Não dá para chamar de revolucionário esse novo Audi A4, que será apresentado no Salão de Frankfurt em setembro e chega ao Brasil já em 2016. Ele ainda não é uma obra completa do novo chefe de design Marc Lichte – que substituiu Wolfgang Egger no ano passado. É, antes disso, a expressão mais madura do estilo atual da Audi. Mas o fato inegável é que será mais novo na alma do que na aparência. Sua plataforma foi toda refeita, embora mantenha motor longitudinal: é a MLB, que estreou no Q7 e em breve começa a ser distribuída nos novos modelos.

Tecnicamente, essa é a quinta geração do A4, embora fosse mais apropriado considerar a terceira, de 2004, uma reestilização da segunda, de 2000. Assim, esse A4 seria na realidade de quarta geração. Mas se a Audi a chamará de quinta, que assim seja. Como se vê nas ilustrações exclusivas dessas páginas, o novo A4 terá uma grade dianteira mais horizontal – com cantos “empurrados” para o lado de fora – e faróis não mais regulares/retangulares, mas com um lado curto, “olhando” para baixo. Já a linha de cintura será mais incisiva, seguindo a tendência que começou no A3 e continuou com outros modelos, incluindo carros da Volks.

Para completar, o aerofólio integrado na tampa traseira será maior e mais arredondado. Embora o design seja essencialmente evolutivo, não podemos dizer a mesma coisa da dinâmica. Ulrich Hackenberg, engenheiro responsável pelo desenvolvimento do sedã, disse que o grande salto da nova geração se dará na sua dirigibilidade – principalmente na agilidade e nas respostas da direção. O progresso que virá com a plataforma MLB será similar ao do Volkswagen Golf e do Audi A3 quando adotaram a MQB. Falando nisso, a nova plataforma MLB também irá poupar pelo menos 100 quilos, combinando aços de alta resistência e alumínio.


O interior será clean, linear e, claro, hi-tech. A maior novidade será o cockpit virtual, cujo conjunto de instrumentos muda de aparência conforme a necessidade: em nossa ilustração, projeta o mapa em tela cheia, com velocímetro e tacômetro encolhidos

A configuração de suspensões multi-link será mantida, embora a geometria mude (e como opcional, poderá ter suspensões a ar). Como no A3, o motorista poderá escolher entre vários programas de condução, alterando as respostas da direção, do motor, do câmbio e dos amortecedores – é o já bastante conhecido Audi Drive Select. Os motores também terão novidades (leia quadro acima) e a transmissão automatizada de dupla embreagem S tronic terá nove velocidades (ainda haverá a opção multitronic CVT). Mais adiante, a marca cumprirá a promessa de lançar uma variante híbrida plug-in do sedã (inclusive no Brasil).

Na cabine, haverá um salto significativo – não tanto do ponto de vista estético, que mantém a linguagem de design atual, mas com um passo adiante em simplificação dos controles e linearidade das superfícies. A maior surpresa estará na segunda geração da plataforma MMI, com o “cockpit virtual” que estreou no TT (leia mais aqui): o painel ora simula instrumentos analógicos, ora projeta o navegador por GPS em tela cheia. Em termos de conectividade, será compatível com Google Android Auto e com Apple CarPlay. E enquanto aguardamos a viabilização dos carros autônomos, o A4 terá todas as ajudas eletrônicas que são conhecidas hoje, incluindo a assistência de congestionamento que estreou no Q7. Embora ainda não haja planos para sua produção no Brasil, mesmo importado esse A4 será um rival de peso para os nacionais Mercedes-Benz Classe C, BMW Série 3 e Jaguar XE.

[ATUALIZAÇÃO EM 29/6/15: O MODELO ACABOU SENDO APRESENTADO OFICIALMENTE ANTES DO SALÃO. LEIA AQUI: //motorshow.com.br/audi-apresenta-a-nova-geracao-do-a4/]

Pode chamar de RIGHTSIZING

Melhor que fazer downsizing (reduzir o tamanho do motor) é escolher o motor certo para o tamanho do carro. É o que a Audi está chamando de rightsizing (fazer do tamanho certo), e, no caso do A4, significa voltar ao 2.0 (no lugar do 1.8 que acaba de estrear no Brasil). Este novo 4 cilindros turbinado e com injeção direta estreia no sedã e permitirá rodar, segundo a marca, até 20 km/l – e isso com 190 cv e torque de 32,7 kgfm disponível a 1.450 rpm. Ele conseguirá esses números graças a um sistema de combustão semelhante ao ciclo de Miller – com admissão abreviada, abertura variável das válvulas e injeção múltipla.