O número de montadoras que investem em tecnologias sustentáveis aumenta a passos largos. Para testar a aposta da Volvo no mundo da emissão zero fomos até a Serra da Cantareira, na zona norte de São Paulo, e acreditem: o carro é absolutamente viável para quem usa o automóvel apenas para se locomover por centros urbanos.

O design básico é o mesmo do C30 a combustão, com linhas robustas, musculosas e elegantes. Mas os adesivos deixam clara a sua identidade politicamente correta. E eles estão por toda a carroceria. As rodas são pintadas de azul em tom esverdeado na parte interna e a grade dianteira esconde o plug para a tomada de abastecimento (detalhe na foto acima). No interior, as baterias de íons de lítio com 24 kW/h e 280 kg foram acondicionadas em forma de “T” no túnel da caixa de transmissão e onde antes era o tanque de combustível.

No habitáculo, mais detalhes em tom azul-esverdeado. No console central, a alavanca de câmbio foi substituída por uma espécie de manche, o que deu um ar futurista ao interior. O painel é diferenciado, principalmente pela ausência do conta-giros. Junto do velocímetro, um instrumento mostra, de um lado, a potência utilizada (em kW) e, de outro, a quantidade de energia que está sendo armazenada, proveniente da desaceleração. Andando no modo Drive (D), o acúmulo de energia é maior porque o carro desacelera mais quando se tira o pé do acelerador. Já no modo Highway (H), o veículo anda mais solto, mas a recarga das baterias é menor. Há ainda luzes espias que indicam quando o carro está conectado à rede elétrica e um mostrador para o nível de carga da bateria. Fora isso, é um Volvo C30 como o convencional. Sua autonomia é de até 150 quilômetros (o consumo da carga das baterias varia de acordo com o modo de condução e itens ligados simultaneamente) e a recarga pode demorar entre sete e 19 horas. No primeiro caso, quando feita em uma estação de recarga rápida; no segundo, em qualquer tomada comum de 220V de sua residência.

O motor elétrico com 82 kW ou 111 cv de potência pode alcançar a velocidade de 70 km/h em seis segundos, partindo da imobilidade. Um número aceitável para o porte do carro. O torque de 22 kgfm disponível desde a partida torna a condução rápida e agradável. E, como em todo carro elétrico, é responsável pela prazerosa sensação de que você está no comando de um motor vigoroso e bem-disposto.

Na Europa, apenas 250 exemplares foram vendidos na forma de leasing (neste caso, sem opção de compra ao final do contrato), ao custo de € 1.200/mês. Aqui, o Volvo C30 Electric veio para demonstração de tecnologia e, assim como todos os C30, será substituído em breve pelo V40 apresentado no último Salão do Automóvel, no ano passado. Ou seja, o carro das fotos nunca será vendido aqui. Além de estar prestes a sair de linha, a Volvo não tem interesse de vender elétricos no Brasil por enquanto. A falta de infraestrutura e a ausência de incentivos fiscais são os motivos apontados por diversas marcas como um empecilho para esses modelos no País.