Dante Giacosa é o engenheiro projetista por trás do Fiat 500. Uma evolução do 500 Topolino, feito de 1936 a 1955, cuja missão era ser um automóvel prático/econômico em meio à crise que atingiu a Itália logo após o início da Segunda Guerra Mundial (1939 a 1945).

O simpático Nuova Fiat 500 (Cinquecento, em italiano) foi lançado em 1957 oferecendo duas portas suicídas (abertura invertida) e quatro lugares ao longo de 2,970 m de comprimento. Equipado com motor de dois cilindros de 479 cc refrigerado a ar, disposto na traseira, produzia 15 cv de potência.

Ícone de indústria foi o responsável por motorizar os italianos no pós-guerra e vieram as derivações, como a perua 500 Giardiniera e a variante esportiva Abarth à época apimentada para 26,3 cv de potência permitindo cravar 120 km/h de velocidade máxima. A produção do modelo clássico encerrou em 1975, porém, o fabricante retornou com o nome Cinquecento em um minicarro desenhado por Giorgetto Giugiaro e fabricado entre 1991 e 1998.

Fiat 500
Fiat 500 na versão Cult fabricada no México ao lado do modelo clássico (Foto: Cláudio Larangeira)

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O renascimento do Fiat 500 aconteceu em 2007, sendo que a partir de 2009 iniciou-se a importação do modelo da Polônia para o Brasil nas versões Sport e Lounge. Ambas, com motor 1.4 16V de 100 cv e opção de câmbio manual de seis marchas ou automatizado Dualogic de cinco. 


A partir de 2011 passou a vir do México e o Fiat 500 fincou os pés de vez no Brasil oferecendo propulsores 1.4 8V Fire EVO de até 88 cv de potência (etanol) ou 1.4 16V Multiair de 105 cv bebericando apenas gasolina. Além deles, também vieram as configurações Cabrio e a radical Abarth, a qual empregava um 1.4 turbinado de 167 cv de potência e 23 kgfm de torque.

“Sono cose della vita”

Já diria o cantor Eros Ramazzotti na música “Cose Della Vita” e a era da eletrificação chegou ao Fiat 500. À venda no Brasil unicamente na configuração Icon, a topo de linha também na Europa, ele cobra R$ 239.990 e se rivaliza com o Mini Cooper S E. Lá no “Velho Continente”, o Fiat 500e ainda é comercializado nas carrocerias Cabrio e na 3+1, sendo a pequena porta traseira com abertura suícida. Um estilo adotado pelo Mini Cooper Clubman de geração R55 (produzida de 2007 a 2014).

Fato é, que pela segunda vez a Fiat redesenhou o 500 sem comenter nenhum deslize. Uma obra-prima do design capaz de despertar amor à primeira vista. Os destaques vão para os faróis, agora divididos, os indicadores de direção saltados e chamados de Wing Arrows, as maçanetas embutidas, além dos detalhes cromados. O nome do fabricante só aparece na tampa do porta-malas. Tudo muito bem pensado e executado.

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Fabricado na Itália, o Fiat 500e cresceu frente ao antecessor e construído sobre a plataforma Mini BEV, ele espichou 8,5 cm no comprimento, 5,6 cm na largura, 2,5 cm na altura e 2,2 cm no entre-eixos transmitindo melhor habitabilidade aos ocupantes, enquanto o porta-malas manteve os 185 litros.

A cabine completamente redesenhada possui quadro de instrumentos totalmente digital de 7”, multimídia de 10,25” com Android Auto/Apple CarPlay sem fio e confortáveis bancos revestidos em couro com bordados Fiat – os encostos de cabeça são mais agradáveis frente ao do Fiat 500 importado do México.

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A abertura interna das portas é realizada por um prático botão e a ausência da alavanca de câmbio abriu espaço para quem viaja à frente, com as marchas (P,R,N e D) selecionadas por botões. A posição de dirigir seduz trazendo a coluna de direção, agora também ajustável em profundidade. No console central são encontrados os comandos de volume, do freio de estacionamento elétrico e do seletor de modos de condução, que falaremos mais adiante.

Fiat 500e
A posição da alavanca de câmbio é feita por meio de teclas, como era no antigo 500e (Foto: Divulgação)

Easter Eggs? Temos, e eles aparecem nos puxadores das portas com a inscrição “Made in Torino” e no desenho da cidade italiana no carregador de smartphone por indução (imagem acima).

Modos de condução e dirigibilidade livre de ruídos

O momento da partida é acompanhado pelas primeiras notas da trilha sonora de Amarcord de 1973, dirigido por Federico Fellini, com a composição de Nino Rota e Carlo Savina. Outro trecho é tocado novamente ao atingir 20 km/h para alertar os pedestres da sua aproximação. Uma pena que seja tocada apenas uma vez logo após ligar o carro.

