Foram poucas, mas boas, as mudanças que a Fiat promoveu na linha 2026 do Pulse Abarth. A dianteira é nova, e mais invocada, enquanto as rodas cresceram permanentemente para 18 polegadas, com pneus de perfil um pouco mais baixo. Teto panorâmico com cortina elétrica e novos bancos com ajustes elétricos para o motorista entram no pacote. Tudo isso por R$ 158 mil.  

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Nenhum outro custa menos

Pare e pense…não existe carro esportivo 0 km mais barato. Seu irmão Fastback Abarth custa R$ 20 mil a mais (pelo mesmo conteúdo, basicamente), enquanto a Volks salga muito o preço do seu Nivus GTS, hoje tabelado em R$ 183 mil. Então, sim: o Pulse Abarth é o esportivo legítimo menos caro do mercado brasileiro. Mas, só isso? 

Fiat Pulse Abarth 2026 – Foto: Lucca Mendonça

Quem viu essa linha 2026, gostou. Mudaram grade e parachoque, bem como o desenho das rodas (totalmente pretas), num conjunto mais sóbrio. Esqueça as faixas adesivas laterais, capas dos retrovisores vermelhas, ou então os frisos vermelhos na dianteira: tudo isso caiu fora. Agora ele quer ser mais discreto e elegante. Deu certo.  

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1.3 turboflex segue acertado

Sob o capô continuou o 1.3 turboflex de quatro cilindros, que só passou por recalibrações em prol do Proconve, ainda com 180/185 cv de potência e 27,5 mkgf de torque (gas/eta). Considerando que os Jeep baixaram para 176 cv, manter o Pulse Abarth com a cavalaria original é motivo de comemoração. A caixa automática de seis marchas, aqui calibrada para relações longas e trocas mais sentidas, está no mesmo lugar. Diria que a maior novidade mecânica é a nova injeção eletrônica fornecida pela BorgWarner, que entra no lugar do sistema Vitesco anterior. Nada além. 

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Esse 1.3 turbo é dos bons. Acorda cedo (tem pico de força a 1.750 rpm), e com ele o Pulse Abarth ganha vida aos menores toques no acelerador. Aliás, a calibração eletrônica do pedal direito é sensível, com pouco delay. O turbolag também é pequeno, formando um conjunto quase ideal para a proposta esportiva do carro.  

Fiat Pulse Abarth 2026 – Foto: Lucca Mendonça

O câmbio com as seis marchas longas aproveita de forma crescente e progressiva a força prematura do 1.3 turbo. Não faria sentido uma transmissão curtinha, para subir o giro do motor, sendo que aqui o torque vem muito cedo. Faria o carro gastar mais e ficar mais barulhento, por exemplo. De qualquer forma, essa caixa brinda com as trocas rápidas e, no modo manual, mais permissivas, especialmente para reduções. E, quem curte a tocada esportiva, vai se alegrar com os “tranquinhos” nas passagens. No modo Poison, claro, ele fica ainda mais esperto.  

Fiat Pulse Abarth 2026 – Foto: Lucca Mendonça

E, falando em barulho, um dos grandes diferenciais desses Abarth é o ronco natural, ecoado pelo sistema de escapamento exclusivo, com saída dupla. Nada de som simulado, caixa de ressonância ou alto-falantes que imitam barulho de motor potente: esse Pulse Abarth soa bonito desde a partida, e ainda mais na hora de acelerar.  

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Pulse Abarth no uso: essa fera aí, meu! 

O Pulse Abarth continua uma ferinha. Não é do tipo de carro que te aborrece no uso diário, já que mantém as qualidades de um SUV, como o porta-malas decente, espaço para pelo menos quatro adultos, posição de guiar elevada (melhor visibilidade), ar-condicionado potente e, principalmente, uma carroceria altinha, que permite encarar buracos, lombadas e valetas sem reclamar. Antes de esportivo, o Pulse é SUV. 

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Ao mesmo tempo, alegra nas acelerações, como não poderia ser diferente: o tempo do 0 a 100 km/h, cumprido em apenas 7,6s, já diz muito, assim como a máxima de 215 km/h. Esses números de desempenho, aliás, são os mesmos que ele traz desde a estreia, em 2022.

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Já o consumo de combustível, esse ficou até um pouquinho melhor, especialmente no uso urbano: aferidos, 11,7 km/l na cidade e bons 14,8 km/l na estrada, com gasolina nos dois casos. O motor 1.3 turbo, vale lembrar, também se mostra eficiente com etanol: em ciclo misto, fez 11,5 km/l de média nos testes.  

