29/10/2019 - 7:00
Nem sempre o carro que chega primeiro é o que se dá melhor. O Ford Ka 2020 estreou em junho, mantendo o visual reestilizado no ano passado. Mas poucos meses depois se viu encarando na arena dos líderes a nova geração do Hyundai HB20. E em breve chega às lojas o também novíssimo Chevrolet Onix. Mas, afinal, o compacto da Ford ainda tem gás para brigar com a concorrência renovada?
O carro avaliado é da edição limitada “100 anos”, que, apesar do visual exclusivo (pintura do teto na cor preta, bancos com revestimento exclusivo e rodas de liga leve de 15″), é baseada na versão “de linha” SE Plus 1.5 AT (R$ 60.390). Configuração intermediária com o motor 1.5 AT, fica posicionada acima da SE e abaixo da aventureira FreeStyle e da topo de linha Titanium. E na mesma faixa de preço dos concorrentes HB20 Vision 1.6 (R$ 62.790) e do futuro Chevrolet Onix LT Turbo AT (R$ 62.890).
No interior, o Ford Ka segue o padrão da categoria em materiais de acabamento (com muitos plásticos) e o espaço para passageiros mediano (embora o porta-malas de 257 litros esteja entre os menores dentre os compactos). A posição de dirigir é um ponto forte, com todos os comandos próximos ao motorista. Mas o visual é simples, principalmente o do quadro de instrumentos, que não traz botões no volante ou chave de seta para acessar as funções do computador de bordo.
De série, o Ka SE Plus AT traz uma boa lista de itens de comodidade. Estão presentes o sistema multimídia Sync 2.5 (compatível com Android Auto e Apple CarPlay), controlador automático de velocidade e sensor de estacionamento traseiro.
Onde o Ford sai em desvantagem frente à concorrência é no quesito equipamentos de segurança: somente os airbags frontais obrigatórios e o Isofix, enquanto os concorrentes citados acima trazem de série controles eletrônicos de tração e estabilidade (Onix e HB20) e os airbags laterais e de cortina (presentes no Onix).
Mas o Ka ainda se destaca ao volante. E esse é um dos pontos em que ele ainda está bem próximo da concorrência renovada. O motor 1.5 de três cilindros e 136 cv (com etanol) ainda é o mais potente dentre os compactos e não decepciona. Mostra boa agilidade no uso urbano e não decepciona na estrada, com rendimento ideal na faixa dos 2.500 rpm.
O câmbio automático de seis marchas tem trocas suaves, mas conta com modo esportivo para manter o motor girando alto, privilegiando o desempenho. Já a direção é firme em altas velocidades mas leve em manobras, enquanto o acerto de suspensão agrada aos que valorizam o conforto dos ocupantes.
Respondendo à pergunta do início do texto, embora tenha perdido alguns pontos nos itens de segurança, o Ka 2020 ainda segue com mais semelhanças do que diferenças em relação aos rivais – principalmente o HB20 – tem um custo-benefício bem atraente em sua faixa de preços. No final das contas, o que vai acabar pesando é a sua disposição de abrir mão de alguns equipamentos e do (questionável?) status de ter um carro recém-lançado.