Vale a pena comprar um Jeep Renegade Moab, o novo SUV de entrada a diesel com preço de flex? Bem, há cinco anos ensaio a compra de um Renegade e, por alguns percalços do destino, ele ainda não veio parar na minha garagem – sei que será difícil desapegar do meu subcompacto.

Considero imbatível a personalidade deste SUV, com os faróis circulares, a grade frontal de sete barras, os “easter eggs” espalhados e outros elementos, que me remetem ao Willys CJ-2A de 1945 – o primeiro Jeep civil.

Então, para a minha felicidade, fiquei uma semana com esta versão Moab. Ela faz uma referência ao deserto no estado norte-americano de Utah, onde anualmente ocorre um evento organizado por entusiastas do off-road e que acabou virando um laboratório para a Jeep.

O valor de R$ 158.147 (acabou de aumentar mais uma vez) deste Jeep Renegade a diesel fica próximo daquele do Compass Longitude flex. Mas não titubearia em levar para casa esta novidade da linha 2021 do Renegade. Afinal, não preciso de muito espaço ou de um porta-malas volumoso.

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Outros motivos estão no visual e no fôlego do conjunto mecânico: o motor 2.0 a diesel casado ao câmbio automático de nove marchas garante boas acelerações e retomadas, com muita força desde os baixos giros. É o mesmo conjunto das versões Longitude e Trailhawk, ambas 4×4, além das opções Longitude, Limited, Trailhawk e Série S do Compass.

Só não gostei das mudanças de marchas acompanhadas de leves trancos deste Jeep Renegade a diesel, mas resolvi isso com as trocas sequenciais pela alavanca. Ao volante, o SUV ganha velocidade sem esforços – o Renegade Moab pesa 1.627 kg, contra 1.674 kg do Trailhawk – uma diferença de significativos 47 kg.

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Não só curti o desempenho deste Jeep Renegade a diesel, como também a valentia fora do asfalto. O seletor de tração possui os modos Auto, Neve, Areia, Lama e Pedra, além de reduzida, bloqueio de diferencial e assistente de descida.

As adversidades do fora-de-estrada são facilmente superadas pelos bons ângulos de ataque (30º) e de saída (33º) e pelos 21,8 cm de vão livre do solo, e ainda há ganchos para reboque na dianteira e na traseira. Já os pneus são Pirelli Scorpion 215/60 R17. Outros detalhes que me chamaram a atenção foram os freios com discos de 305 mm na frente e 278 mm atrás, além do ótimo isolamento acústico da cabine.

Não sou um pessoa ligada a mimos, então o pacote de itens de série incluindo multimídia de 7” com Android Auto e Apple CarPlay, freio de estacionamento eletrônico, ar-condicionado ajustável individualmente para o motorista e carona, assistente de partidas em rampas, controles eletrônicos de tração/estabilidade e controlador da velocidade de cruzeiro já é mais do que suficiente para me alegrar durante os meus deslocamentos diários.

Rafael Poci Déa | Repórter

Contraponto

● O Rafael citou o Compass Flex como carro com o mesmo valor do Renegade Moab, e de fato o irmão maior é uma compra mais interessante para quem precisa de mais espaço, e não de habilidades off-road, nem exige muito desempenho e baixo consumo.

Mas eu olho para o preço deste Jeep Renegade a diesel e penso em dois modelos flex: Volkswagen T-Cross Highline e Honda HR-V Touring (clique para ler a avaliação). Também pelo mesmo preço, ou só um pouco menos, eles têm consumo menor – mas de um combustível mais caro –, desempenho melhor, teto panorâmico e muitos mimos. Mas eu trocaria tudo isso, sem titubear, por este Moab com seu motor a diesel e, principalmente, tração 4×4 para encarar algumas aventuras.

Claro que eu teria que exigir malas menores da minha esposa e levar menos tralhas dos meus dois filhos pequenos e também pagaria um pouco mais de impostos e manutenção…

Mas seria um carro que eu teria para rodar algumas centenas de milhares de quilômetros, para não me desfazer tão cedo. Essa longa convivência seria facilitada por todo o charme do modelo, um tipo de carro que te conquista mesmo quando não é muito bom (vide suas versões flex e como ela consegue cativar os consumidores).

Flávio Silveira | Editor

COMPRE SE…

  • Você costuma percorrer grandes distâncias ou gosta da autonomia e da robustez proporcionadas pela mecânica do Jeep Renegade a diesel.
  • Você deseja um carro com muita personalidade e não faz questão de ter mimos extras a bordo ou os últimos recursos tecnológicos.

NÃO COMPRE SE…

  • Você precisa de muito espaço no porta-malas para transportar bagagens do dia a dia ou nas viagens de final de semana.
  • Você faz questão de luxos, como bancos em couro e teto solar, por exemplo. Afinal, o Jeep Renegade Moab traz apenas o essencial.

Jeep Renegade Moab

Motor: quatro cilindros em linha 2.0, 16V, duplo comando variável, turbodiesel
Cilindrada: 1956 cm3
Combustível: diesel
Potência: 170 cv a 3.750 rpm
Torque: 35,7 kgfm a 1.750 rpm
Câmbio: automático sequencial, nove marchas
Direção: elétrica
Suspensões: MacPherson (d) e pseudo MacPherson (t)
Freios: discos ventilados (d) e discos sólidos (t)
Tração: 4×4, reduzida e bloqueio de diferencial
Dimensões: 4,232 m (c), 1,805 m (l), 1,714 m (a)
Entre-eixos: 2,570 m
Pneus: 215/60 R17
Porta-malas: 320 litros
Tanque: 60 litros
Peso: 1.627 kg
0-100 km/h: 9s9
Velocidade máxima: 190 km/h
Consumo cidade: 10,1 km/l
Consumo estrada: 12,5 km/l
Nota do Inmetro: D
Classificação na categoria: B (Fora de Estrada Compacto)

Considere também esses concorrentes

Jeep Compass Longitude flex – R$ 153.576

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Mais espaçoso e com um porta-malas maior, mas a versão 2.0 flex entrega 166 cv e 20,5 kgfm e não há tração 4×4. Vai mudar agora na linha 2022 e adotar um motor 1.3 turbo.

VW T-Cross Highline – R$ 135.345

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Com pegada mais urbana, ele tem motor 1.4 turbo com bons 150 cv e 25,5 kgfm. Completo, vai a exagerados R$ 150.850.