Esses dois projetos foram criados do zero – um por vontade do Grupo BMW, que tem usado como ferramenta de marketing criar uma mobilidade mais sustentável, outro por um desejo de Ferdinand Piëch, chefão da Volks que sempre sonhou com um carro capaz de rodar 100 quilômetros com um litro de combustível. De um lado está o i8, um esportivo 2+2 lugares com 350 cv; do outro, o Volks XL1, um dois lugares com coeficiente aerodinâmico nunca visto em um modelo de produção: 0,186. Embora as duas máquinas tenham aspectos futuristas, já são quase realidade: a versão de produção do Volks será um dos destaques do Salão de Genebra, a ser realizado agora no começo de março, e o BMW deve chegar ainda este ano – ou no início do ano que vem.

Em comum, os dois carros têm portas asa de gaivota, usam materiais leves como o alumínio e – o mais importante– carrocerias de fibra de carbono reforçada (CFRP) e sistemas híbridos plug-in, que combinam um motor elétrico com um a combustão (a gasolina no BMW e a diesel no VW). Os resultados da receita (que compensarão os altos preços pelos quais serão vendidos) serão a ótima autonomia, pelo menos segundo os ciclos de homologação – que, como sempre, devem ficar distantes do consumo real (leia quadro na página ao lado). Os dados oficiais serão divulgados no lançamento, mas não vão diferir muito dos que mostramos aqui, obtidos por seus protótipos.

Como já falamos, o BMW i8 é um esportivo que combina um motor elétrico com 130 cv, sobre o eixo dianteiro, a uma unidade a gasolina três cilindros com 223 cv, na parte traseira do carro. Na prática, além de ajudar na distribuição de peso ideal (50% em cada eixo), isso faz com que o i8 tenha tração integral. Uma bateria de alta tensão garante 35 km de autonomia sem usar uma gota de gasolina. Mas o trabalho mais difícil foi limitar o peso a 1.480 kg, utilizando a estrutura “Life-Drive” – composta por um módulo superior de fibra de carbono, que forma a cabine, e parte inferior de alumínio, que acomoda baterias e componentes mecânicos. Uma estrutura resistente e, ao mesmo tempo, leve o suficiente para compensar o peso das baterias.

Já o XL1 é um sonho antigo de Ferdinand Piëch transformado em realidade. O consumo impressionante é obtido com a ajuda de uma aerodinâmica quase perfeita, das dimensões contidas e de um câmbio automatizado de dupla embreagem. Mas o segredo está no sistema de propulsão, com um motor turbodiesel bicilíndrico turbinado de 48 cv de potência e torque de 12,7 kgfm de torque (mais que um carro 1.0) associado a uma unidade elétrica de 27 cv e 10,2 kgfm. Assim como no BMW, o XL1 faz amplo uso da fibra de carbono e pesa apenas 795 kg.