Atualmente, no Brasil, temos pelo menos dois decretos que regulam a cobrança do IPI sobre os automóveis. As regras dessa tributação, que não mudavam desde 2008, foram modi cadas em setembro do ano passado, quando o governo decidiu fechar o cerco aos carros importados, aumentando em 30 pontos percentuais o imposto sobre os modelos vindos de países de fora do Mercosul ou do México. Assim, um carro importado, mesmo que popular, que antes pagava 7% de IPI, passou a ter um recolhimento de 37%. A medida, quando anunciada, já foi programada para permanecer em vigor até o m deste ano. Mas, agora, no m de maio, o governo reduziu temporariamente o tributo, como forma de reforçar nossa economia contra a crise internacional. Hoje, esse mesmo carro 1.0 vindo da Coreia, por exemplo, recebeu um desconto de 7%.

Isso pode até agradar ao consumidor, seduzido com a queda de preço dos modelos zero-quilômetro, mas causa um certo rebuliço no mercado. Por isso, hoje é difícil saber qual o valor real dos carros, sejam eles novos ou usados. Agora, após um mês da última mudança, a Tabela Fipe, principal referência do setor, chega para estabelecer os novos parâmetros de preços que estão sendo praticados no mercado. Os modelos seminovos tiveram queda considerável; já os zero-quilômetro baixaram menos – no máximo 10% de redução. Alguns deles, que já estavam sendo negociados com bons descontos por conta das vendas em baixa, nem mesmo tiveram seus preços alterados. É um desa o, portanto, saber o que comprar e quando será o melhor momento para isso.

Ao que tudo indica, esse sobe e desce do IPI acaba em 2013, quando entra em vigor o Novo Regime Automotivo, anunciado em abril pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. A partir de janeiro, todos os carros, nacionais ou importados, passam a ter os 30 pontos percentuais a mais de imposto. Quem quiser desconto terá que cumprir metas como investimento em tecnologia e mais conteúdo nacional. Além disso, terá que aderir ao Programa Nacional de Etiquetagem Veicular, em um esforço para diminuir o consumo de nossos carros e melhorar a qualidade do ar. Parece que, nalmente, teremos um período de estabilidade e esforço real de melhora tecnológica. Um cenário mais saudável para as empresas do setor e o consumidor.