02/06/2016 - 22:26
A Fiat tem experiência com versões aventureiras. A ideia de oferecer aos consumidores opções mais robustas visualmente nasceu com a perua Palio Weekend Adventure em 1999. A receptividade do público foi boa e a receita acabou sendo seguida por Strada, Doblò e Idea. Dessa proposta Adventure surgiu posteriormente o conceito Way, já utilizado pelo antigo Mille, pelo Palio Fire e pelo Uno atual. Agora chegou a vez do subcompacto Mobi ter uma configuração mais “parruda” para chamar de sua. Segundo a Fiat, essas configurações correspondem entre 40% e 50% das vendas, devendo ficar com pelo menos 35% do mix no Mobi. Com isso, a Fiat estima fechar as vendas mensais do modelo com 4.000 carros. A previsão inicial era de 7.500 carros/mês.
São duas versões: Way (R$ 39.300) e Way On (R$ 43.800). Elas se diferenciam das demais configurações (Easy, Easy On, Like e Like On) pelo visual que apela para o fora de estrada, exibindo para-choques exclusivos, rack de teto, rodas com desenho exclusivo, suspensão elevada e novas molduras dos para-lamas e das caixas de rodas. Tanto a Way quanto a Way On tem motor aspirado de quatro cilindros 1.0 Fire EVO Flex de 73/75 cv (gasolina/etanol) — o mesmo bloco do Uno/Palio Fire — e câmbio manual de cinco marchas. Você deve estar se perguntando sobre o motor tricilíndrico? A estreia desse propulsor está marcada para o Uno ainda neste ano.
Ao volante, o desempenho do Mobi é condizente com a sua proposta. O pequeno Fiat embala com facilidade, contribuindo para uma dirigibilidade honesta. E parte desse fôlego é atribuído ao seu peso de 940 kg (versão Way) e de 966 kg (na Way On). Só para comparar, o Uno Way 1.0 têm 980 kg. Ou seja, o Mobi Way 1.0 pesa 40,4 kg a menos que o Uno Way 1.0. Embora esse conjunto mecânico esteja de acordo com o carro, nas subidas mais íngremes é preciso reduzir marchas fazendo o ruído do motor invadir a cabine. Nada que fuja à regra. Aliás, lembre-se que estamos dirigindo um carro com motor de um litro. O câmbio é manual de cinco marchas, porém, os engates poderiam ser um pouco mais precisos, por exemplo, como o da segunda para a terceira.
Lado a lado com o Mobi Like (CONFIRA AQUI A AVALIAÇÃO), as suspensões do Way são 1,5 cm mais altas. Vieram novas molas, novos amortecedores, além da configuração aventureira ser a única da família a ter barra estabilizadora dianteira. O conjunto agrada pelo conforto ao rodar e pelo controle nas curvas, com pouca rolagem de carroceria, além de se sair bem no fora de estrada. Também agrada a forma como esse conjunto filtra e absorve as irregularidades do piso, por exemplo, como buracos, costelas e outras irregularidades do off road. A direção é hidráulica, entretanto, tem o peso e a precisão corretos em baixa e em altas velocidades. Essa caixa vem do Uno, assim como os discos de freios dianteiros — os tambores traseiros são diferentes: 203 mm no Uno contra 185 mm do utilizado pelo Mobi.
Segundo a Fiat, o Mobi e o Uno têm propostas e tamanhos diferentes: o Mobi Way mede 3,596 m de comprimento, enquanto o Uno Way possui 3,811 m. Já as medidas internas do Mobi são praticamente as mesmas do irmão maior. Para facilitar o acesso à cabine, as suas portas possuem abertura de 70º (dianteiras) e de 80º (traseiras). Uma vez dentro… Embora o acabamento abuse de plásticos, não há falhas ou rebarbas e o materia escolhido é agradável ao toque. O opcional Live On estará disponível a partir de julho/agosto. Ele permite uma interatividade com o smartphone do motorista, além de acesso ao Eco Drive que ensina a dirigir de maneira mais eficiente e o Car Parking para localizar onde o carro está estacionado.
O Way vem equipado com ar-condicionado, direção hidráulica, vidros e travas elétricas, volante e banco do motorista com regulagem de altura, computador de bordo, rodas de aço aro 14” com calotas, limpador e desembaçador traseiro, maçanetas e capas dos retrovisores na cor da carroceria, cintos de segurança dianteiros com ajuste de altura, predisposição para rádio e cargo box (espaço com três divisórias abaixo do assoalho do porta-malas).
Já a Way On acrescenta rodas de liga leve, também aro 14”, faróis de neblina, sensor de estacionamento, rádio Connect com conexão Bluetooth, comandos no volante e função streaming de áudio, retrovisores elétricos com repetidores de seta e função Tilt Down (espelho esquerda abaixa automaticamente ao engatar a marcha à ré), painel com acabamento em preto brilhante, revestimento interno com tecido bicolor, porta-óculos, alças de segurança no teto, console no teto e apoio para o pé do motorista.
Quem viaja atrás encontra espaço pequeno. Pessoas de alta estatura (1,80 m) podem sofrer para encontrar uma posição agradável. O console de teto com porta-objeto e espelho adicional é uma exclusividade do Way On. Já o porta-malas tem apenas 215 litros, com a inovação ficando com a tampa de vidro que, segundo a Fiat, possui 5 mm de espessura e suporta o impacto de um objeto de meio quilo a 28 km/h. Caso seja preciso um reparo, o preço fica próximo ao valor de um para-brisas (em torno de R$ 1.500).
E falando em colisão, o Mobi passará em breve pelo crivo do Latin NCap. A Fiat acredita que o Mobi ganhará três estrelas para a proteção de adultos, já seguindo as novas regras, que são mais rígidas em relação ao ano passado.
FICHA TÉCNICA
FIAT MOBI WAY ON
Preço básico: R$ 43.800
Carro avaliado: R$ 43.800
Motor: 4 cilindros em linha 1.0, 8V
Cilindrada: 999 cm3
Combustível: flex
Potência: 73 cv a 6.250 rpm (g) e 75 cv a 6.250 rpm (e)
Torque: 9,5 kgfm a 3.850 rpm (g) e 9,9 kgfm a 3.850 rpm (e)
Câmbio: manual, cinco marchas
Direção: hidráulica
Suspensão: McPherson (d) e eixo de torção (t)
Freios: disco sólido (d) e tambor (t)
Tração: dianteira
Dimensões: 3,596 m (c), 1,685 m (l), 1,550 m (a)
Entre-eixos: 2,305 m
Pneus: 175/65 R14
Porta-malas: 215 litros
Tanque: 47 litros
Peso: 966 kg
0-100 km/h: 14s6 (g) e 13s8 (e)
Velocidade máxima: 151 km/h (g) e 152 km/h (e)
Consumo cidade: 11,9 km/l (g) e 8,4 km/l (e)
Consumo estrada: 13,3 km/l (g) e 9,2 km/l (e)
Nota do Inmetro: B
Emissão de CO2: 107 g/km
Classificação na categoria: A (Micro Compacto)