Era para ser um Gol. A quarta geração do hatch que foi líder absoluto de vendas no mercado brasileiro por 27 anos consecutivos chegaria com toda a força para retomar o topo do pódio. Totalmente reformulado, um tanto maior e bem mais refinado que o atual Gol de terceira geração (a marca chama de G6, considerando seus facelifts), esse novo modelo teria tudo para retomar a liderança do mercado.

Então esse “super-Gol” começou a ser desenvolvido a partir da plataforma do novo Polo Europeu, variação A0 da famosa MQB – uma base construtiva modular altamente flexível, que permite fazer de Polo a Passat. Entretanto, desenvolver um carro popular com arquitetura refinada traz dificuldades. Alguns custos são mais altos, é preciso fornecedores… e para piorar, o dólar subiu. A conta não fechou.

Então, garantem nossas fontes, a marca mudou radicalmente seus planos. Já que esse Gol, que seria quase igual ao Polo Europeu, ficou muito caro para ser um Gol, por que não vendê-lo como Polo mesmo? Afinal, o hatch sempre teve boa imagem no Brasil e só saiu de cena pouco depois que a marca reposicionou o Fox como “premium”, deixando ao Polo (desatualizado) a sina de definhar até parar de ser fabricado, em 2014.

Agora, ocorrerá o inverso: aposentando lentamente o Fox (leia abaixo), o Polo – que, segundo nossa fonte, aqui se chamará Polo G – vem para retomar o seu lugar. Posicionado entre Gol e Golf, o Polo G ficará na faixa entre R$ 60.000 e R$ 90.000, com fabricação no Brasil ainda no último trimestre deste ano, pouco depois de ser apresentado pela primeira vez em sua configuração europeia.

Nosso Polo terá o 3 cilindros 1.0 (75/82 cv nas versões de entrada (transmissão manual de cinco marchas) e o 1.6 MSI (110/120 cv) nas intermediárias (manual ou automático, seis velocidades). Já o divertido 1.0 TSI do Golf (turbo e injeção direta, 116/125 cv) estará nas versões de topo (câmbio manual ou automático). Além de trocar a caixa DSG de dupla embreagem pela automática Tiptronic, outra diferença em relação ao Polo europeu está na suspensão traseira: em vez da multilink, terá eixo de torção (atualização: o Polo europeu acabou sendo apresentado também com eixo de torção traseiro; talvez a versão GTI ganhe multi-link) Como foi feito no Golf.

No design, como mostra nossa ilustração, nada revolucionário: esse novo Polo será claramente um Volks, com linhas bem retas, vincos marcados e a janelinha de Polo atrás da coluna C. O entre-eixos na faixa de 2,56 m garantirá bom espaço interno. Já as listas de equipamentos das versões mais caras serão bastante sofisticadas, incluindo itens como ar-condicionado digital bizone e centrais multimídia high-tech.

O INÉDITO SEDÃ VIRTUS

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O modelo terá também uma versão sedã, flagrada pelos site Motor1 Brasil. Em vez de insistir em brigar com Corolla e Civic na faixa de R$ 100.000, onde o Jetta tem sofrido, vai disputar a faixa de R$ 65.000 e R$ 95.000 – com Honda City, Chevrolet Cobalt e cia. Com as mesmas opções mecânicas do hatch, o modelo inicialmente seria a nova geração do Voyage. A mudança de planos fez a marca pensar em chamá-lo de Polo Sedan (como antes) ou até mesmo em ressuscitar aqui o nome Santana, que tem bastante peso e história – mas é usado hoje na China em um modelo distinto.

No fim, para diferenciar muito bem o sedã do hatch, acabou decidindo por um nome inédito: nossa fonte revela que se chamará Virtus (NOTA DO EDITOR: a informação foi confirmada no Salão de Genebra). Com cerca de 2,56 m de distância entre-eixos, o Virtus terá um porte que fica exatamente entre o do Voyage e o do Jetta (são 2,467 m no primeiro e 2,651 no segundo). Já o comprimento deve beirar 4,45 m (também na média entre Voyage e Jetta, e exatamente o mesmo tamanho do City). A produção nacional e as vendas em nosso mercado devem se iniciar um ou dois meses depois das do Polo hatch – entre o final desse ano e o começo do ano que vem.


Aposentadoria merecida

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Projeto ambicioso, o Fox foi desenvolvido no Brasil para ser um carro popular global da Volks. Começou a ser vendido ainda em 2003 e foi à Europa em 2005. Apesar de espaçoso, tinha interior simples, que não agradou aos europeus. Com vendas fracas, deixou de ser oferecido lá em 2011 e, posteriormente, foi substituído pelo Up.

Para “salvar” o investimento, a Volks lhe deu um belo banho de loja, principalmente no interior, e elevou as versões 1.6 a premium, posicionando-as entre Gol e Golf – o que acabou matando o Polo. Agora, diante da nova realidade e após outro facelift, não compensa fazer uma nova geração. O Fox terá sua aposentadoria, deixando lugar para o Polo. Mas ela não o será súbita: enquanto houver interessados, segue à venda… só tem que “morrer” quando chegar o novo Gol novo.


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