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Como falamos anteriormente, o Fiat 500e oferece o seletor de modos de condução e o nosso convívio iniciou no programa Normal. Ele deixa o carro mais solto e não nega fogo pelas rápidas acelerações. Embora sejam “apenas” 118 cv de potência é o torque de 22,4 kgfm quem faz a diferença e arranca sorrisos junto da direção rápida/direta ao esterço, a qual transmite um melhor comportamento em relação tanto ao Fiat 500 Cult quanto a antiga variante do 500 elétrico, que foi mostrada no Brasil durante o Salão do Automóvel de São Paulo de 2014 (imagem abaixo).

Fiat 500e antigo
O antigo Fiat 500e esteve no Salão do Automóvel de São Paulo de 2014, mas à época a comercialização em nosso mercado não era cogitada (Foto: Divulgação)

O motor síncrono trifásico do atual Fiat 500e é alimentado pela bateria de 42 kWh e ao cravar o pé no pedal do acelerador o Fiat 500e não mostra a tendência de puxar o volante (Torque Steer) por conta da tração dianteira, enquanto as suspensões convivem muito bem em nosso asfalto e até lembram a calibração do modelo vindo do México. Ou seja, nada de batidas secas ou barulhos produzidos pelo trabalho do conjunto – o único ruído presente é o da rolagem dos pneus Goodyear Efficientgrip de medidas 195/55 R16.

Fiat 500e
Foto: Divulgação

Passando para o modo Range é possível dirigir o Fiat 500e apenas com o pedal do acelerador graças a regeneração de energia mais forte. Leva um tempo para se acostumar, mas depois fica bem prático. Ainda está disponível o Sherpa (os famosos guias nepalenses) que pode ser utilizado em situações de pouca carga. Essa função desliga o ar-condicionado, limita a velocidade em 80 km/h e aumenta o poder de regeneração; vale tudo para chegar em casa!

Os freios empregam discos ventilados de 281 mm no eixo frontal e tambores de 203 mm atrás. O Fiat 500 mexicano trazia discos nas quatro rodas, sendo ventilados de 257 mm à frente e de 240 mm atrás, para citar. Já a altura em relação ao solo do Fiat 500e é de 14,7 cm permitindo encarar valetas/lombadas sem a frente raspar com facilidade.

Hora de abastecer e itens de segurança

Para completar o tanque do Fiat 500e são necessárias seis horas (7,4 kW) ou quatro plugado em corrente de 22 kW. Entretanto, em carregadores ultrarrápidos 80% da carga é obtida em 35 minutos ou 50 km extras em poucos cinco minutos.

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Falando nos itens de segurança, o Fiat 500e brinda o motorista com um recheado pacote incluindo controlador de velocidade adaptativo (ACC), leitor de placas de trânsito, seis airbags (frontais, laterais e de cortina), assistente de faixas, alerta de pontos cegos e frenagem de emergência com detecção de pedestres. Embora não seja barato, o Fiat 500e conquista tanto pela boa dirigibilidade quanto pelo charme irrepreensível.

Fiat 500e
O logotipo da Fiat só aparece na tampa do porta-malas (Foto: Divulgação)

FICHA TÉCNICA
FIAT 500e ICON
Preço básico R$ 239.990
Carro avaliado R$ 239.990

Fiat 500e Icon
Motor: dianteiro elétrico, síncrono, ímãs permanentes
Combustível: a bateria
Potência: 118 cv a 4.200 rpm
Torque: 22,4 kgfm de 0 a 3.733 rpm
Câmbio: caixa redutora com relação fixa
Direção: elétrica
Suspensões: MacPherson (d) e eixo de torção (t)
Freios: disco ventilado (d) e tambor (t)
Tração: dianteira
Dimensões: 3,631 m (c), 1,683 m (l), 1,527 m (a)
Entre-eixos: 2,322 m
Pneus: 195/55 R16
Porta-malas: 185 a 550 litros (banco traseiro rebatido)
Bateria: íons de lítio, 42 kWh
peso: 1.352 kg
0-100 km/h: 9s
Velocidade máxima: 150 km/h
Consumo cidade: 7,3 km/kWh (QRT)
Consumo estrada: 5,4 km/kWh (QRT)
Emissão de CO2: zero g/km
Consumo nota A
Autonomia: 320 km (oficial)
Tempo de recarga: 6h (7,4 kW) / 4h (22 kW) / 18h31min (tomada normal, teste QRT) / 80% em 35 min ou 50 km de autonomia em 5 minutos (carregadores ultrarrápidos)
Nota do Inmetro: A (estimada)

 

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