O Chevrolet Tracker 2021 chegou, nacional e em nova geração. O SUV hoje não figura entre os mais vendidos, mas agora quer virar a mesa contra Honda HR-V, Jeep Renegade, Volkswagen T-Cross e quem mais quer que venha por aí. A nova geração tem novas dimensões, mais equipamentos e motores turbinados três cilindros 1.0 e 1.2. Os preços vão de R$ 82.000 a R$ 112.000. 

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Para sacudir este segmento, o novo Chevrolet Tracker 2021 deixou de ser importado do México para sair da fábrica de São Caetano do Sul (SP). É um projeto desenvolvido conjuntamente ao longo de quatro no Brasil, na China e nos Estados Unidos. A troca de passaporte trouxe a nova plataforma global GEM (Global Emerging Markets) –  a mesma do Onix e do Onix Plus. 

Frente ao antigo, o novo Chevrolet Tracker 2021 tem 1,2 cm a mais no comprimento (4,270 m) e 1,5 cm extras tanto na largura (1,791 m) quanto no entre-eixos (2,570 m). O porta-malas está 30% maior, indo a 393 litros (306 no antigo). O assoalho do compartimento de bagagens ajustável em dois níveis aumenta em 36 litros no mais baixo.

Para efeito de comparação, o Renault Duster acomoda 475 litros, o Honda HR-V 437, o Nissan Kicks 432, o Hyundai Creta 431 e o VW T-Cross 373 e o Jeep Renegade flex, 320.

Mais espaço

Apesar da altura da carroceria do Chevrolet Tracker  ter diminuído 5,2 cm (1,626 m), quem viaja atrás encontra mais espaço para pernas (7,4 cm), ombros (4,6 cm) e cabeça (1,9 cm). A amplitude ainda é cooperada pela área envidraçada 15% maior e o teto solar panorâmico (na topo de linha Premier).

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Outros elogios vão aos materiais empregados no acabamento do Chevrolet Tracker, nos confortáveis bancos e na combinação das cores preta e azul. O quadro de instrumentos tem tela TFT colorida ao invés da monocromática do Onix/Onix Plus.

A central multimídia do Chevrolet Tracker 2021, a MyLink, está nas cinco versões (Turbo 1.0 manual, LT 1.0, Turbo AT 1.2, LTZ 1.2 e PREMIER 1.2). Tem Android Auto/Apple CarPlay e tela ampliada para 8”. Também estão presentes o sistema OnStar e o Wi-Fi embarcado, fazendo do Tracker o primeiro do segmento a oferecer nível 4 de conectividade. 

Gosto pode ser subjetivo, mas é inegável a beleza do Chevrolet Tracker. As linhas vincadas transmitem a nova linguagem do fabricante e um dos destaques é o acabamento cromado frontal invadindo os faróis Full LED (com DRL e sistema auxiliar lateral, que aumenta em 11% a luminosidade em manobras e curvas, assim como luzes de seta verticais). Atrás, as lanternas bipartidas em posição elevada possuem 40 leds.

O rack de teto do Chevrolet Tracker pode acomodar até 100 kg de cargas, enquanto as belas rodas usinadas de 17” vestem pneus de medidas 215/55 R17. Quem quiser uma pegada diferente pode instalar o kit Sport (R$ 3.500), com prolongadores nos para-choques, ponteira de escape dupla e estribo lateral. 

Coração valente

Se o primeiro Chevrolet Tracker à venda no Brasil era um “jipinho”, depois ele não se encabulou de assumir um lado urbano, voltado para o asfalto. Sob o capô, saiu de cena o motor 1.4 turbo de 150 cv/153 cv de potência (g/e) e 24 kgfm/24,5 kgfm (g/e) para a entrada dos motores tricilíndricos turbinados 1.0 (do Onix e do Onix Plus) e o exclusivo 1.2. 

Em ambas motorizações, o turbocompressor do Chevrolet Tracker trabalha com 1.2 bar de pressão e são até 133 cv de potência e 21,4 kgfm (etanol). Não pense que essa troca diminuiu o desempenho.

Ao contrário: o poderio do motor 1.2 do Chevrolet Tracker 2021 aparece logo após a marcha lenta e garantindo boas acelerações, seja em saídas de semáforos ou ultrapassagens. Ainda joga a favor, o peso 144 kg menor comparado ao Tracker antigo resultando em uma relação peso x potência de 9,55 kg/cv. 

Dirigindo o Chevrolet Tracker de maneira tranquila, o câmbio automático muda as seis marchas abaixo de 2.000 rpm. Apesar de bem escalonado, é uma pena não ter as aletas no volante para trocas sequenciais. Elas são realizadas só na posição Low e por um nada prático botão na lateral da alavanca.

O isolamento acústico do Chevrolet Tracker cumpre seu papel, não transmitindo o ruído do motor para dentro da cabine, mas incomodam os ruídos internos ouvidos em ruas esburacadas ou de paralelepípedos. 

Melhor ao volante

Embora já afiada na geração anterior, a dinâmica do novo Chevrolet Tracker melhorou com a adoção do subframe dianteiro reforçado e alongado. As suspensões filtram e absorvem muito bem as irregularidades do asfalto. E ao abusar nas curvas, o Torque Vectoring atua nos freios distribuindo a força nas rodas dianteiras para corrigir a trajetória. A dirigibilidade fica completa pela direção macia.  

Os freios do Chevrolet Tracker têm discos de 15” na dianteira e tambores no eixo traseiro. Não ache uma falha do SUV, pois eles estão bem calibrados e, segundo os testes do fabricante, de 100 a 0 km/h são necessários poucos 40,8 m. Ainda em segurança, estão presentes seis airbags, alerta de colisão com frenagem de emergência, sensor de pontos cegos e controles de tração e estabilidade.

As revisões do Chevrolet Tracker ocorrem a cada 10.000 km e a garantia é de três anos – de um ano na versão PCD, que custa R$ 70.000, mas com as isenções sai por R$ 56.870. Entre os itens, essa última possui motor 1.0 turbo associado a câmbio automático, seis airbags e os já citados controles de tração e estabilidade. É melhor a concorrência tomar cuidado com a ofensiva do Tracker. Ela será pesada.

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FICHA TÉCNICA

CHEVROLET TRACKER 2021

Preço básico: R$ 82.000 (Turbo MT 1.0)
Carro avaliado: R$ 112.000 (Premier)
Motor: três cilindros em linha 1.2, 12V,  duplo comando variável, turbo, start-stop
Cilindrada: 1200 cm³
Combustível: flex
Potência: 132 cv (g) e 133 cv a 5.500 rpm (e)
Torque: 19,4 kgfm (g) e 21,4 kgfm a 2.000 rpm (e)
Câmbio: automático, seis marchas 
Direção: elétrica
Suspensão: MacPherson (d) e eixo de torção (t)
Freios: Disco ventilado (d) e tambor (t)
Tração: Dianteira  
Dimensões: 4,270 m (c), 1,791 m (l), 1,626 m (a)
Entre-eixos: 2,570 m
Pneus: 215/55 R17
Porta-malas: 393 litros (+36 litros sob o assoalho)
Tanque: 44 litros
Peso: 1.271 kg
0-100 km/h: 11s1 (e)
Velocidade máxima: 185 km/h (e)
Consumo cidade: 11,2 km/l (g) e 7,7 km/l (e) 
Consumo estrada: 13,5 km/l (g) e 9,4 km/l (e)
Emissão de CO2: 111 g/km
Nota do Inmetro: B
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