Procurando um SUV automático de menos de R$ 100 mil? Saiba que as opções estão cada vez mais escassas – o Volkswagen T-Cross, por exemplo, rompeu esta barreira na nova linha 2021. Já o Jeep Renegade aparece na “basicona” versão STD de R$ 80 mil – e mesmo a Longitude, vendida por apenas R$ 1 mil menos que este Chevrolet Tracker 1.0 LT (de R$ 95.890) não tem itens como o tão desejado sistema multimídia.

Outros modelos que ficam entre os mais vendidos nesta faixa de preços, como o Hyundai Creta 1.6 e o Nissan Kicks 1.6, andam menos e gastam mais do que este Tracker, além de não serem tão novidade assim.

RECORDISTA DE CONSUMO

Falando nisso, o consumo de combustível é um grande destaque do Chevrolet Tracker 1.0 três cilindros — o modelo é, hoje, o SUV compacto mais econômico do Brasil. Durante nossa avaliação, circulando em rodovias com limite de 120 km/h – quando o conta-giros fica estacionado a moderadas 2.500 rpm – o Tracker marcou médias de 15 a 16 km/l – mais do que os 13,7 km/l registrados pelo PBEV-Inmetro. E na cidade, mesmo com trânsito, foi fácil chegar aos 11 km/l com a ajuda do sistema start-stop. Muito bom, de fato, para um modelo automático.

Muita gente não vai nem sentir falta da potência extra do motor 1.2 turbo

Em relação a esta mecânica 1.0, o Tracker não impressiona pelos números – são 116 cv de potência e 16,8 kgfm de torque, próximos do que se vê em motores 1.5 ou 1.6 aspirados dos já citados Creta e Kicks, por exemplo. O resultado certamente seria melhor se a marca tivesse adotado, além do turbo, também a injeção direta – mas custos de fabricação se elevaria, o que poderia acabar prejudicando sua competitividade neste segmento.

AO VOLANTE

Ainda assim, o conjunto propulsor é muito bom. Além do consumo moderado, o torque entregue na totalidade em baixas rotações ajuda bastante na dirigibilidade, fazendo o Tracker parecer sempre bastante “leve” e disposto.

O câmbio automático bem calibrado e decidido ajuda neste ponto, mas faltam as aletas no volante: as trocas sequenciais são feitas por um botão na alavanca (e somente depois que se seleciona o modo L). E, também graças à precoce força do motor turbinado, não é necessário ficar subindo muito os giros do motor.

Assim, o silêncio impera na cabine na maior parte do tempo – exceção feita a raros momentos de retomadas fortes e ultrapassagens, principalmente se o carro estiver mais carregado. Já as suspensões são bastante macias, porém poderiam ser um pouco mais bem isoladas: em alguns pisos, transmitem muito ruído para dentro da cabine.

 

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O acabamento da cabine é simples e a posição de dirigir, bem elevada e confortável. Os controles das luzes de leitura dianteiras e do serviço On-Star, de socorro e concierge. A alavanca de câmbio com o botão na lateral para trocas manuais (depois que se coloca no modo L)

Mesmo se tratando da versão automática mais acessível da linha do SUV, este Tracker LT está longe de ser um carro “pelado”: entre outros itens, é equipado com seis airbags, sensor de estacionamento, câmera de ré, faróis com ajuste de altura e piloto automático.

O acabamento interno poderia ser melhor, como o do Renegade – mas fica na média de outros rivais, como o T-Cross ou o Creta. Não há materiais macios ao toque, mas as texturas e o design agradam aos olhos.

A posição de dirigir é elevada, como o consumidor deste tipo de carro costuma gostar, e bastante confortável, graças ao amplo ajuste da coluna de direção também em profundidade.

Os passageiros encontram bom espaço interno, mesmo no banco traseiro, e o porta-malas malas não está entre os maiores da categoria, que ficam na faixa de 440 litros, mas, com quase 400 litros, dá bem para o uso de uma família. A abertura pode ser feita pelo telecomando na chave ou por um botão de acionamento elétrico na tampa do porta-malas.

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A CABINE

Outro destaque do SUV, e dos Chevrolet em geral, está na central multimídia. Usá-la como roteador wi-fi gera um custo extra do pacote de dados e pode não ser tão útil para todos, pois a maioria das pessoas tem internet no próprio celular hoje.

Mas a localização da tela, os botões de atalho para algumas funções (físicos, não virtuais) e a interface clara e simples tornam seu uso bastante intuitivo e fácil. O quadro de instrumentos também agrada, com a tela multifunção central que exibe diversas informações, como os interessantes gráficos de consumo.

CONCLUSÃO

Com preço acessível, esta versão LT do Chevrolet Tracker 1.0 tem o que precisa. Um SUV de entrada honesto e muito econômico. E seu motor 1.0 parece agradar ao consumidor, tanto que a Chevrolet anunciou que, a partir deste mês, além das versões 1.0 manual e desta LT, as opções LTZ e a top Premier passam a adotar o motor menor no lugar do 1.2 – a topo de linha é a única que continua com a opção 1.2.

Segundo a marca, o consumidor tem procurado mais equipamentos, e não fazia sentido manter a lista mais completa – com alerta de ponto cego e de colisão (com frenagem automática), assistente de estacionamento, rodas aro 17 e ar-condicionado digital – “casada” com o motor 1.2. Até porque este 1.0, como vimos, já dá conta do recado.Chevrolet Tracker 1.0

Chevrolet Tracker LT 1.0
Preço básico R$ 87.490
Carro avaliado R$ 95.890

Motor: três cilindros em linha 1.0, 12V, duplo comando variável, turbo, start-stop
Cilindrada: 999 cm3
Combustível: flex
Potência: 116 cv (g/e) a 5.500 rpm
Torque: 16,8 kgfm (g) e 16,3 kgfm (e) a 2.000 rpm
Câmbio: automático, seis marchas
Direção: elétrica
Suspensões: MacPherson (d) e eixo de torção (t)
Freios: disco ventilado (d) e tambor (t)
Tração: dianteira
Dimensões: 4,270 m (c), 1,791 m (l), 1,624 m (a)
Entre-eixos: 2,570 m
Pneus: 215/60 R16
Porta-malas: 393 litros (+36 litros sob o assoalho)
Tanque: 44 litros
Peso: 1.228 kg
0-100 km/h: 11s7 (e)
Velocidade máxima:
177 km/h (e)
Consumo cidade: 11,9 km/l (g) e 8,2 km/l (e)
Consumo estrada: 13,7 km/l (g) e 9,6 km/l (e)
Emissão de CO2 104 g/km
Com etanol = 0 g/km
Consumo nota B*
Nota do Inmetro: B*
Classificação na categoria: B (SUV Compacto)*

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