Ao contrário do restante da linha, que pode vir equipada com o motor 1.8 de origem Chevrolet, o novo sedã Linea é oferecido com duas opções de motores, ambos legítimos Fiat. O primeiro, que deverá representar 90% dos Linea produzidos para o mercado nacional, segundo as expectativas dos executivos da marca italiana, é um 1.9 flex de 16V que gera 130 cv com gasolina e 132 cv quando queima álcool.

No torque máximo, esse novo motor (projetado e desenvolvido no Brasil, mas produzido na Argentina) também mostra bons resultados: 18,1 kgfm com gasolina e 18,6 kgfm abastecido com álcool, em ambos os casos a 4.500 rpm. O interessante do novo propulsor é que a 2.500 rpm ele já produz de 17,1 a 17,5 kgfm de torque, mostrando desenvoltura e boas respostas de reação ao comando do acelerador. Projetado a partir do antigo 1.6 16V, que já equipou a família Palio e o Brava no passado, esse 1.9 aproveitou do antigo apenas o cabeçote 16V com duplo comando de válvulas, mas que foi inteiramente alterado nas molas, válvulas e comandos. O restante, bloco/virabrequim/ bielas/pistões e todos seus periféricos, foram refeitos seguindo tendências atuais de motores. Praticamente um novo propulsor.

Em dezembro de 2005, MOTOR SHOW, anunciava o novo Linea

O segundo motor disponível no Linea, outro legítimo Fiat, é o festejado 1.4 turbo de 152 cv (torque máximo de 21,1 kgfm) importado da Itália e que equipará a versão top do sedã. A versão T-Jet (como a Fiat batizou) deverá representar cerca de 10% do mix de produção do modelo, por causa de seu custo, cerca de 10% mais elevado que o do modelo 1.9 Flex. Um motor moderníssimo, quase todo confeccionado em alumínio (o bloco de cilindros é em ferro) e que reúne, em um único produto, pequenas dimensões, baixo consumo, peso contido e menores índices de emissão de poluentes com um alto desempenho. Mas há um problema: ele não será oferecido na versão flex, somente a gasolina.

Mas, claro, o Linea não é só um novo motor. Na realidade é um carro totalmente novo, que chega para encarar Civic e Corolla, os líderes absolutos da categoria de sedãs médios. Apesar de compartilhar uma plataforma semelhante à do Punto (são parecidos: a construção das suspensões, o sistema de direção e os freios, por exemplo), o Linea aproveitou do hatch apenas as portas dianteiras e o pára-brisa. No restante, até para ter dimensões semelhantes às dos rivais japoneses, tudo foi refeito: bitolas dianteira e traseira são maiores e, da mesma forma, a distância entreeixos. Um carro de porte bem mais avantajado que o Punto.

Na realidade, o hatch foi utilizado como ponto de partida no projeto Linea. É importante ressaltar que apenas Civic e Focus têm suspensões independentes nas quatro rodas nesse segmento, enquanto o restante, inclusive o Linea, conta com eixo de torção na traseira, um sistema construtivamente mais simples. O melhor? Claro que é aquele mais bem elaborado e de construção mais complexa que oferece os melhores resultados dinâmicos, ou seja o sistema multilink utilizado por Civic e Focus.

Mesmo assim, o comportamento dinâmico do novo Linea é bom: na versão T-Jet, cujas suspensões são em média 15% mais firmes (barras estabilizadoras, amortecedores e molas) que na versão 1.9, podese sentir o Linea mais “durinho” nas utilizações diárias e estável nas velocidades mais altas e condições mais difíceis, como desvios bruscos ou contornos de curvas.

A versão de entrada vem com uma lista de itens de série recheada, que conta com ABS, airbag duplo e cromados. O kit Essence, presente da versão avaliada, custa R$ 2,6 mil e acresce sensor de estacionamento, ar digital e rodas aro 16

Serão quatro versões do Linea, com destaque para o refino de acabamento e o bom número de itens de série, mesmo da versão de entrada vem equipada com câmbio manual e motor 1.9 flex, que tem preço de R$ 60,9 mil: o carro vem com airbag duplo, ABS, trio, som, ar, abertura das portas por controle, rodas de liga, vidros das portas laminado, volante com regulagem de altura e profundidade e comandos do rádio/CD, computador de bordo. Opcionalmente, o consumidor, pode ainda pedir nessa versão o Blue&Me (sistema multimídia com comando por voz), Blue&Me NAV (com navegador), bancos em couro, sidebags dianteiros e window bags, piloto automático e sensores de luz e de chuva.

O câmbio mecânico automatizado Dualogic (semelhante àquele do Stilo) é o diferencial da versão seguinte, que custa R$ 63.900 e traz controlador automático de velocidade de série. A Absolute, top de linha, oferece ar digital, sensor de estacionamento, cortina párasol traseira, rodas em liga aro 16 e pneus 205/55 por R$ 68.640. Finalmente, temos a versão T-Jet (com motor 1.4), que só oferece como opcional o navegador , os sidebags e o revestimento dos bancos em couro bege e sai por R$ 78.900.