O Audi TT RS Coupé é um daqueles esportivos capazes de impressionar qualquer motorista, seja pela capacidade de acelerar para a frente quanto pelo equilíbrio irresistível nas curvas. Além dos atributos técnicos, aos quais já voltarei, a linha 2021 veio acompanhada de algumas atualizações estéticas pontuais.

As principais mudanças aparecem no para-choque dianteiro remodelado, agora com entradas de ar maiores junto dos detalhes em alumínio fosco. Outros novos elementos estão nos faróis full-LED Matrix (agora de série) com assinatura luminosa, nas rodas aro 19 redesenhadas e no aerofólio pronunciado sobre a tampa do porta-malas, exibindo novos winglets nas extremidades.

Uma vez dentro deste cupê alemão fabricado na Hungria, o volante de base achatada ostenta não apenas o botão de partida (em vermelho), mas também o do seletor de modos de condução (Audi Drive Select). O design da peça remete diretamente ao do utilizado pelo monstruoso superesportivo R8, cujo motor V10 5.2 naturalmente aspirado despeja 610 cv de potência e 57,1 kgfm de torque.

O volante traz o botão de partida e o seletor de modos de condução, bem no estilo Ferrari

Tudo é voltado aos olhos do condutor, e não há central multimídia – todas as informações aparecem no quadro de instrumentos totalmente digital com 12,3 polegadas. Aliás, esta terceira geração do Audi TT foi o primeiro carro do fabricante de Ingolstadt a ter o Audi Virtual Cockpit.

Audi TT RS
A cabine tem visual minimalista: tudo é voltado para o motorista

A cabine traz o áudio da renomadíssima Bang & Olufsen, com 680W de potência, enquanto os detalhes em vermelho nas saídas de ar, no console central, na estrutura dos bancos e no centro do aro do volante são itens opcionais (R$ 12.000).

Também são cobrados à parte o pacote exterior preto (R$ 15.000) e as cores especiais da palheta Audi Exclusive. Oferecido por valores a partir de R$ 442.990 (venda direta), o Audi TT RS Coupé com tudo a que tem direito sai por R$ 506.990 – um valor quase igual ao ao do rival Porsche 718 Cayman S (a partir de R$ 515.000).

A silhueta se tornou clássica: um esportivo com personalidade

Dinâmica Excepcional

As dimensões enxutas revelam 17,8 cm a menos no comprimento que no Porsche 718 Cayman S, e a dinâmica apurada do Audi TT RS Coupé arranca largos sorrisos do motorista, que vão de orelha a orelha.

Sob o capô, está o premiado motor de cinco cilindros em linha 2.5 turbinado, que é acoplado a um câmbio de dupla embreagem: são 400 cv de 5.850 a 7.000 rpm, com torque de 48,9 kgfm de 1.950 a 5.850 rpm.

Ao longo dos 3.400 m de extensão do traçado Dry Handling do novo Circuito Panamericano, complexo de pistas da Pirelli em Elias Fausto, interior de São Paulo, pudemos comprovar que o esportivo das quatro argolas segue (muito) afiado ao volante.

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Com relação peso-potência de 3,6 kg/cv e tração integral (a famosa quattro), o Audi TT RS (sigla para Renn Sport) transmite rápidas reações ao ser provocado e garante acelerações de colar as costas no encosto dos assentos.

As voltas foram completadas no programa Dynamic, o mais radical do Audi Drive Select. Além dele, há o Comfort, o Auto e o Individual – este útimo permite ajustar individualmente, por exemplo, os parâmetros das respostas do motor, da transmissão e da direção.

Todo esse poder é levado ao solo pelo excelente trabalho da transmissão automatizada de dupla embreagem S tronic – que muda ou reduz rapidamente as sete marchas, apimentando o desempenho.

O ronco metálico produzido pelo propulsor de cinco cilindros em linha junto dos “pipocos” emitidos pelas duas saídas de escape mexem com os sentidos do motorista, e um botão permite configurar a sonoridade do sistema de exaustão (normal ou mais esportivo).

Da imobilidade aos 100 km/h são necessários apenas 3,7 segundos. Para comparar, o Porsche 718 Cayman S realiza a prova em 4,4 segundos quando equipado com o câmbio PDK (Porsche Doppelkupplung). Apesar da potência específica de exagerados 161,3 cv/litro, o TT RS Coupé é um esportivo fácil de ser guiado, muito ‘na mão’.

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A direção assistida eletricamente é muito precisa ao esterço e no retorno, e as suspensões possibilitam abusar e serpentear nas curvas com ótimo controle e uma mínima rolagem de carroceria e pouca transferência de cargas entre os eixos nos momentos das desacelerações.