Fiat Pulse Abarth 2026 – Foto: Lucca Mendonça

Porém, ganha dali, e perde daqui: o tanque de combustível dessa linha 2026 baixou para 45 litros, contra os 47 de antes. É um mal que atinge toda a linha Pulse 2026, causado pelas novas leis de emissões de poluentes. Mesmo que, nesse Abarth, o 1.3 turboflex mostre suas melhores médias de consumo, o tanque pequeno limita a autonomia em viagens longas, por exemplo.  

Fiat Pulse Abarth 2026 – Foto: Lucca Mendonça

No geral, hoje o SUV esportivo também opera um pouco mais silencioso, especialmente nos ruídos de acabamento. A Fiat, ao longo dos últimos anos, deu uma caprichada no interior dos seus Abarth, que agora conta com menos plásticos duros, encaixes mais alinhados (inclusive da polêmica tampa do porta-luvas) e componentes menos baratos. Ficou caprichado. 

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Essas novas rodas aro 18 calçam pneus Goodyear de perfil mais baixo. Tudo bem que eles tiram um pouquinho mais do conforto a bordo (o carro ainda concilia bem aspereza esportiva e absorção da buraqueira, apesar disso), porém superam o jogo anterior, Dunlop de perfil 215/50, em matéria de aderência (“cantam” menos).  

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O Pulse Abarth é bom nas curvas, mostrando apenas uma leve tendência de sair de frente só quando é levado ao limite. Isso com modo Poison desligado, ou seja, sem a função de distribuição automática de torque entre as rodas. Freios? Nada de discos na traseira, ainda. Mas, chega a impressionar o quanto ele é eficiente nas frenagens fortes, graças aos discos dianteiros ventilados de grandes dimensões (305 mm, enquanto os de um Jeep Commander Blackhawk tem 330, em comparação). 

Fiat Pulse Abarth 2026 – Foto: Lucca Mendonça

As novidades da linha 2026 do Pulse Abarth

A bordo, os tais novos bancos dianteiros deixaram a cabine mais bonita, sem dúvidas. São mais estilizados, encorpados, tem abas mais pronunciadas e, isso sim, são exclusivos do Pulse Abarth. Porém, na ergonomia, seguem a receita competente dos anteriores. Só seguram melhor o corpo nas curvas, ainda que continuem planos demais: em frenagens muito fortes, o motorista tende a “escorregar” para frente. Ajustes elétricos para o motorista facilitam a melhor posição de guiar.  

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Enquanto isso, o inédito teto panorâmico, com vidro fixo, aumenta a área envidraçada e deixa o interior com sensação de maior amplitude, em que pese o “all black” em carpete, colunas, teto, bancos, painel e afins. Perdoando apenas a barulhenta persiana elétrica, que ao menos tem função de abre e fecha por um clique, uma tremenda evolução para o Pulse Abarth. É a única versão com esse teto de série, aliás. 

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Equipamentos

Além deles, há inéditas luzes de cortesia nos parassóis (não, ele não tinha isso até a linha 2026), multimídia de 10,1” com conexões sem fio, roteador de internet a bordo, ar-condicionado digital automático, carregador de celular sem fio, partida remota do motor, painel digital de 7” com layout exclusivo, conjunto óptico full LED, sensores de chuva e crepuscular, retrovisor interno fotocrômico, freio de mão eletromecânico com função Auto Hold, sensores de estacionamento dianteiros e traseiros, câmera de ré, saídas de ar-condicionado traseiras, navegador GPS embutido, carregador de celular sem fio e por aí vai.  

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Na segurança, lados bons e ruins: alerta de colisão frontal, frenagem autônoma de emergência, alerta de saída de faixa ativo e farol alto com comutação automática são itens presentes no pacote do Abarth. Bacana! Só que oferecer apenas quatro airbags, dois na frente e dois laterais dianteiros, é uma mancada das grandes. Hoje em dia, até carros de entrada, como Hyundai HB20 ou Chevrolet Onix, trazem seis bolsas… 

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Completo como nunca e nervoso como sempre 

Nunca tivemos um Abarth tão completo no mercado brasileiro. Esses “luxos” de bancos inéditos, ajustes elétricos para o motorista, teto panorâmico e até das luzinhas de parassóis, garantiram mais personalidade ao tal Pulse esportivo. O lado nervoso, com desempenho esportivo e ronco engrossado, fica por conta da boa mecânica de sempre. E, pelos preços cobrados pela concorrência, o Pulse Abarth 2026 cai bem, hein? 

Fiat Pulse Abarth 2026 – Foto: Lucca Mendonça