29/09/2015 - 12:51
Se você é um desses que acreditam que a Volkswagen é a única grande fabricante de carros mundiais que estava burlando as leis de emissões de poluentes, esqueça: a marca alemã é uma entre varias outras marcas que se utilizam desse artifício para continuar vendendo seus produtos e atendendo a exigências das leis de emissões de cada um dos países onde os carros são vendidos.
Como posso afirmar isso? Não é preciso ser um expert no assunto e basta ter um pouco de bom senso. A tecnologia empregada nos motores atuais é praticamente dominada por todos. Pois bem, se a Volkswagen produz atualmente motores semelhantes ao de seus concorrentes, sabemos que seus técnicos não seriam incapazes de fazer cumprir as leis de emissões exigidas mundialmente enquanto seus concorrentes de mercado estão fazendo motores semelhantes, conseguindo atender a essas mesmas leis. Ou todos conseguem ou nenhum consegue. Acredito que essa ultima hipótese seja mais plausível. Ou seja, todos tem lá seus artifícios eletrônicos de burlar essas mesmas leis.
A marca alemã foi a primeira a ser flagrada em pleno pulo do gato. Agora é uma questão de tempo para que os órgãos governamentais achem a ponta do novelo e iniciem esse desembaraço que vai trazer muita marca importante junto.
E olha que esse artifício utilizado pela Volkswagen não se restringe apenas ao mercado norte-americano, mas se estende a todo mercado europeu e provavelmente ao mercado mundial. Certamente um resultado desastroso do ponto de vista econômico para toda indústria automobilística. Um prejuízo de bilhões e bilhões de dólares. E alguém vai ter que pagar essa conta.
Devemos considerar também o desgaste na credibilidade. Você mesmo, consumidor, deve estar pensando se em algum momento não te passaram para trás quando você comprou um carro novo, seja ele qual for. Esse prejuízo é pior do que aquele dos bilhões porque exige que a indústria invista muito na mídia para reconquistar o consumidor desconfiado que ela mesma, indústria automobilística, criou.
Você fica pensando: será que aquele bom resultado do crash-test obtido por meu carro é verdadeiro? Ou ainda: será que os bons resultados de freios e estabilidade do meu carro divulgado pelo fabricante são confiáveis? E podemos estender ainda as duvidas de “se a inigualável tecnologia de motor e cambio de meu carro são realmente de ponta?” Como vimos os questionamentos quanto à confiabilidade do que afirma a indústria é infinita e só a confiança nos fabricantes pode dissolver essas duvidas.
O fato é que a indústria vai ter que remar muito para conquistar novamente a confiança dos consumidores em todo mundo. E isso vai custar caro, muito caro. Um erro lastimável de toda a indústria e que poderia ser evitado se os técnicos legisladores de todos os órgãos governamentais de todos os cantos do mundo fossem absolutamente claros quando editam uma lei de emissão de poluentes.
A medição deveria ser feita bem próxima à utilização media do consumidor e não em uma utilização hipotética que não chega sequer perto daquilo que o consumidor faz no seu dia-a-dia. Ao invés de ficar buscando o que manda a lei, os fabricantes de veículos estariam preocupados em fazer carros que poluíssem menos o meio ambiente. Fácil assim.