(Nota da Redação: Reportagem publicada originalmente na edição de fevereiro da Motor Show, antes do início do Salão de Genebra)

O VW Golf está perto de mudar de geração. O modelo globalmente mais importante de Wolfsburg – embora cada vez menos, com os SUVs dominando os mercados – chegará à oitava geração mudando bastante de estilo: o comprimento não mudará, mas o entre-eixos crescerá e os balanços encurtarão. Resultado: o Golf terá mais “presença”, sobretudo no uso rodoviário. Será apresentado e vendido ainda em 2019 na Europa, mas no Brasil deve ficar para 2020 (se os hatches médios sobrebirverem até lá!).

1 – NOVO EQUILÍBRIO
Nos planos da sede da marca em Wolfsburg, a produção do Golf “8” é prevista para 2019, mas circulam rumores sobre uma possível revelação ainda no fim deste ano. De qualquer modo, sabemos que terá proporções diferente das atuais. Segundo nossas fontes, o tamanho total do hatch não deve mudar, mas sua distância entre-eixos deve crescer alguns centímetros, com a redistribuição dos volumes. Ela ficará bastante evidente no capô, que será mais longo e horizontal, e na clássica coluna traseira, que terá uma largura mais generosa.

2- GAMA VARIADA
Mantendo a plataforma modular MQB (que chegou ao Brasil também no Polo), o Golf mudará sua arquitetura elétrica e a gama de motores. Tanto os motores a gasolina (1.0 TSI 3 cilindros, o mesmo do Polo, e 1.5 e 2.0 TSI 4 cilindros), quanto os a diesel (1.6 e 2.0 TDI, só na Europa) estão prontos para uma versão híbrida suave (mild hybrid) com sistema elétrico de 48 volts capaz de regenerar energia.

3- MENOS BOTÕES
À direita do painel digital configurável (que o Polo já tem) ficará um sistema de infotainment com tela sensível ao toque e controles “swipe” separados para os sistemas de ar-condicionado e de áudio. O visual da cabine ficará bem mais limpo, com poucos botões e talvez até comandos por gestos.

4 – DIREÇÃO SEMI-AUTÓNOMA
O Golf terá os mesmos sistemas de assistência de condução (nível 3) que estrearam no luxuoso Arteon. Mas eles só chegarão no facelift de 2022/2023.

Design: confronto de escolas

Se formos selecionar cinco símbolos que identificam a indústria automobilística alemã e, por que não, a imagem do país pelo mundo, não poderíamos deixar o Golf de fora. Volkswagen por excelência e herdeiro do Fusca, ele é peça essencial da história da Alemanha do último século. Mas o curioso é que, do ponto de vista do estilo, o Golf alternava entre dois pólos, duas grandes escolas de design: a italiana e a alemã. Um efeito pendular que na última oscilação, trouxe o destino do modelo para as mãos de Klaus Bischoff, atual chefe de design da marca.

Mas o primeiro impulso quem deu foi um lápis italiano – do designer do século, Giorgetto Giugiaro. Uma herança pesada, como os sucessores reconheceram. Começando com Herbert Schaëfer, que dirigiu o design da marca até 1993, assinando a segunda e a terceira gerações, que consolidaram a reputação do hatch. A quarta geração foi criada por Hartmut Warkuss, purista que definiu uma década de design frutífero – os anos 1990. Warkuss saiu da Volks em 2003, coincidindo com a estréia da quinta geração do Golf, renovada após apenas cinco anos por Flavio Manzoni. Finalmente, no modelo atual, se expressa outro ilustre italiano: Walter de Silva.