O novo Peugeot 408 foi registrado no Brasil, e por isso tem grandes chances de chegar ainda este ano ao mercado em versão híbrida – e, mais tarde, na elétrica, ainda inédita.

Mais um SUV-cupê (leia aqui sobre eles), você diria à primeira vista. Bem, não exatamente. Apesar de o nome já ter sido usado em um sedã (veja aqui a reportagem de 2015), ele não substitui nenhum modelo existente.

Digamos que é uma espécie de conceito próprio – um “crossover” que usa uma receita de SUV-cupê-fastback, a mesma copiada pela Fiat, marca-irmã no grupo Stellantis, no modelo Fiat Fastback (leia avaliação). É um crossover (termo para “mistura de carrocerias”) e tanto.

Peugeot 408
Uma enorme grade domina a dianteira, onde aparece um padrão geométrico tridimensional
na mesma cor da carroceria. As “‘presas’” de LED frontais “furam” os painéis das entradas de ar laterais. A cor Blu Obsession também é nova

A altura de 1,47 m, por exemplo, é parecida com a de um sedã como o Toyota Corolla (que tem 1,45 m), e bem menos que tem um Fiat Fastback (1,77 m), enquanto o comprimento de 4,70 m é maior que o do novo Honda Civic ou mesmo do que o de um SUV médio como o Toyota RAV4. E o entre-eixos é de enormes 2,78.

Afinal, o que é o Peugeot 408? Poderíamos defini-lo como um fastback, justamente por ter quatro portas e traseira de cupê, inclinada e afunilada, com a tampa traseira com um vidro, e que dá acesso direto à cabine.

Peugeot 408
Foto: Divulgação

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Peugeot 408: entre o 308 e o 3008

Um olhar mais atento, porém, também é capaz de detectar os arcos das rodas e os para-choques em plástico sem pintura, além da considerável distância do solo (de 19 cm).

De fato, há características de SUV, como esta e também as rodas de aros grandes, até 20 polegadas. Por outro lado, quando você se acomoda no banco do motorista, percebe que não está tão alto assim.

Digamos que fica no meio do caminho entre o 308 e o 3008, com um assento muito confortável e um volante pequeno, já marca registrada da fabricante francesa.

Pelas suas características, o estreante atende a quem gosta de originalidade e não pretende abrir mão de espaço interno – nem para bagagem, nem para passageiros –, mas dispensa a tração nas quatro rodas.

Afinal, só as dianteiras “puxam” o 408, independentemente dos motores da gama – dois a gasolina, um dos quais auxiliado por uma unidade elétrica, que dá vida à motorização híbrida plug-in (leia mais detalhes no quadro) que deve chegar primeiro ao Brasil.

Peugeot 408

Mas voltemos ao banco do motorista, onde se vê um habitáculo idêntico ao do 308 (ausente no Brasil).

Materiais de qualidade e cuidado construtivo são os habituais, assim como a instrumentação 100% digital, também em 3D se desejado, e a tela no centro do painel, com atalhos e fácil de gerenciar, graças aos layouts intuitivos.

Assim como o Fiat Fastback, o 408 se destaca pelo porta-malas: oficialmente, sua capacidade é de 536 litros na versão a gasolina e de 471 litros na plug-in, que tem baterias (corretamente) colocadas sob o piso de carga.

No primeiro caso, não fica muito longe do volume oferecido no SUV 3008 – e ainda oferece mais espaço no banco traseiro, graças ao seu comprimento 25 cm maior.

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O painel i-Cockpit de segunda geração é bem similar ao do 308. 1. Volante de diâmetro reduzido recortado na parte superior pra não esconder o display digital. 2. Instrumentação configurável de 10”. 3. Assentos com massagem e que podem ser controlados a partir da tela sensível ao toque de 10”. A carga da bateria pode ser conservada durante a condução. 4. Atalhos para multimídia, telefone e controle do ar-condicionado. 5. Carregador de celular por indução

Emissão zero

A única versão do modelo francês para este primeiro contato na Espanha é a mais potente da gama, o híbrido plugável com 225 cv de potência total e bateria de 12,4 kWh.

