Com grandes motores e carrocerias de linhas belas (ou no mínimo ousadas), estes carros eram objeto de admiração. Mas não estamos nos referindo aos clássicos carros americanos dos anos 1950 e 1960. Em um mar de automóveis pensados apenas como um meio de transporte simples (os Trabant que o digam!), a elite dos países alinhados a então União Soviética andava por ai em máquinas que não ficavam devendo aos modelos construídos nos países capitalistas.

BMW/EMW 340

Reprodução
Reprodução

O que você faria se uma fábrica inteira da BMW caísse em suas mãos após o fim do maior conflito bélico da humanidade? Pois o governo da Alemanha Oriental (comunista) não só se apropriou da fábrica como também começou a produzir o seu próprio BMW. Entre 1949 e 1953, saía da fábrica de Eisennach um modelo batizado como 340, um elegante sedã baseado no BMW 326 pré-guerra. A parte mais curiosa dessa história é que as primeiras unidades do 340 foram produzidas com a marca e o logo BMW sem a autorização da montadora da Baviera. A farra só acabou em 1950, quando a BMW recorreu à Justiça para obrigar o governo alemão-oriental a mudar o nome da fábrica, que então passou a se chamar EMW…

Melkus RS1000

Reprodução/Internet
Reprodução/Internet

E por falar em Alemanha Oriental, em 1969 o piloto Heinz Melkus mostrou que nem a economia centralizada de estilo soviético consegue atrapalhar os planos dos apaixonados por carros. No melhor estilo dos esportivos de fibra brasileiros da mesma época, Melkus juntou componentes dos dois modelos fabricados em série no país (o Wartburg e o Trabant) e criou uma carroceria exclusiva de fibra de vidro. O resultado? Um cupê com um motor 1.0 de três cilindros e dois tempos que na versão para as pistas desenvolvia 120 cv e levava o carro até os 210 km/h. E ele ainda tinha até portas do tipo asa-de-gaivota.

Tatra 603

Reprodução/Saabism
Reprodução/Saabism

Lançado em 1956, o grande sedã reservado aos líderes da então Tchecoslováquia herdava o legado dos aerodinâmicos e Tatra do período anterior à Segunda Guerra Mundial. Equipado com um motor 2.5 V8 posicionado na traseira e refrigerado a ar, a máquina teve um carroceria construída com o auxílio de um túnel de vento.

ZIL-111

Reprodução/Favcars
Reprodução/Favcars

Produzido entre 1958 e 1962, a limousine produzida de forma quase artesanal para os líderes da União Soviética era equivalente aos modelos americanos da época em todos os sentidos. Com mais de seis metros de comprimento, o carro estava equipado com um motor 6.0 V8 de mais de 200 cv e uma transmissão automática. Rádio e vidros elétricos faziam parte do pacote de equipamentos.

Hongqi CA72

Reprodução/Wikipedia
Reprodução/Wikipedia

Nos anos 1950, os chineses ainda estavam longe de se tornar um dos principais mercados automotivos do mundo. Mas a turma de Mao Tsé-Tung precisava de um carrão para usar nas grandes datas nacionais. Numa mistura de ajuda soviética e engenharia reversa de carros ocidentais, foi lançado em 1958 o CA72. A limo de 2.500 kg era equipada com um motor 5.6 V8 de 220 cv. Curiosamente, a marca ainda existe. E hoje produz o L5, uma máquina de desenho retrô e mecânica V12 moderna de mais de 400 cv.