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O F-Pace foi o primeiro utilitário-esportivo, ou SUV, da Jaguar, desenvolvido na plataforma do XE para dar origem, também, a um Land Rover – o atraente Velar, que estreou um ano depois. Aqui no Brasil, o F-Pace chegou primeiro nas versões Prestige 2.0 a diesel (R$ 332.000) e S 3.0 V6 a gasolina (R$ 420.600). Depois, ganhou a mecânica intermediária 2.0 a gasolina na Prestige (R$ 310.400) ou nesse R-Sport (R$ 361.900), que está entre o criticado diesel (o velho de 180 cv, não o novo de 240) e o V6 de exagerados desempenho e consumo (380 cv, 0-100 km/h em 5s5).

Com 250 cv e 37,3 kgfm já a baixas 1.200 rpm, o Ingenium 4 cilindros da casa caiu como uma luva. Até surpreende, levando o SUV a 100 km/h em 6,8 segundos, mas às vezes é preciso segurar marchas para buscar mais potência em retomadas e ultrapassagens, sua sonoridade não é das melhores e o consumo é alto (não passamos de 11 km/l na estrada e de 6 na cidade). Vem combinado ao bom câmbio ZF de oito marchas, com aletas prateadas no volante (R-Sport) para trocas sequenciais, feitas a qualquer hora ou no modo manual (que corta a alimentação mas não sobe a marcha; só reduz no kick-down). Nessa opção, o head-up display projeta a marcha engatada e a velocidade no para-brisas para o motorista não tirar os olhos da estrada.

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O ponto aqui é que a Jaguar, como muitos, fez SUVs para atender à demanda do mercado. Nunca foi essa sua especialidade. Por isso, tenta (e precisa) imprimir suas marcas: luxo e esportividade. A primeira está nos botões com iluminação azul horizontal, nos bons materiais da elegante cabine, toda preta com bancos de couro creme perfurado. Já a lista de equipamentos tem multimídia Meridian (que graves!), tampa do porta-malas motorizada, painel digital e teto panorâmico, mas não oferece sistemas semi-autônomos e Android Auto/CarPlay.

A esportividade, no entanto, sacrifica parte do conforto. A posição de dirigir é mais baixa que a média, e o botão de partida acima do seletor do câmbio dá um toque bem legal. Mas a direção pesada e as suspensões firmes, que dão uma pegada mais esportiva, atrapalham um pouco na parte familiar/off-road – nas curvas em asfalto liso, a carroceria rola pouco e as oscilações de menor amplitude são bem absorvidas, mas em ruas esburacadas ou na terra, a carroceria sacode bem (há tração integral e seletor de terreno, vindos dos os Land Rover).

Como a “pegada” do F-Pace é mais esportiva, a versão a diesel não parece adequada, enquanto essa custa menos que a V6. Tudo considerado, essa é a melhor opção da linha. Mas se é para comprar um SUV, por que não optar por um Land Rover, que traz no DNA a tradição dos SUVs? E, convenhamos, o “irmão-gêmeo” de plataforma e mecânica Velar é mais bonito por fora e, principalmente, por dentro – onde três telas formam a mais bela cabine da atualidade (em breve algo similar deve aparecer nesse Jaguar). E o Velar ainda tem o mesmo 4 cilindros 2.0 recalibrado para 300 cv – porém é mais caro, indo de R$ 376.370 a R$ 417.170.


Ficha técnica:

Jaguar F-Pace 25t AWD R-Sport

Preço básico: R$ 310.400
Carro avaliado: R$ 361.900
Motor: 4 cilindros em linha 2.0, 16V, turbo com duplo vórtex, injeção direta, start-stop
Cilindrada: 1997 cm³
Combustível: gasolina
Potência: 250 cv a 5.500 rpm
Torque: 37,2 kgfm de 1.200 a 4.500 rpm
Câmbio: automático sequencial, oito marchas
Direção: elétrica
Suspensões: duplo A (d) e integral link (t)
Freios: discos ventilados (d/t)
Tração: integral, seletor de terreno
Dimensões: 4,731 m (c), 2,070* m (l), 1,693 m (a)
Entre-eixos: 2,874 m
Pneus: 255/50 R20
Porta-malas: 508 litros
Tanque: 63 litros
Peso: 1.760 kg
0-100 km/h: 6s8
Velocidade máxima: 250 km/h (limitada)
Consumo cidade: 7,7 km/l
Consumo estrada: 9,6 km/l
Nota do Inmetro: D
Emissão de CO²: 160 g/km
Classificação na categoria: C (SUV grande) * com retrovisores