09/06/2020 - 8:31
Sedã esportivo por R$ 100.000? Pode procurar que você não vai achar. Mas o novo e aguardado VW Virtus GTS agora é vendido por R$ 107.990. Se ele fosse esportivo apenas no visual, ou “esportivado”, como preferimos chamar esse tipo de carro, o preço seria injusto.
No entanto, além do visual incrementado – por dentro e por fora –, esse Volks ganha um motor mais forte e um acerto mais “no chão”. Vale o que custa? Sim, principalmente considerando que o Virtus Highline já custa R$ 94.090.
Visual invocado
No visual, o VW Virtus GTS deixa muito claro que é diferente. Rodas, para-choques, saias… são inúmeros os detalhes externos que lhe conferem um ar mais sofisticado e, sobretudo, bem mais esportivo. Mas o que mais chama a atenção é a linha vermelha que nasce dentro dos farois e atravessa a grade, além das maçanetas e retrovisores pretos.
Dentro da cabine do VW Virtus GTS, pedaleiras esportivas, detalhes vermelhos nas saídas de ar, grafia exclusiva do painel de instrumentos digital e bancos com abas generosas – até demais: ótimas para prender o corpo do motorista empolgado, mas é preciso cuidado ao entrar (eu batia na esquerda toda hora). Tudo isso garante ao sedã um verdadeiro “clima” de esportivo.
Nos itens de série, além de todo o bom pacote que vem no Virtus Highline (leia aqui a avaliação) – com quatro airbags, saídas de ar traseiras, multimídia excelente e muito mais –, ainda tem lanternas escurecidas e faróis full-LED com excelente iluminação.
Falta só um freio de mão elétrico. Fora isso, o Virtus é bastante tecnológico e bem equipado. Mas não pode ser chamado de sofisticado: são mais de R$ 100 mil em um carro com acabamento simples demais, que abusa de plásticos rígidos.
Além da aparência
Mas, convenhamos, uma boa parte do que este Virtus GTS mostrou até agora alguns de seus rivais têm, e talvez por menos dinheiro. Mas este sedã veio ao mundo de olho exclusivamente em quem busca esportividade ao volante.
E, nesse ponto, mesmo esquecendo tudo o que já foi citado, talvez só a melhoria mecânica do GTS frente ao Virtus 1.0 Highline já justifique os R$ 13.900 da diferença.
Em vez dos até 128 cv e 20,4 kgfm do motor três cilindros 1.0 turbo, aqui está o quatro cilindros 1.4 também turbinado, com 150 cv e 25,5 kgfm. Na ponta do lápis, o 0-100 km/h cai de 9,9 segundos para 8,7 e a máxima passa de 194 para 210 km/h.
Não é tanta diferença assim, mas claro que isso está longe de ser tudo que o GTS oferece a mais ao motorista. As retomadas são melhores, e, acima de tudo, há um seletor de modo de condução com opção Sport. E é nele que está a diversão.
Modo diversão
No modo Sport, o VW Virtus GTS fica bem “nervosinho”. Um carro muito gostoso de dirigir, de verdade. Sua calibragem passa a um acerto bem mais agressivo, com o mapa da transmissão segurando marcha, simulando punta-taco na hora das trocas, com efeitos dignos de esportivo “old school”. Certamente inspiram o motorista.
As suspensões recalibradas não chegam a ser duras, como em um esportivo de verdade (Renault Sandero RS, por exemplo). Mas o Virtus, mesmo com entre-eixos maior que o do Polo GTS, transmite agilidade e se segura muito bem nas curvas, obrigado (principalmente considerando a traseira com eixo de torção).
O painel de instrumentos digital, acima, é item de série. Completo, com diversas opções de visualização, é um dos destaques da cabine. Abaixo, o botão de partida junto à alavanca de câmbio. O freio de estacionamento é comum
Apesar de este ser um esportivo oferecido apenas com câmbio automático, o que alguns desaprovam, as trocas de marcha podem ser feitas sempre manualmente, e de modo imediato, usando as pequenas aletas no volante. Se você preferir, ainda pode usar a alavanca para isso – mas, na maior parte do tempo, dá para deixar a caixa no automático mesmo.
A polêmica do som
De frustrante, só o ronco “falso” do motor. Porque esse 1.4 turbo tem muitas aplicações “civis” – de T-Cross a Tiguan, passando pelo Jetta –, e é conhecido por sua operação silenciosa. Para agradar aos fãs de esportivos, então, a Volkswagen investiu em uma simulação de som, um emulador que aplica uma vibração na parte dianteira do painel para levar ao motorista uma sonoridade que combine mais com a proposta esportiva do sedã. Bom? Não exatamente. Ruim? Também não. Apenas aceitável, digamos.
O volante tem base achatada e ajuste de altura e profundidade. Abaixo, o detalhe do logo GTS e os comandos, bastante claros, no volante. No canto, a tela para a seleção do modo de condução, que transforma o carro
O bom é que quando você estiver com a família – porque este é um carro supostamente versátil –, ninguém vai reclamar do ruído (se você não deixar no Sport). Assim como os passageiros não se queixarão das suspensões e você não precisará virar sócio do posto de gasolina: andando na boa, fica fácil passar dos 14 km/l na estrada, outra vantagem do motor turbinado e do seletor de modo de condução.
No fim, este GTS é um modelo caro, sim, mas o Jetta GLI (leia aqui), com 225 cv, sai por no mínimo R$ 155.780. E não há outro modelo similar que divirta tanto ao volante. Então, como única opção, até que ele é uma ótima opção. E, lembrando porque muitos escolhem um sedã, tem um porta malas 521 litros (e, se você liga muito para isso, não compre o sistema se som Beats opcional, que rouba parte do espaço).
VW Virtus GTS
Preço básico R$ 107.990
Carro avaliado R$ 110.685