Por Flávio Silveira

Antes mesmo do lançamento mundial, o Discovery Sport, ainda em projeção, foi capa da revista MOTOR SHOW: revelamos aqui, em primeira mão, que ele seria fabricado em Itatiaia, na primeira fábrica do grupo JLR fora da Inglaterra. No lançamento oficial do SUV, ainda europeu, andamos em meio ao gelo da Islândia, e ele se saiu muito bem. Agora, oito anos depois, fomos e voltamos de São Paulo à fabrica carioca, com mais um passeio por trechos de terra nas redondezas, revisitar o modelo e conferir como ficou a sua linha 2024.

A fábrica inaugurada em 2016 sofreu bastante com o tombo do mercado brasileiro, e em 2023 produziu apenas 2.300 carros, quase um décimo da capacidade máxima anual instalada na fábrica hoje, de 24.000 unidades.

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Mas ela continua firme e forte, esperando por tempos melhores, enquanto produz em SKD o Discovery Sport e o Range Rover Evoque, que compartilham a mesma plataforma PTA. Enquanto o primeiro usa só motor flex, o segundo tem também opção a diesel (40% das vendas).

Após tantos anos e só um facelift, o SUV continua com um design surpreendentemente atual.

• Agora, ganha teto contrastante e novas grade, detalhes externos e rodas.
• Dentro da cabine, com acabamento acima da média e teto panorâmico gigante, as mudanças são mais perceptíveis: volta o cluster TFT, há nova soleira e, o mais notável, multimídia maior com tela curva de 11,4” (o que é bom).
 O multimídia “roubou” os comandos físicos de ar, volume, modos de direção, etc. (o que é ruim).
 A terceira fileira de bancos continua opcional.

Ao volante, como no design, ele envelheceu pouco.

As mecânicas são quase as mesmas, com a versão flex sendo a mais potente: são 250 cv e 360 Nm, com 0-100 em 8,1 segundos, enquanto o câmbio melhorou, segurando menos as marchas. Já a opção a diesel MHEV tem o mesmo câmbio de nove marchas e motor de 204 cv, mas leva vantagem no torque, de 430 Nm – importante no off-road. Por ser híbrida leve, tem isenção do rodízio em São Paulo e incentivos como desconto no IPVA, dependendo do estado.

O mesmo sistema, com motor elétrico de 140 Nm, garante arrancadas e retomadas mais ágeis, sem aquele retardo que é característico dos motores turbodiesel (apenas em algumas situações há uma certa demora, mas que ocorre por culpa da transmissão e é fácil de corrigir com trocas sequenciais) e um 0-100 km/ h em 8,6 segundos. Então, o Discovery D200 MHEV acaba sendo mais “leve” e gostoso de guiar. E, se custa mais, ele consome menos: fizemos mais de 12,5 km/l na estrada a 120 km/h.

Seja diesel, seja flex, o Discovery Sport é um 4×4 com valentia off-road acima da média, capaz de atravessar alagamentos de até 60 cm de profundidade e com um seletor de terreno que ajusta o carro à situação.

Tudo isso é combinado a um ótimo nível de conforto, seja pra ir ao shopping ou à fazenda.

Sendo assim, concorre tanto com SUVs de luxo 4×2 (pra quem não precisa disso) quanto com modelos “raíz” como SW4 e Pajero (pra quem precisa).

Mas o maior calo no seu pé certamente é o Jeep Commander, que tem preço bem mais atraente… mas acaba de somar ao motor a diesel um beberrão 2.0 turbo. Mas não garante o mesmo status e não tem a mesma tecnologia para o uso off-road.

(Fotos Divulgação)

Entre as mudanças da linha 2024, a volta do quadro de instrumentos digital, que estava em falta, e a nova central multimídia com tela maior e melhor – mas que “roubou” alguns comandos que antes eram físicos, sacrificando a praticidade em nome da estética. Acima, a nova alavanca de câmbio. Abaixo, o espaço na segunda fileira de bancos

Discovery Sport D200 SE R-Dyn.

Preço básico R$ 434.490
Carro avaliado R$ 466.490

Motor: quatro cilindros em linha 2.0, 16V, turbodiesel, MHEV (sistema híbrido leve)
Combustível: diesel
Potência: 204 cv a 3.750 rpm
Torque: 430 Nm (g) de 1.750 a 2.600 rpm
Câmbio: automático sequencial, nove marchas, aletas no volante
Direção: elétrica
Suspensão: MacPherson (d) e multilink (t)
Freios: disco ventilado (d) e disco sólido (t)
Tração: integral sob demanda, modos off-road
Dimensões: 4,597 m (c), 1,896 m (l), 1,727 m (a)
Entre-eixos: 2,741 m
Pneus: 235/50 R20
Porta-malas: 454 litros (157 com sete ocupantes)
Tanque: 65 litros Peso: 2.028 kg (7 assentos)
0-100 km/h: 8s6 (5 assentos) / 8s9 (7 assentos)
Velocidade máxima: 209 km/h
Consumo na cidade: 10,7 km/l
Consumo na estrada: 12,9 km/l
Nota do Inmetro: D
Classificação na categoria: B (Fora de Estrada Grande)