonomia. Mas não olhe apenas pra ele, pois o valor técnico de um elétrico não passa apenas pelos quilômetros que consegue rodar com uma recarga. A eficiência não é menos importante, ou seja, quantos quilômetros você percorre com cada quilowatt-hora. Outro elemento que não se pode perder de vista é a rapidez do carregamento, que, no plano geral de uma viagem, pode ser mais importante do que a autonomia. Prefere percorrer mais trinta ou quarenta quilómetros com uma recarga ou demorar metade do tempo na hora de carregar a bateria? As respostas estão a seguir, num guia que mostra quais são as pequenas regras e diferenças que encontrará no seu primeiro carro elétrico.