O contato com o solo é garantido pelos pneus Bridgestone Potenza S001 de medidas 245/35 R19, e, para “botar ordem na casa”, a Audi emprega freios de aço ventilados e perfurados nas rodas dianteiras e sólidos atrás – as quatro pinças pintadas de vermelho com o logotipo RS já apareciam no antecessor. São eficientes em velocidades mais altas, e sempre com um acionamento do pedal bastante progressivo.

Pontos negativos? Bem, nenhum carro é perfeito! Mas, no caso do Audi TT RS Coupé, as críticas são poucas. Quem viaja atrás, obviamente, dispõe de espaço bem limitado para as pernas, joelhos e, pricipalmente, a cabeça. Em contrapartida, o porta-malas de mais de 300 litros é surpreendente para um esportivo 2+2. Em outros mercados , o TT RS ainda é oferecido na belíssima e charmosa variante Roadster.

Não restam dúvidas de que o Audi TT RS Coupé é um verdadeiro parque de diversões sobre rodas. E é um modelo para se usar no dia a dia, nas pistas, em provas de track day ou nas viagens de fim de semana. Um forte rival para os compatriotas BMW M2 Competition, Mercedes-AMG A 45 S e o já citado Porsche 718 Cayman S. Pena que o ingresso só pode ser pago por poucos endinheirados.

E na cidade como vai?

Após curtir o Audi TT RS no circuito Panamericano, eis que o esportivo veio passar alguns dias comigo. E aí, pude comprovar como é utilizá-lo diariamente. A beleza do design é um colírio para os olhos, porém, entrar/sair da cabine exige um certo contorsionismo e cuidado para não dar uma “portada” no veículo do vizinho estacionado ao lado.

As primeiras partidas pela manhã são um capítulo à parte, pois ele acorda emitindo um ronco grave e metálico junto de alguns “pipocos” pelas duas saídas de escape. As dimensões enxutas e o bom raio de giro permitem manobrá-lo com facilidade em locais/vagas apertados. Apesar da altura da carroceria, a visibilidade é boa e os sensores de estacionamento dianteiros/traseiros ajudam bastante a vida do motorista.

Na cidade, é preciso atenção aos buracos e nas valetas/lombadas, pois a frente raspa com facilidade. Apesar disso, o Audi TT RS é um carro que pode ser utilizado diariamente e ainda oferece um porta-malas volumoso para um esportivo.

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Uma das partes mais sensacionais está na sinfonia produzida. E cada redução de marcha é música para os ouvidos! Ao trafegar a 70 km/h a sétima já está engatada e sem trânsito registramos médias superiores a 11 km/l no programa Comfort, que entrega respostas menos agressivas e o volante fica bem leve ao esterço.

Contudo, ele não nega fogo e segue transmitindo um desempenho viceral. Se o programa Comfort encanta, no Dynamic as coisas ficam ainda melhores. Ou seja, o Audi TT RS dispara igual a uma flecha nas saídas de semáforos… e dificilmente alguém irá te alcançar!

Se existem pontos negativos? Como já mencionei anteriormente, um deles está no espaço para os passageiros traseiros e também na conectividade Android Auto/Apple CarPlay projetado no quadro de instrumentos digital. Não achei muito prático, entretanto, tudo leva tempo para se acostumar.

No final das contas, o Audi TT RS é um carro fácil de guiar diariamente apesar da potência e que também proporciona uma (boa) versatilidade. Já estou com saudades dele!


Audi TT RS 

Preço básico R$ 442.990
Carro avaliado R$ 442.990

Motor: cinco cilindros em linha 2.5, 20V, turbo, injeção direta e indireta, duplo comando variável Cilindrada: 2480 cm3
Combustível: gasolina
Potência: 400 cv de 5.850 a 7.000 rpm
Torque: 48,9 kgfm entre 1.950 e 5.850 rpm
Câmbio: automatizado, dupla embreagem, sete marchas
Direção: elétrica
Suspensões: MacPherson (d) e multilink (t)
Freios: discos ventilados/perfurados (d) e discos sólidos (t)
Tração: integral, sob demanda
Dimensões: 4,201 m (c), 1,832 m (l), 1,344 m (a)
Entre-eixos: 2,505 m
Pneus: 245/35 R19
Porta-malas: 305 litros
Tanque: 55 litros
Peso: 1.440 kg
0-100 km/h: 3s7
Velocidade máxima: 280 km/h
Consumo cidade: 7,5 km/l
Consumo estrada: 10,3 km/l
Emissão de CO2: 161g/km
Consumo nota: D
Nota do Inmetro: D
Classificação na categoria: E (Esportivo)