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Menos ousado visualmente do que na primeira geração – que não veio ao Brasil –, o novo Citroën C4 Cactus foi apresentado no Salão de Genebra, em março – mesma ocasião em que foi anunciada sua fabricação por aqui ainda no segundo semestre deste ano. O SUV, que vai disputar mercado com Honda HR-V, Nissan Kicks, Hyundai Creta e cia., usa exatamente a mesma base do “primo” Peugeot 2008, já nacional, e deve ficar na faixa entre R$ 80.000 e R$ 100.000.

O C4 Cactus perdeu parte da originalidade da primeira geração para dar espaço a uma frente mais refinada e a uma traseira com lanternas tridimensionais. Isso para não falar na redução dos airbumps – as proteções laterais – e da eliminação das barras no teto. Em suma, se as dimensões e o entre-eixos permanecem iguais, o design do crossover francês se suavizou, mas sem abrir mão do “sabor campestre” original, marcante principalmente no interior – onde o painel mantém a configuração antiga, com duas telas “flutuantes” e porta-luvas tipo baú.

Um dos destaques do crossover-SUV está nas possibilidades de personalização: você pode escolher entre cinco ambientes (bem como entre 31 combinações de cores de carroceria; não sabemos ainda quais serão no modelo nacional). Outros problemas da primeira geração, como o ajuste de volante só em altura, foram solucionados.

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Se praticidade e design eram marcantes na primeira geração, a segunda aposta no conforto. Nesse ponto, para torná-lo a nova referência para o segmento de SUVs compactos, os técnicos franceses trabalharam em diversos aspectos, do projeto dos assentos ao isolamento acústico. Mas, acima de tudo, focaram nas suspensões, que têm amortecedores com nova concepção, que absorvem irregularidades de modo mais progressivo, graças a um sistema adicional de amortecimento hidráulico na expansão e na compressão (mais ou menos como se houvesse um amortecedor dentro do outro).

O efeito “tapete voador”, como é chamado na Citroën, é imediatamente perceptível. No asfalto liso, o carro parece flutuar. Por superfícies onduladas, passa sem solavancos. E, em terrenos esburacados, absorve com eficácia as piores irregularidades (resta saber se isso será mantido no Cactus nacional). Mas falta um pouco de prazer ao volante, especialmente nas estradas mais sinuosas, onde sua direção, embora bastante progressiva, não é lá muito comunicativa.

A versão mais potente na Europa tem o mesmo 3 cilindros 1.2 PureTech que já é feito no Brasil, mas turbinado para atingir 130 cv. Tem consumo baixo e respostas brilhantes, embora com vibrações indesejadas em regimes elevados. Se o Citroën Aircross, a versão aventureira da minivan C3 Picasso, não conquistou o brasileiro, o C4 Cactus é uma nova aposta que tem tudo para atrair bem mais consumidores.

E no Brasil?

Divulgação

Tivemos a oportunidade de acelerar, nos arredores da fábrica da PSA em Porto Real (RJ) e em estradinhas fronteiriças entre Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro, alguns exemplares de pré-série do C4 Cactus nacional (leia mais na edição 418 da MOTOR SHOW). Apesar de a marca não ter revelado muitos detalhes técnicos do carro, o que já foi possível notar é que o modelo brasileiro trocou as janelas traseiras basculantes por outras com abertura convencional e o interior traz painel exclusivo e um novo volante ovalado.

Os carros avaliados estavam equipados com o motor 1.6 THP flex, de até 173 cv e 24,5 kgfm, associado ao câmbio automático de seis marchas. Mesmo conjunto empregado no primo Peugeot 2008, que também cedeu o Grip Control, “seletor de terreno” que atua no controle de estabilidade e no acelerador e tem cinco modos: normal, lama, areia, neve e ESP Off. Nas suspensões, não dá pra dizer, “de ouvido”, se usam o duplo amortecimento do europeu. Caso não usem, foram muito bem feitas. Certamente estarão entre os destaques do carro, junto com o ótimo isolamento acústico do motor.


Ficha técnica:

Citroën C4 Cactus

Preço básico: R$ 80.000*
Carro avaliado: R$ 99.990*
Motor: 3 cilindros em linha 1.2, 12V, duplo comando variável, turbo, injeção direta
Cilindrada: 1199 cm³
Combustível: gasolina
Potência: 130 cv a 5.500 rpm
Torque: 23,4 kgfm a 1.750 rpm
Câmbio: manual, seis marchas
Direção: elétrica
Suspensões: n/d
Freios: disco ventilado (d) e tambor (t)
Tração: dianteira
Dimensões: 4,17 m (c), 1,73 m (l), 1,49 m (a)
Entre-eixos: 2,60 m
Pneus: n/d (rodas 17 ou 18)
Porta-malas: 358 litros (1.170 com o banco rebatido)
Tanque: n/d
Peso: 1.120 kg
0-100 km/h: 9s1
Velocidade máxima: 193 km/h
Consumo cidade: 20,8 km/l (média cidade/estrada, Europa
Emissão CO²: sem dados
Nota do Inmetro: ainda não vendido no Brasil