11/11/2018 - 14:00
Nessa coluna termino, enfim, a lista com minhas dez pistas favoritas da Fórmula 1, aquelas que mais marcaram minha carreira. Retomando as já listadas aqui, na ordem desde a primeira: Nurburgring (Alemanha), Interlagos (Brasil), Monte Carlo (Mônaco), Brands Hatch (Inglaterra), Watkins Glen (EUA), Osterreichring (Áustria), Zandvoort (Holanda), Clermont-Ferrand (França) e Kyalami (África do Sul). Finalizo a lista, agora, mais uma vez na América do Norte – e bem ao norte: Mosport Park, Canadá.
Mosport, onde foram realizados oito Grande Prêmios do Canadá como parte do Campeonato de Fórmula 1 nos anos 1960 e 1970, era uma pista curta porém rápida, que dificultava muito o acerto do carro, e repleta de mudanças de altitude esquisitas. Por isso, era uma pista bastante perigosa, especialmente na parte final da “reta curva” na parte de trás do circuito, que agora é chamada de reta Mario Andretti, e leva à Curva Oito, para a direita, bastante rápida e desafiadora.
No Grande Prêmio do Canadá de 1973, quando cheguei em segundo lugar pela Lotus, logo atrás do McLaren vencedor de Peter Revson, quase sofri um gravíssimo acidente no começo da corrida. Estava atrás de meu parceiro da Lotus, Ronnie Peterson, e, quando me aproximei dele naquela longa reta em subida, meu carro entrou na área “suja” de turbulência atrás da asa traseira de Ronnie.
Normalmente isso causaria apenas uma irritante perda de força de aderência (downforce), mas aconteceu bem quando estava passando por um calombo na pista, e isso, em combinação com a subida íngreme onde estava na hora, fez com que a dianteira do meu carro ficasse leve demais. Por um instante achei que ia “decolar” e girar no ar, como às vezes vemos os carros fazendo nas 24 Horas de Le Mans – mas felizmente se manteve no chão.
Mesmo assim, foi um momento assustador: havia muitas árvores em Mosport naquela época. Meu melhor resultado em Mosport foi uma vitória disputando o Campeonato pela McLaren, em 1974. A configuração com entre-eixos longo do meu McLaren M23 era perfeito para as características do circuito, cheio de morros e calombos, e assim consegui fazer uma corrida equilibrada, largando na pole position e vencendo. Como sempre digo, Mosport era um lugar perigoso, mas um grande desafio: um Grande Prêmio “raiz”.