03/11/2025 - 6:00
Esqueça tudo que você sabe sobre a Fiat Titano, aquela picape vendida pela Fiat, baseada numa Peugeot e projetada pelos chineses da Changan. De fato, ela teve uma péssima fase aqui no Brasil entre o lançamento inicial, em março do ano passado, e a primeira série de mudanças, promovidas agora em julho de 2025. Mas, agora, tudo melhorou e muito. E ela passa a ser, finalmente, uma boa opção de compra.
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Esqueça a Titano velha
Quem dirigiu a Titano “velha”, certamente se decepcionou: motor fraco, transmissão lenta, operação barulhenta, suspensão mal calibrada, direção imprecisa e que vibrava, ar-condicionado ineficiente, multimídia estranha…não faltavam pontos para melhorar na caminhonete. Assim como um jantar cru, ela parecia não estar pronta, e logo o mercado percebeu: vendas baixas, preços despencando e rejeição do público.
Picape foi quase reconstruída
Antes tarde do que nunca, vieram as melhorias, tão esperadas. Basicamente, reconstruíram a Titano, mantendo o chassi, a carroceria e o interior. Quase uma nova geração: trocou motor, câmbio, tração, suspensões, direção, freios, eletrônica, acabamento e por aí vai. Te garanto: agora ela está boa como uma Chevrolet S10 ou uma Ford Ranger, só que é preciso que o consumidor perceba isso.

Teste com a Volcano
O período de 1 semana a bordo da versão intermediária Volcano, com a melhor relação custo X benefício por cerca de R$ 264 mil, me fez perceber o quanto vale um bom trabalho de engenharia. O novo motor 2.2 Multijet, com 200 cv de potência e 46 mkgf de torque, opera silencioso e suave. Foi bem-casado com guerreiro câmbio ZF 8HP, de oito marchas automáticas, agindo aqui de forma progressiva e macia.
Esportivo esse conjunto não é. E essa nem é a pretensão de uma picape. A caixa automática ZF prefere trocas adiantadas e operação mais tranquila, em prol do maior conforto e menor consumo, ainda que, no modo Sport de condução, a dupla motor/câmbio fique nitidamente mais esperta. O motor Multijet II, cheio de tecnologias, tem força ampla nas baixas e médias rotações, como pede um turbodiesel atual. Ele e o câmbio ZF formam uma boa dupla.
Melhorias em números
De qualquer forma, se você prefere acompanhar essa evolução em números, saiba que a Nova Titano está pelo menos 3 segundos mais rápida no 0 a 100 km/h prático, consegue atingir uma velocidade máxima cerca de 7 km/h superior, e o consumo de combustível ficou melhor em 15%, aproximadamente. Tudo com maior silêncio, suavidade e conforto. Excelente!
Baixo consumo
Viajando a 100 km/h em oitava marcha, o 2.2 turbodiesel gira a apenas 1.800 rpm, para a alegria de quem curte câmbios longos. Nessa toada, médias de consumo do computador de bordo acusam pelo menos 13,0 km/l de diesel, elogiáveis. Na cidade, ótima surpresa para números entre 11,5 e 12,0 km/l, graças as baixas rotações, torque prematuro e transmissão que adianta as passagens. O modo de trocas manuais, apenas pela alavanca, é bem permissivo para subir ou descer marchas.

Tração, suspensão, direção…tudo novo
De quebra, essa linha 2026 passa a vir com um novo sistema de tração 4WD, com reduzida e tudo mais, que pode ser desativado caso o motorista não precise dele. Quer seja no modo de tração traseira, ou no 4WD, a Nova Titano se dá bem no asfalto e fora dele.

Suspensão? Outra. Ainda pula, como em qualquer caminhonete com feixe de molas traseiro, mas mostra calibração infinitamente mais esperta. Mais capaz de absorver a buraqueira, mais quieta e que melhora, e muito, a dinâmica da Titano em curvas rápidas, frenagens bruscas e afins. Só o curso do conjunto dianteiro que se mostrou curiosamente curto: dependendo da velocidade que enfrentava um obstáculo, como valetas ou quebra-molas, já batia seco, dando o chamado “fim de curso”.
Essas novas suspensões, somadas a tração 4WD que pode ser ativada pelo seletor giratório do console, deixaram a picape renovada da Fiat com uma dirigibilidade prazerosa. Dentro das limitações típicas de uma caminhonete do seu porte e peso, se saiu bem mesmo numa tocada mais esportiva. Inclusive em altas velocidades. Ajuda o sistema de freios renovado, agora com discos ventilados nas quatro rodas, mantendo o pedal macio de antes.

Na direção, pena que ela segue com o volante de dois raios de ergonomia mediana, e nada mais. Porque a nova calibração fez toda a diferença: além de não vibrar nem trepidar mais, essa assistência elétrica pede muito menos esforço do motorista nas manobras, e até mesmo na condução. Uma relação recalculada mudou suas características: agora ela é mais multiplicada, com menos voltas de batente a batente. Só faltou um novo volante pra comandar tudo isso.
Novas tecnologias
Quem a dirige agora tem a praticidade do freio de mão eletromecânico e da alavanca de transmissão tipo joystick, duas tecnologias que a versão anterior nem sonhava. Continuam os bancos anatômicos e bem espumados de antes, que nessa versão Volcano já vem forrados em couro, mas sem ajustes elétricos. No topo do painel, a central multimídia mantém o formato, mas recebe layout atualizado, operação mais rápida e conexões sem fio com Android e Apple. Não parece Fiat, mas melhorou.
Equipamentos da Titano Volcano
Essa configuração Volcano, aliás, vem de série com seletor de modos de condução, capota marítima, câmera de ré, sensores de estacionamento traseiros, câmera lateral anti ponto-cego, instrumentos com tela digital colorida de 4,2”, rodas aro 17 diamantadas, saídas de ar-condicionado traseiras, 6 airbags, piloto automático, coluna de direção regulável em altura e profundidade, volante multifuncional, porta-luvas refrigerado, controle eletrônico de descidas (HDC) e mais. Mancada só não trazer estribos laterais: entrar e sair dela é complicado, especialmente para baixinhos.
Caçamba e espaço interno
Seu espaço interno continua agradando como antes, e a caçamba com 1.210 litros é das mais generosas do segmento, já com protetor plástico e capota marítima de série. Capacidade de carga? Ainda na faixa dos 1.000 kg, como as rivais.
Preços subiram, mas o nível é outro
Agora a Fiat Titano merece sua atenção, e um novo voto de confiança. Esqueça as 2024 e as 2025, e tenha em mente essas 2026, renovadas. Apesar de ter ficado mais cara, seus preços não assustam, e, no conjunto da obra, a relação custo X benefício é interessante. Uma picape que praticamente nasceu de novo…








































