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Entre as quatro versões 1.8 do Fiat Argo, a Precision AT6 é a que tem a melhor relação custo-benefício. Por R$ 67.800 você leva um carro muito bom de guiar, com um visual agradável e alto nível de conectividade. Com câmbio manual, essa versão é R$ 6.000 mais barata e também é interessante para quem não enfrenta congestionamentos diários numa grande cidade. Por R$ 4.000 a mais, a opção é também automática, mas na versão HGT, que traz piloto automático como item realmente relevante.

Mas o carro que avaliamos estava equipado com três kits de opcionais: Tech (R$ 3.500), Stile (R$ 2.200) e Parking (R$ 1.200). Assim, seu preço subiu para R$ 74.700 e já se tornou bem salgado. Vale a pena pagar R$ 3.500 para ter ar-condicionado digital e quadro de instrumentos em tela TFT de 7” personalizável, entre outros? Ou colocar mais R$ 2.500 para ter bancos de couro e rodas de liga leve aro 16? E mais R$ 1.200 para incluir sensor de estacionamento com câmera de ré? Isso só você é capaz de dizer para si mesmo – e ainda pode elevar o preço do Argo para R$ 77.200 se colocar airbags laterais (esses valem a pena).

Portanto, vamos falar das qualidades dinâmicas do Argo 1.8 Precision AT6. Com 1,75 litro de capacidade cúbica, o motor aspirado desse Fiat não tem uma grande potência específica, mas seus 135/139 cv (gasolina/etanol) dão conta do recado. As acelerações são muito boas e as retomadas de velocidade também, graças à boa relação de marchas da transmissão automática convencional. Melhor ainda porque já na configuração básica o Argo Precision AT6 oferece trocas pelas borboletas e pela alavanca de câmbio. Não passou despercebido o fato de que as marchas sobem para trás e reduzem para frente, como deveria ser em todos os carros com câmbio sequencial.

Essa combinação motor/câmbio em um carro muito bem equilibrado nas suspensões faz com que esse Argo Precision AT6 entregue ao motorista uma alta dose de satisfação ao volante. A posição de dirigir também é boa e pode ser ajustada com os bancos e com a coluna de direção (em altura e profundidade). Para além disso, o Argo pode até não ser um campeão no desfile de modas, mas não faz feio na passarela das ruas. Tanto para o motorista quanto para o restante da família que andar num Argo Precision, a experiência a bordo tende a ser agradável no que diz respeito à conectividade.

Se o quadro de instrumentos configurável é opcional (um luxo perfeitamente dispensável), a central multimídia tem tudo que é necessário hoje em dia. É verdade que não tem DVD player (está saindo de moda até em carros caríssimos) nem GPS, mas quem usa o navegador do carro quando se tem Waze e Google Maps no smartphone? Ninguém. Por isso, a central UConnect de 7” com tela tátil e visual moderno é compatível com Android Auto e Apple CarPlay, trazendo seus principais aplicativos numa tela flutuante bem posicionada no alto do painel. Por enquanto, o Argo não decolou nas vendas. Vem mantendo uma média de 3.200 carros/mês nos últimos dois meses, o que é muito pouco perante os 14 mil/mês do Chevrolet Onix e os 8,6 mil/mês do Hyundai HB20, seus dois principais rivais. Mas a culpa não é dessa versão!


Ficha técnica:

Fiat Argo Precision 1.8 AT6

Preço básico (AT): R$ 67.800
Carro avaliado: R$ 74.700
Motor: 4 cilindros em linha 1.8, 16V, start-stop
Cilindrada: 1747 cm3
Combustível: flex
Potência: 135 cv a 5.750 rpm (g) e 139 cv a 5.750 rpm (e)
Torque: 18,8 kgfm a 3.750 rpm (g) e 19,3 kgfm a 3.750 rpm (e)
Câmbio: automático sequencial, seis marchas
Direção: elétrica
Suspensões: MacPherson (d) e eixo de torção (t)
Freios: disco ventilado (d) e tambor (t)
Tração: dianteira
Dimensões: 3,998 m (c), 1,724 m (l), 1,507 m (a)
Entre-eixos: 2,521 m
Pneus: 195/55 R16
Porta-malas: 300 litros
Tanque: 48 litros
Peso: 1.624 kg
0-100 km/h: 11s4 (g) e 10s4 (e)
Velocidade máxima: 189 km/h (g) e 191 km/h (e)
Consumo cidade: 10,1 km/l (g) e 7,1 km/l (e)
Consumo estrada: 13,3 km/l (g) e 9,5 km/l (e)
Emissão de CO2: 116 g/km
Nota do Inmetro: B
Classificação na categoria: A (Compacto)