Na linha 2010, o interior bem acabado, no alto, ganhou novos tecidos e o painel de instrumentos, nova iluminação, que tornou a leitura mais fácil e clara

Há carros que não caem no gosto do consumidor. Não importa se são bons produtos, se têm preços atraentes, se são bonitos ou feios… O público-alvo, aquele cara para quem o carro foi projetado, resolve que não vai comprá-lo e ponto final. É o caso do Tiida. Ele tem todos os atributos para ser a escolha perfeita de quem precisa de um médio na faixa dos R$ 50 mil, mas suas vendas não decolam.

A Nissan já esperava por isso e, no seu lançamento, previu vender 260 unidades/mês, meta que passou a 350 unidades com a chegada do flex em 2009. Objetivos cumpridos e até, em alguns momentos, suplantados. Em dezembro de 2009, foram 596 unidades emplacadas. Mas ainda é pouco para o segmento.

Agora, com a chegada da linha 2010, a marca se esforçou para melhorar o custo/ benefício do modelo, já que, tecnicamente, está em condições de disputar mercado em pé de igualdade com qualquer um dos concorrentes. De contundente, apenas a alteração da grade dianteira, que passou a ter três filetes contínuos e contorno cromado. No interior, novos tecidos, instrumentos com nova iluminação e ajuste de altura do banco do motorista.

Para as versões SL, novas rodas 16″ e, quando se optar pelo câmbio automático, sistema de abertura sem chaves i-Key. Duas observações: o ajuste de altura do banco deixou mais difícil de se encontrar a posição ideal. Se você eleva o assento, o banco se aproxima demais do volante. Se abaixa, ele se afasta. Aí você procura o ajuste de profundidade do volante e descobre que não existe. E por que deixar o i-Key somente para a versão top? A tecnologia está disponível no Livina, mais barato.

Sobre o enigma de ser bom, barato e não vender tanto, as explicações podem ser muitas. Falta de tradição da marca, baixa participação de mercado, imagem fraca no segmento, rede reduzida, desvalorização elevada do modelo usado, falta de agressividade do marketing… No caso da Nissan, apesar da qualidade, quase todos esses argumentos, se aplicam. Por isso, o crescimento nas vendas tem que ser lento. Não tem jeito. E nem é culpa do carro.