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Até agora, quem buscava um crossover premium de entrada da BMW tinha como única opção o X1, com visual mais comportado e a dinâmica de SUV. Para quem queria mais ousadia e uma posição de dirigir mais baixa, mas sem sair das marcas do Grupo BMW, a alternativa seria o Mini Countryman – um carro com o conjunto mecânico do X1, mas com muito mais personalidade. E foi para atender a gregos e troianos que a BMW lançou o X2, um crossover-cupê (ou Cupê de Atividade Esportiva, como prefere a marca alemã) que une o melhor dos dois mundos: a mecânica bem afinada do X1 com a ousadia no visual que marca os modelos da montadora britânica.

Esse cupê do X1, aliás, nem é tão cupê assim. Diferente dos seus irmãos “pares” maiores, como o X4 e o X6, com carrocerias típicas dos SUVs cupê, o X2 segue um caminho um tanto diferente (e talvez mais interessante), lembrando bem mais um Série 1 bombado e com adereços aventureiros. Impressão que é amplificada por detalhes como a traseira, marcada pela tampa do porta-malas sem o espaço para a placa que é muito parecida com a do hatch. Mas o novo modelo da BMW deixa claro que tem personalidade própria. Chamam atenção detalhes como a tradicional grade frontal de duplo rim em posição invertida e os logotipos da BMW na coluna C, item de estilo que remete ao cupê esportivo 3.0 CSL, produzido pela marca bávara nos anos 1970.

E não é só nas arrojadas linhas da carroceria que o BMW X2 lembra um Mini. Na comparação com o X1, ele é realmente mini. O X2 é mais curto (4,360 m ante 4,439 m) e mais baixo (1,543 m ante 1,612 m). Mantendo porém a mesma largura (1,821 m) e o entre-eixos (2,670 m), os dois modelos se equiparam no espaço para passageiros.
A principal diferença está na capacidade do porta-malas, que diminuiu de 505 para 370 litros. Apesar de compartilhar boa parte do interior com o X1, o X2 passa uma imagem de maior sofisticação na cabine, com detalhes como a iluminação decorativa em LED nas portas e painel e as imitações de costura no revestimento plástico do painel.

Merecem elogios os bancos dianteiros com ajustes elétricos, que garantem o conforto até dos ocupantes mais baixos, enquanto o painel deixa os comandos sempre próximos às mãos e o quadro de instrumentos, digital, é simples e funcional. Outro ponto positivo é o comando do sistema multimídia (compatível com Android Auto e Apple CarPlay), que pode ser feito pela própria tela, sensível ao toque, ou pelo tradicional comando no console central. No mercado brasileiro, o BMW X2 estreia em duas versões: sDrive20i GP e sDrive20i M Sport X. Ambas são oferecidas com o mesmo motor 2.0 TwinPower Turbo de 192 cv, que é combinado à tração dianteira e a um câmbio automatizado de sete marchas e dupla embreagem.

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A configuração de entrada já traz equipamentos como assistente de estacionamento, sensores de estacionamento dianteiros e traseiros, um novo sistema de navegação com tela de 6,5” sensível ao toque, e a nova geração do assistente digital BMW Connected Drive, que permite ao condutor consultar desde a cotação de moedas até solicitar reservas em hotéis. Por outro lado, só o topo de linha M Sport X traz o pacote visual com molduras em cinza em torno da grade frontal, volante esportivo, caixas de roda e saias laterais, spoiler, para-choques esportivos e rodas de liga leve de 19 polegadas, além de equipamentos como o sistema multimídia com tela de 8,8”, head-up display, porta-malas com abertura e fechamento motorizados e um generoso teto solar panorâmico.

Tivemos contato apenas com esta configuração mais cara do X2. Rodamos com o modelo por um trajeto de 200 km entre as cidades de São Paulo e Campinas. E a boa impressão causada pelo desenho ousado da carroceria se confirma ao apertar o botão de partida no painel. A começar pelo ronco esportivo do motor 2.0, cortesia do escape com saídas duplas de 90 mm, vindos do BMW X6. Em linha reta, o conjunto formado pelo motor de 192 cv (com torque máximo já a partir de 1.350 rpm) e o câmbio de sete marchas de dupla embreagem surpreende pelo fôlego e pelas respostas rápidas. Mas a diversão estava reservada mesmo para as sinuosas estradas da serra de Morungaba, segunda parte do trajeto. Foi nelas que o X2 revelou o seu comportamento dinâmico mais próximo dos hatches do que dos SUVs, entrando em curvas sem a rolagem excessiva da carroceria e com as respostas precisas do sistema de direção. Para melhorar ainda mais a experiência, o motorista conta com o Driving Experience Control, seletor que permite, com o toque em um botão, selecionar os modos de condução Comfort, Eco Pro (voltado para eficiência) e Sport, que alteram as respostas dos sistema de direção, motor e câmbio.

Já ficou muito claro que o X2 está recheado de qualidades para quem busca uma opção mais interessante em comportamento e design aos SUVs tradicionais. Estaria tudo muito bom se não fosse o valor pedido pela BMW. Mais caro que o X1, na versão sDrive20i GP o novo X2 sai por R$ 211.950, enquanto a versão topo de linha sDrive20i M Sport X custa R$ 245.950. Valores consideráveis. E já que estamos falando dos Mini, vale destacar que o Mini JCW Countryman ALL4 sai por exatos R$ 27.960 menos e tem a mesma proposta de esportividade, porém com quase 40 cv a mais (231 cv) e um sistema de tração integral. Nesse aspecto, o X2 está bem mais para um BMW mesmo…


Ficha técnica:

BMW X2 sDrive20i M Sport X

Preço básico: R$ 211.950
Carro avaliado: R$ 245.950
Motor: 4 cilindros em linha 2.0, 16V, turbo, injeção direta, start-stop
Cilindrada: 1998 cm³
Combustível: gasolina
Potência: 192 cv de 5.000 a 6.000 rpm
Torque: 28,6 kgfm de 1.350 a 4.600 rpm
Câmbio: automatizado, sete marchas, dupla embreagem
Direção: elétrica
Suspensões: MacPherson (d) e multilink (t)
Freios: discos ventilados (d/t)
Tração: dianteira
Dimensões: 4,360 m (c), 1,821 m (l), 1,543 m (a)
Entre-eixos: 2,670 m
Pneus: 225/45 R19
Porta-malas: 370 litros
Tanque: 51 litros
Peso: 1.535 kg
0-100 km/h: 7s7
Velocidade máxima: 227 km/h
Consumo: não divulgado
Nota do Inmetro: não participa