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O Hyundai Creta 2.0 tem duas versões de acabamento: Pulse (R$ 92.490) e Prestige (R$ 99.490). Rodei durante uma semana com a versão mais cara com o objetivo de dizer aos leitores se essa é uma compra que vale a pena. E se eu compraria esse carro. Bem, existem duas formas de analisar o Creta: uma pela razão e outra pela emoção. Considerando a razão, o SUV/crossover da Hyundai tem tudo para ser considerado uma compra segura. Ele tem a tradição do HB20 e a ótima reputação da marca coreana.

Em relação ao modelo com motor 1.6, a relação peso/potência do Creta 2.0 é muito melhor. Cada um dos 166 cavalos do Creta 2.0 precisa carregar apenas 8,4 kg, enquanto os 130 cavalinhos do Creta 1.6 levam 10,4 kg no lombo. Como um animal, é óbvio que o Creta 2.0 andará mais e gastará menos energia (tanto que na estrada os valores de consumo são bem próximos). Vale dizer, porém, que o consumo não é baixo.

A seu favor, o Hyundai Creta topo de linha também traz faróis com função cornering, um equipamento requisitado só em carros de luxo. A câmera de ré “dinâmica”, os bancos de couro marrom e o sistema multimídia com Android Auto e Apple CarPlay também agradam bastante. Bom de dirigir ele é, pois oferece ótima visibilidade, ajustes fáceis do assento e do volante, além de bom desempenho. O espaço interno é satisfatório.

Quanto à parte emocional, o Creta fica devendo um pouco. Seu desenho é muito simples, sem inspiração. O carro está longe de ter o carisma de seu irmãozinho HB20. O painel é espartano, com poucos comandos – o que é diferente de ser minimalista como o do Nissan Kicks (muito bem pensado e com múltiplas opções de visualização). Para piorar, o acabamento é descuidado, pois há pontos de solda aparente nas portas (um pecado para um carro desse preço).

No final das contas, pesando todos os pontos positivos e negativos, cheguei à conclusão de que eu não compraria um Creta 2.0, apesar de ser um bom carro. Num mercado com SUVs/crossovers ousados e bonitos como o Honda HR-V, o Nissan Kicks e o Nissan Captur, o Hyundai Creta me parece um tanto sem tempero. É um carro que não me emocionou como outros Hyundai. Por apenas R$ 4.000 a mais, eu compraria um Jeep Compass Sport e desbravaria o Brasil.


Ficha técnica:

Hyundai Creta 2.0 AT Prestige

Preço básico: R$ 92.490
Carro avaliado: R$ 99.490
Motor: 4 cilindros em linha 2.0, 16V, comando duplo no cabeçote, duplo comando de válvulas continuamente variável (Dual-CVVT)
Cilindrada: 1.999 cm3
Combustível: flex
Potência: 156 cv a 6.200 rpm (g) e 166 cv a 6.200 rpm (e)
Torque: 19,1 kgfm a 4.700 rpm (g) e 20,5 kgfm a 4.700 rpm (e)
Câmbio: automático, seis marchas
Direção: elétrica
Suspensões: McPherson (d) eixo de torção (t)
Freios: disco (d) e tambor (t)
Tração: dianteira
Dimensões: 4,270 m (c), 1,780 m (l), 1,635 m (a)
Entre-eixos: 2,590 m
Pneus: 215/60 R17
Porta-malas: 431 litros
Tanque: 55 litros
Peso: 1.399 kg
0-100 km/h: 9s7 (e)
Velocidade máxima: 188 km/h (e)
Consumo cidade: 10,0 km/l (g) e 6,9 km/l (e)
Consumo estrada: 11,4 km/l (g) e 8,2 km/l (g)
Emissão de CO2: sem dados
Nota do Inmetro: não participa
Classificação na categoria: A (Utilitário Esportivo Compacto)


Contraponto

Por Rafael Poci Déa

Estou querendo mudar alguns hábitos e deixar de fumar é um deles. Afinal, já sou fumante há bons anos. Para me libertar desse vício terrível e cuidar mais da saúde, vou praticar esportes. E convenhamos, uma bicicleta ou uma prancha de surfe não caberão no meu subcompacto. Entre os crossovers, o Creta me surpreendeu. Diferentemente do Quintanilha, gostei tanto do visual do exterior quanto da cabine – e as portas traseiras têm bons ângulos de abertura, facilitando o acesso.

Por dentro, gostei muito da central multimídia e, principalmente dos assentos dianteiros ventilados. Esse último item, uma exclusividade. Embora não tenha o eficiente motor turboflex 1.4 do Chevrolet Tracker, o 2.0 do Creta convence transmitindo boas acelerações e retomadas. Aliás, não achei o Hyundai gastão, pois é só maneirar no pedal do acelerador e ele oferece força desde os baixos giros. Agora, vou concordar com o meu chefe: as suspensões são confortáveis, porém deixam a carroceria rolar nas curvas. Se eu compraria o Hyundai Creta 2.0? Sim!

COMPRE SE…
A boa imagem da marca Hyundai significa um porto seguro para você, que já deve ter ouvido maravilhas sobre o HB20.
Você quer um carro discreto, sem muita ousadia no design, pois o Creta se caracteriza pela simplicidade por dentro e por fora.

NÃO COMPRE SE…
Você precisa de um SUV de verdade, pois o Creta não tem tração 4×4 e o seu vão livre do solo é de apenas 190 milímetros.
A sua ideia é ter um carro aventureiro que seja grudado no chão, mais ou menos como o Honda HR-V, pois o Creta privilegia o conforto.

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