Este deve ser o primeiro Peugeot 408 lançado no Brasil e, segundo o fabricante, oferece a possibilidade de rodar sem usar os pistões por cerca de sessenta quilômetros, seja para uso diário na cidade ou para viagens de curta distância.

A verdadeira natureza do modelo, porém, aparece na estrada. O conforto está sempre presente: mesmo acima de 140 km/h, dá para conversar sussurrando, pois a cabine é bem isolada acusticamente.

Os bancos são confortáveis – fazem até massagem –, e motor e transmissão são bem ajustados entre si, enquanto a suspensão é suave.

Em suma, dá para rodar centenas de quilômetros sem cansar e, se aparecer uma estrada mais sinuosa, ele não decepciona. E, com o centro de gravidade mais baixo do que em um SUV, o rolamento da carroceria é reduzido, e o prazer de dirigir, aprimorado.

O 408 não tem ambição esportiva, mas o volante pequeno aumenta, nas curvas, a sensação de se estar em um carro mais “assentado”. Até o motor se destaca, com uma fluidez de funcionamento excepcional.

Além disso, a transmissão de oito marchas com conversor de torque é bastante rápida e responsiva, caso você prefira utilizar as aletas junto ao volante.

A prova de 0-100 km/h é cumprida em menos de oito segundos, e confirma que o powertrain híbrido plug-in, se provocado, é capaz de mostrar as garras. No Brasil, porém, será para poucos, custando mais de R$ 300 mil.

Raio-X do Peugeot 408: duas potências, uma bateriaPeugeot 408

Este Peugeot 408 nasceu da última variante da plataforma EMP2, já eletrificada. Além do motor a combustão para a Europa (1.2 três cilindros turbo a gasolina, com 130 cv), a Peugeot tem seu powertrain híbrido plug-in, com variantes de 180 e 225 cv (potência total; o Brasil deve ter a mais potente).

Em ambos, o 1.6 quatro cilindros turbo a gasolina é acoplado a um elétrico síncrono (saiba mais sobre motores elétricos aqui) de 110 cv, alimentada por bateria de lítio de 12,4 kWh.

Teoricamente, garante 60 quilômetros de autonomia sem emissão. As duas tem desempenho semelhante: na prova de 0-100 km/h, a diferença é de só três décimos.

O carregador de bordo aceita 3,7 kW. Opcionalmente, pode ter 7,4 kW, recarregando em duas horas, em vez de quatro (16A) ou oito horas (8A) “de série”.

Peugeot 408 HYBRID 225 e-EAT8

Preço Itália € 47.700 (R$ 265.000)
Preço Brasil (estimado) R$ 300.000

Motores: dianteiro, quatro cilindros em linha 1.3, 16V, injeção direta, duplo comando com variação na admissão e escape + dianteiro, elétrico
Cilindrada: 1.598 cm3
Combustível: gasolina + bateria (híbrido completo, paralelo)
Potência: 180 cv a 6.000 rpm / 110 cv /
Total do sistema: 225 cv
Torque: 250 Nm a 1.750 rpm / 320 Nm /
Total do sistema: n/d
Câmbio: automático, oito marchas
Direção: elétrica
Suspensões: McPherson (d) e multilink (t)
Freios: discos ventilados (d) e discos (t)
Tração: dianteira
Dimensões: 4,69 m (c), 1,84 m (l), 1,47 m (a)
Entre-eixos: 2,78 m
Pneus: rodas aro 20
Porta-malas: 471 litros
Tanque: n/d
Peso: 1.706 kg
0-100 km/h: 7s8 (Europa)
Vel. máxima: 233 km/h
Emissão de CO2:30g/km*
Consumo nota: A
Consumo médio (Europa): 77 km/l

A enorme grade domina a dianteira, com padrão tridimensional na cor da carroceria. As “‘presas’” de LED frontais “furam” as entradas de ar laterais. A cor Blu Obsession é nova
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