Não, esse não é um daqueles títulos sensacionalistas. A Jeep acertou a mão no Novo Commander, lançado há alguns meses por aqui com novidades de design e na motorização turbodiesel. Como em outros carros a diesel da Stellantis, saiu o 2.0 TD380 e entrou o 2.2 TD450, num movimento que deixou o SUV de sete lugares mais rápido e econômico. De quebra, baixou o preço: essa versão que você vê nas fotos, a Overland turbodiesel, ficou cerca de R$ 8 mil mais em conta. Sai por R$ 313 mil.  

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Commander Overland TD450 é mais off-road

Essa, aliás, é a única opção com motor desse tipo na linha Commander 2026. E, aqui, foram mantidas as vantagens exclusivas, como parachoques com maiores ângulos de ataque e saída, e carroceria um pouquinho mais alta (cerca de 2 cm), tudo em prol da aptidão off-road. Nada disso deixou o Novo Commander feio ou desengonçado: nessa versão, as rodas raiadas e diamantadas de aro 19, combinando com as linhas mais retas e limpas, garantiram classe e elegância extras. Aqui, a cor dourada ajuda.  

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O principal: novo motor

Mas, vamos ao que interessa. Novo motor 2.2 turbodiesel, de quatro cilindros, com 200 cv de potência e 46 mkgf de torque, uma evolução do 2.0 anterior: são 30 cv a mais e quase 8 mkgf de torque extras, que fazem toda a diferença na condução. O Jeep ficou mais vivo e rápido nas menores rotações, já que a faixa de força máxima caiu também (agora na casa dos 1.500 rpm). Junto dele, a transmissão automática de nove marchas ficou mais espertinha, também, colaborando para a melhor performance.  

Jeep Commander Overland TD450 – Foto: Lucca Mendonça

Só que, com esse tanto de torque, bem que o Commander TD450 2026 podia ter ganhado um seletor de modos de condução, que talvez ajudasse ainda mais na performance e, especialmente, economia de combustível. Explico: em algumas ocasiões, esse câmbio AT9 parece trabalhar em busca de desempenho, esticando marchas sem necessidade ou mesmo fazendo reduções inesperadas. Sua relação final de diferencial está bem mais longa, só que as nove marchas seguem inalteradas.  

Jeep Commander Overland TD450 – Foto: Lucca Mendonça

Ágil (até demais)

O resultado disso é um carro afiado ao comando do acelerador, especialmente em ultrapassagens ou retomadas de velocidade, o que é ótimo em momentos de sete pessoas a bordo e porta-malas cheio, por exemplo. Aliás, falando nisso, é digno de elogios o quão econômico ele pode ser na estrada, passando facilmente dos 15,0 km/l de diesel, de acordo com o computador de bordo. São menos de 1.800 rpm a 120 km/h em 9ª, o que também deixa o Novo Commander bem silencioso e suave em viagens. Consome menos, gira menos e ronca menos que o anterior, 2.0.  

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Já na cidade ele mantém a qualidade de ser esperto e ágil, só que levando em conta seu “corpinho” de 4,80 m de comprimento e cerca de 1.950 kg. Vez ou outra o câmbio (fornecido pela ZF alemã), é pego atrasando trocas de marchas ou, no menor toque do acelerador, já promove uma redução, ainda que sobre torque nesse conjunto. O resultado disso é um consumo maior de combustível no uso urbano, claro: em nossos testes, rondou os 8,5 km/l de diesel, abaixo até da média do Inmetro. Não muito diferente daquilo registrado pelo seu antecessor, 2.0 turbodiesel. 

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Números convidativos

Invertendo o ditado, por muitas vezes o cavalo que bebe também anda. E, nesse caso, anda bem mais: na ficha técnica, o Commander com novo motor a diesel ficou 2 segundos mais rápido na aceleração (agora são bons 9,7s), ganhou quase 10 km/h de velocidade máxima (205 km/h), e a relação peso X potência ficou bem mais animadora (9,7 kg/cv). Esses números, na prática, são facilmente sentidos pelo motorista.  

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Espaçoso e bom de guiar, como antes

No mais, o Jeep de sete lugares vai bem, obrigado. Espaçoso para cinco, e capaz de levar sete (quem vai no fundão sempre se aperta mais), ele tem dirigibilidade similar à de modelos menores da marca, como o Compass. Não requer esforço para manobrar, graças ao bom raio de giro, e também não é colossal para ser conduzido nos centros urbanos. Vantagem é a largura relativamente contida, de 1,85 m.  

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Novidades bem-vindas

Nessa linha 2026, finalmente, vieram luxos que faziam falta, como as câmeras 360º, ainda que fiquem devendo uma visão 3D. No console, o novo seletor giratório da transmissão deixou o espaço mais livre e limpo. Como um todo, nessa versão Overland, a cabine mostra bom nível de acabamento, condizente com o preço do carro, mas nada surpreendente. Boa mescla de couro, camurça, partes macias, aço escovado e plástico brilhante formam os revestimentos internos, aqui em marrom.  

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Pneus urbanos

Para o off-road, talvez façam falta pneus de uso misto, mais adequados. De resto, o Commander TD450 já traz tração 4×4, seletor de tipos de terreno, função de reduzida e bloqueio de diferencial, sem contar os parachoques especiais citados ali em cima. É um dos poucos dessa categoria com tal capacidade no fora-de-estrada, coisa rara no segmento de SUVs monobloco com sete lugares (praticamente, só ele).  

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Seguro e controlado

Por conta da tração nas quatro rodas, ele é completamente previsível e seguro em curvas, frenagens fortes ou desvios bruscos de trajetória. Não descontrola, não ameaça sair de frente e, o que conta a favor num SUV desse porte, inclina pouco mesmo em maiores velocidades. Vantagens de centro de gravidade, distribuição de peso, acerto de suspensões e afins. Falando nelas, independentes nas quatro rodas, são boas pra estancar a buraqueira, e só perdem em conforto para a calibração das versões flex. Ainda assim, esse Commander faz jus à fama de confortável dos Jeep. 

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Completo

Equipamentos? Bons e vários. Bancos em couro com ajustes elétricos nos dianteiros (memória de posição para o motorista), tampa do porta-malas elétrica presencial, sistema de som Harman Kardon, câmeras 360º, teto-solar panorâmico, conjunto óptico full-LED, sensores de chuva e crepuscular, painel de instrumentos digital de 10,2”, multimídia de 10,1”, internet 4G a bordo, ar digital automático dual zone com saídas traseiras (com regulagem própria de intensidade), além de um pacotão ADAS. 

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Mas…

Faltas sentidas? Algumas. Pelo preço, bem que esse Commander já poderia ter bancos dianteiros climatizados (refrigerados/aquecidos), iluminação ambiente em LED personalizável (há apenas pontos de luz clara na cabine), ou mesmo saídas de ar lá para o fundão, na terceira fileira de assentos. Coisas que os chineses, como o GWM Haval H9, também turbodiesel, já trazem por um preço não tão distante (R$ 329 mil). 

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Reinando (quase) sozinho

Com motorização turbodiesel, por esse preço e com sete lugares, o Commander Overland 2026 não tem concorrentes diretos. O mais próximo, de fato, é o Haval H9 (com chassi separado da carroceria), ou então algum híbrido plug-in com tração nas quatro rodas e terceira fileira de assentos (vide Caoa-Chery Tiggo 8 PHEV). O que interessa é que, no seu mundinho, esse Jeep ficou mais econômico, mais rápido e, principalmente, mais barato.