O Chery A1 (Face no Brasil) tem uma proposta semelhante à do Fit, mas é 20 cm menor que o modelo da Honda. Chega este mês e, por R$ 29.900, oferece airbag duplo, freios ABS, arcondicionado e motor 1.3 de 84 cv

Os chineses Effa M100 e Chery Tiggo já circulam pelas nossas ruas. Suas vendas vêm crescendo – o SUV da Chery emplacou 248 unidades em dezembro – e ainda este ano teremos novidades da China: além dos novos modelos da Chery, uma nova montadora, a JAC, quer marcar presença no Salão de São Paulo. E os chineses ainda preparam o primeiro elétrico popular brasileiro já para o segundo semestre deste ano (leia box).

Hoje, critica-se muito a qualidade construtiva e de acabamento destes modelos, e com razão. Mas basta olhar para o passado para ver que os japoneses já sofreram os mesmos problemas e as mesmas críticas – mas viraram o jogo e hoje oferecem mais qualidade do que muitos americanos, seus principais críticos. Os coreanos tiveram história parecida. Agora é a vez dos chineses darem seu salto de qualidade.

Se o Tiggo veio para brigar com o EcoSport, a minivan Face (na China, chama-se A1), chega para brigar com hatches e minivans. Com 3,70 metros de comprimento, é 20 cm mais curta que um Fit. Mas a grande aposta da Chery tem outros atrativos que não o tamanho: preço e design. Por R$ 29.900, vem com um pacote de segurança inédito para um carro deste valor, com airbag duplo e freios ABS com EBD, além de ar-condicionado e outros itens de conforto. O design é justamente onde o “salto de qualidade” chinês começa – e brasileiro gosta de carro bonito. O motor é um 1.3 16V com duplo comando no cabeçote e 84 cv de potência máxima. Nada mal.

Em abril, chega o Cielo, um médio que será vendido por R$ 42.900 tanto na versão hatch quanto na três volumes, com motor 1.6 16V de 119 cv. Em maio, é a vez do pequeno QQ (do tamanho de um Fiat 500), com motor 1.1 16V de 68 cv. O QQ vai brigar pelo título de mais barato do Brasil, por R$ 21.900, também com uma lista completa de equipamentos.

A JAC, concorrente da Chery na China, fundada em 1999, não quer ficar para trás e também chega ao Brasil, sob o comando de Sérgio Habib, ex-presidente da Citroën do Brasil. O primeiro lote de veículos já embarcou na China e chega para homologação no fim de março. Se tudo der certo, a JAC terá um estande no Salão do Automóvel, em outubro, e iniciará as vendas dos modelos no mesmo mês.

O belo sedã J5 será concorrente de modelos como Civic e Corolla. O motor é japonês, um Mitsubishi 1.8 DOHC de 143 cv de potência

Primeiro, chegam dois sedãs e um hatch. O J5 aparece para enfrentar Civic e Corolla com belo design, porte de Vectra (4,60 m de comprimento) e motor Mitsubishi 1.8 16V com duplo comando no cabeçote e 143 cv a 6.500 rpm, uma das maiores potências do segmento (a maior para um motor 1.8, perde para poucos 2.0). O segundo sedã é o compacto J3, com design Pininfarina e 4,16 metros de comprimento (fica entre Siena e Fiesta Sedan). Seu motor, também Mitsubishi, é um 1.3 16V de 88 cv, com promessa de consumo próximo dos 20 km/l. Ambos têm como destaque suspensão traseira independente com braço duplo (entre os médios brasileiros, poucos têm essa construção, e entre os compactos, nenhum). O J3 chegará também na versão Sport, com a carroceria de hatch e mesma mecânica.

Mais para o final do ano, o plano de Habib é trazer ao Brasil também a minivan J6, com o mesmo motor 1.8 e sistema de suspensão independente do J5. Com 4,55 m de comprimento, é maior que uma Zafira. Os preços não foram definidos, mas Habib garante que serão carros completos ao preço dos modelos básicos da concorrência. O objetivo é ter valores competitivos para conseguir vencer as desconfianças e, aos poucos, conquistar o consumidor.

Falta do etanol , aposta na garantia

O calcanhar de Aquiles destes chineses é a falta do motor flex. Mas eles sabem que esse é um item fundamental em nosso mercado. A Chery está desenvolvendo unidades bicombustível na China e pretende oferecê-las em nosso mercado ainda este ano, enquanto a JAC segue o mesmo caminho: chega sem rodar com etanol, mas já corre para, até outubro de 2011, ter a tecnologia disponível.

O segundo problema é a baixa qualidade, seja real ou simplesmente fama criada por outras marcas. O instituto J.D. Power na China colocou o JAC J3 em primeiro lugar na pesquisa de satisfação com design e performance nos primeiros seis meses de uso, vencendo todos os concorrentes, inclusive da GM, VW, Suzuki… Mas como pesquisa não vende carro, a exemplo da Chery, a JAC dará garantia total de três anos para todos os modelos. Depois que os avaliarmos, voltaremos a falar sobre o assunto…