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Na Europa, o Citroën C4 Cactus é um hatchback. Aqui no Brasil, chegou como SUV compacto. A marca elevou (bastante) as suspensões, mudou detalhes estéticos – mas não as formas da carroceria – e o chama de “SUV C4 Cactus” para convencer que é, de fato, um utilitário-esportivo. Depois de avaliar as versões automáticas – 1.6 flex aspirada de 118 cv e turbinada de 173 cv – é hora de ver como anda o Cactus com câmbio manual.

Este C4 Cactus custa R$ 69.990 na versão Live ou R$ 75.990 na Feel avaliada. É preço de rivais da categoria, como o Nissan Kicks MT, mas também de alguns hatches compactos, como o Fiat Argo 1.8 (de R$ 65.990 e R$ 69.990, passando de R$ 80.000 com opcionais). Assim, o francês pode ser alternativa não só a outros SUVs, mas também a hatches. E, nesse ponto, a metamorfose de hatch em SUV ter sido apenas parcial o coloca bem no meio das duas categorias.

Para quem quer um carro com visual inovador e as vantagens de uma suspensão elevada para passar sem dó em buracos e valetas, o Cactus é uma opção bacana. A carroceria pode não diferir muito daquela de um hatch e a posição ao volante não é muito alta, mas na dinâmica dá a sensação de SUV – com a maciez exagerada das suspensões, por exemplo, que compensam com ótimo amortecimento e robustez. Completam o “lado SUV” a direção lenta e a dianteira que gosta de escapar (o ESP faz falta).

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Você pode comprar esse Cactus manual pelo preço atraente ou por não fazer questão de carro automático. Mas não o faça pelo prazer de trocar marchas (ainda há quem goste): os engates são bem imprecisos, principalmente da primeira. Pena, pois o motor 1.6 é valente: tem pouca força em baixas rotações, depois “estica” bem. Mas cobra no consumo (nota C), em parte por culpa de ter só cinco marchas: na estrada gasta mais que o 1.6 automático, pois trabalha em giros mais altos: para manter 120 km/h o motor fica a quase 3.500 rpm (a leitura do instrumento é ruim, pula de 500 em 500 rpm). Já na cidade, leva vantagem por ser manual e a sexta não fazer diferença: roda 11 km/l com gasolina, segundo o Inmetro. Legal que há indicador de troca de marchas no painel e também um item bem raro em carros manuais, o piloto automático.

De positivo, ainda podemos citar o baixo nível de ruído dentro da cabine, as luzes de circulação diurna, o sistema multimídia completo e com botões redundantes, a cabine espaçosa, principalmente na frente, e o interior bonito e diferente, com detalhes como as formas diferentes das portas. De negativo, o ar-condicionado é digital, mas não automático, o painel não é configurável e o porta-malas de boca pequena e alta tem 320 litros – similar ao de hatches de mesmo preço, como o Argo (300 litros). Hatch ou SUV? Talvez um pouco de cada um.


Ficha técnica:

Citroën C4 Cactus

Preço básico: R$ 69.990
Carro avaliado: R$ 76.825
Motor: 4 cilindros em linha 1.6, 16V, comando variável
Cilindrada: 1587 cm³
Combustível: flex
Potência: 115 cv a 6.000 rpm (g) e 122 cv a 5.800 rpm (e)
Torque: 15,5 kgfm (g) e 16,4 kgfm (e) a 4.000 rpm
Câmbio: manual, cinco marchas
Direção: elétrica
Suspensões: pseudo MacPherson (d) e eixo de torção (t)
Freios: disco ventilado (d) e tambor (t)
Tração: dianteira
Dimensões: 4,170 m (c), 1,714 m (l), 1,534 m (a)
Entre-eixos: 2,600 m
Pneus: 205/55 R17 (Feel: 205/60 R16)
Porta-malas: 320 litros
Tanque: 55 litros
Peso: 1.156 kg
0-100 km/h: 9s8 (g) e 10s4 (e)
Velocidade máxima: 186 km/h (g) e 193 km/h (e)
Consumo cidade: 11,0 km/l (g) e 7,7 km/l (e)
Consumo estrada: 12,5 km/l (g) e 8,9 km/l (e)
Emissão de CO²: 115 g/km
Nota do Inmetro: C
Classificação na categoria: C (utilitário esportivo compacto)