A paixão do brasileiro pelos esportivos não é de hoje. Desde os primórdios de nossa indústria automobilística, sempre houve lugar para os verdadeiros esportivos. Não estou falando daqueles caríssimos, possíveis apenas para poucos endinheirados, mas me refiro àqueles esportivos derivados dos modelos normais de produção que, graças às alterações  feitas no motor, câmbio, suspensões, freios e direção e somadas às modificações no design, transformam  pacatos familiares  em verdadeiros bólidos com desempenho empolgante e aparência jovial.

A vantagem desses esportivos? Normalmente um preço acessível à grande maioria dos consumidores comuns, que podem curtir um desempenho e uma aparência diferenciados com um preço que cabem no seu bolso.

Lembrando do que já tivemos no mercado brasileiro, poderia citar dezenas de carros que marcaram o mercado nacional pelas suas versões esportivas. Mas de um tempo para cá virou moda carros normais de produção apenas fantasiados de esportivos: painéis com instrumentos com números coloridos, bancos com costura na cor vermelha e couro no volante e na alavanca de câmbio, faróis de milha, rodas com desenhos diferentes, algumas faixas e detalhes de pinturas aqui e acolá. É dessa forma que nossa indústria vinha tratando dos esportivos.

Na mecânica? Nadinha. Esses pseudoesportivos tinham desempenho semelhante ou até pior que seus irmãos mais pobres normais de série, porque são mais pesados. O motivo? O custo desse carro é baixíssimo, porque não se gasta nenhum tostão com engenharia para o desenvolvimento deles, tudo vem do carro normal de série. Para as fábricas, um excelente negócio: tentam conquistar o consumidor utilizando um carro normal de série fantasiado de esportivo. O consumidor menos avisado cai.

Agora vem a Renault utilizando uma velha forma que nossa indústria já utilizava por aqui desde os anos 1970: pegou o Sandero, colocou nele um motor 2.0 16V, câmbio com relações de marchas adequadas, suspensões e amortecedores recalibrados, freios mais potentes e design adequado a um esportivo e estava pronto o Sandero R.S. que o consumidor esperava, com desempenho diferenciado, estilo adequado à proposta do veículo e, principalmente, um preço que cabe no bolso do brasileiro. Parabéns aos franceses da Renault Sport pela iniciativa em produzirem um carro que todos esperávamos. A expectativa é que a iniciativa tenha seguidores de outras marcas. Torcemos por isso.