04/10/2019 - 12:15
O Hyundai Creta fechou 2018 como o SUV compacto mais vendido do mercado brasileiro. Mas este ano quem está se dando melhor é o Jeep Renegade, que fechou o acumulado até setembro com uma vantagem de mais de 9 mil carros sobre o SUV compacto coreano. E para tentar virar o jogo, a Hyundai aplicou as primeiras mudanças visuais do modelo desde o seu lançamento no Brasil, em 2017.
A maior parte das novidades foi reservada para a versão de topo Prestige, que ganhou antena do tipo barbatana, novas rodas de 17″, lanternas traseiras em LED, novos faróis principais e de neblina e para-choque frontal redesenhado trazendo luzes diurnas em LED. Por dentro, o destaque fica para os bancos de couro com revestimento bicolor em marrom e marfim. Aproveitando o tapa no visual, a Hyundai acrescentou à lista de equipamentos retrovisor interno eletrocrômico, carregador de celular por indução e rebatimento automático dos retrovisores externos. Até então oferecida à parte, a chave pulseira Key Band passou a ser item de série. O acessório, além de permitir a abertura das portas e a partida do motor, funciona também como uma smartband. Integrada a um aplicativo para smartphone, traz um contador de passos e funções como alarme e marcador de horas de sono.
A Hyundai não mexeu no conjunto mecânico do Creta 2020. Mas com o fim da versão esportivada Sport, a Prestige se tornou a única da linha equipada com o motor 2.0 de até 166 cv e o câmbio automático de seis marchas. Apesar da potência elevada e dos 20,6 kgfm de torque, o conjunto motriz é apenas suficiente. O câmbio poderia fazer as trocas com mais rapidez, característica que incomoda nas retomadas de velocidade e que exige do motorista o uso constante das trocas sequenciais. E o consumo também assusta: abastecido com etanol, a média é de 6,9 km/l no uso urbano, segundo o Inmetro.
Montado sobre a mesma base do sedã médio Elantra, o SUV surpreende pelo conforto. O Creta não é recheado de itens tecnológicos, mas traz o mínimo para a sua faixa de preços e alguns destaques, como o banco do motorista com ventilação (único no segmento). Os ocupantes do banco traseiro tem saídas de ventilação exclusivas e um ótimo espaço para pernas, além de portas com ângulo de abertura de quase 90°. Já o porta-malas leva bons 431 litros (um dos maiores dentre os utilitários esportivos compactos). Ao volante, destaque para o sistema de direção (com acerto bem leve) e para a suspensão, que agrada pela maciez mesmo em estradas de terra bem irregulares. Em resumo, o Creta não empolga, mas trata muito bem todos os ocupantes. Mas será difícil voltar ao topo do ranking com os novos rivais que surgiram – e os que ainda surgirão.