25/07/2020 - 8:00
O Honda Civic Si é um carro que desperta pensamentos impróprios, seja nos consumidores ávidos por desempenho ou nos ‘normais’. Não há como ficar indiferente ao seu lado. Desde o primeiro modelo, cuja apresentação ocorreu no Salão do Automóvel de 2006, com estreia em nosso mercado em abril de 2007.
À época feito em Sumaré, no interior de São Paulo, um dos astros era o ‘girador’ motor 2.0 16V i-VTEC (K20) casado ao câmbio manual de seis marchas com relações curtas para entregar 192 cv a 7.800 rpm e torque de 19,2 kgfm a 6.100 rpm, além de possuir caixa de direção com relação específica, suspensões e barra estabilizadora mais firmes.
A produção do primeiro Si (sigla para Sport Injection) durou até 2011. E após ficar um tempo afastado de nós, ele retornou em 2014, agora importado do Canadá, com carroceria cupê – antes era um sedã – e trazendo motor 2.4 16V (K24) casado a caixa manual de seis marchas para oferecer 206 cv a 7.000 rpm e 23,9 kgfm a 4.400 rpm.
O Honda Civic Si atual apelou para a agressividade das linhas. No Brasil, ele é comercializado somente na opção cupê, mas lá fora os ‘gringos’ também podem comprá-lo na opção sedã. E a linha 2020 do esportivo chega às concessionárias acompanhadas de mudanças por dentro e por fora.
As novidades do exterior estão nas molduras em preto brilhante das luzes de neblina, que passam a ser de LED, com uma barra horizontal em formato de “L” na cor da carroceria. Os faróis seguem de LED. Outra alteração aparece nas rodas de 18” exibindo novo desenho e pintura preto fosco – os pneus Goodyear F1 possuem medidas 235/40 R18.
O design bem resolvido da traseira não sofreu mudanças e continua trazendo o belíssimo aerofólio em posição elevada, a barra de LED contínua e a saída de escape em formato poligonal.
Ao abrir a porta, os ares de frescor estão nos bancos esportivos, agora com faixa central em vermelho (antes, era cinza). A mesma tonalidade também aparece nas saídas de ar, nas costuras dos assentos, nas laterais de portas, no volante, na coifa de câmbio e também na iluminação do quadro de instrumentos digital em TFT.
O painel ganhou um acabamento em Dry Metal Carbon e também vieram novos itens de conforto/conveniência, entre eles, sensor de chuva e o carregamento de smartphones por indução. O multimídia de 7” possui conectividade Android Auto/Apple CarPlay, enquanto o áudio é composto por 10 alto-falantes e 450 W de potência.
+ Por pandemia, GP Brasil de F1 em 2020 é cancelado
+ VW Polo e a dúvida: o quanto pode variar o preço de um carro?
+ BMW confirma novo X6 M no Brasil até setembro
+ Volante do Copersucar de Fittipaldi vale R$ 40 mil
Desempenho empolgante… e melhorado
O motor de quatro cilindros 1.5 com turbo, injeção direta e duplo comando de válvulas (L15B7) também está presente nos modelos Civic, HR-V e CR-V. No Si, entre os aprimoramentos, ele recebe turbocompressor maior e intercooler frontal para entregar 208 cv a 5.700 rpm e 26,5 kgfm entre 2.100 rpm e 5.000 rpm.
Um aprimoramento mecânico da linha 2020 veio na relação de marchas 6% mais curta. Então, para conferir os efeitos da ‘mexida’ fomos à pista de testes da fábrica da Honda, em Sumaré (SP) – o mesmo local onde foi produzido o primeiro Honda Civic Si.
O fabricante organizou três provas para avaliarmos o comportamento dinâmico do cupê: 0 a 100 km/h, Slalom e Pro-Solo (um traçado travado e estreito desenhado com cones de sinalização). Todos os exercícios foram realizados no modo de condução Sport, que altera os parâmetros de aceleração, de suspensão e de assistência de direção.
No primeiro exercício, a nova relação 6% encurtada deixou o Honda Civic Si mais instigante ao volante. É preciso ‘olho vivo’ no quadro de instrumentos, pois a agulha das rotações sobe rápido e facilmente cortamos o giro ao menor momento de distração. É marcha em cima de marcha!
Se antes, a falta de ronco era uma crítica, o Civic Si passou a ter o Active Sound Control para emular o som do motor para dentro da cabine por meio dos alto-falantes. A função é ativada no modo Sport e ao contrário de outras marcas o do cupê da Honda não produz uma sonoridade tão sintetizada.
Após algumas passadas migramos para o Slalom e o ‘zigue-zague’ entre os cones comprovou o que já sabíamos. O Honda Civic Si é um carro pregado no chão! Nessa condição, a direção elétrica adaptativa de duplo pinhão com relação variável é rápida tanto ao esterço quanto ao retorno nos permitindo contornar os obstáculos com agilidade.
As suspensões do cupê são MacPherson na dianteira e multi-link atrás com um acerto esportivo dotado de molas mais firmes, barras estabilizadoras mais rígidas (30% a mais na frente e 60% a mais traseira), buchas sólidas e braços de controle atrás oriundos do radical Civic Type R. Também estão presentes amortecedores adaptativos e diferencial de deslizamento limitado.
Na prova de Pro-Solo, o Civic Si transmitiu boas respostas em baixas rotações, com o câmbio manual de seis marchas oferecendo engates muito precisos e curtos. O conjunto da obra do cupê possibilitou andar rápido e sem escapar de frente ou de traseira nas curvas do traçado preparado. Infelizmente, deixei o meu ‘lado piloto’ em casa e o meu tempo não foi o dos melhores.
As mudanças pontuais da linha 2020 do Civic Si o deixaram mais divertido de ‘tocar’ e ele desembarca por R$ 179.900 (versão única). Três cores estão disponíveis: Platinun White Pearl (fotos), Rallye Red e Crystal Black Pearl. Sem dúvidas, um ‘brinquedão’ capaz de arrancar sorrisos de qualquer cliente.
Ficha Técnica
Preço básico: R$ 179.900
Carro avaliado: R$ 179.900
Motor: 4 cilindros em linha 1.5, 16V, duplo comando continuamente variável, turbo, injeção direta
Cilindrada: 1498 cm³
Combustível: gasolina
Potência: 208 cv a 5.700 rpm
Torque: 26,5 kgfm de 2.100 rpm a 5.000 rpm
Câmbio: manual, seis marchas
Direção: elétrica
Suspensões: MacPherson (d) e multi-link (t)
Freios: disco ventilado (d) e disco sólido (t)
Tração: dianteira
Dimensões: 4,522 m (c), 1,799 m (l), 1,421 m (a)
Entre-eixos: 2,700 m
Pneus: 235/40 R18
Porta-malas: 334 litros
Tanque: 47 litros
Peso: 1.321 kg
0-100 km/h: 7s2*
Vel. máxima: 238 km/h*
Consumo cidade: 11,2 km/l
Consumo estrada: 13,7 km/l
Emissão de CO²: 110 g/km
Nota do Inmetro: B
Classificação na categoria:A (Esportivo)
*Estimado