16/06/2025 - 6:00
Carros estão caros. Isso é fato. SUVs então, nem se fale. O segmento da modinha viu seus modelos de entrada saltarem para pelo menos R$ 100 mil. Quando falamos dos modelos maiores, a pedida mínima costuma ser de R$ 125 mil pra mais. Mas, sabia que tem um Jeep Renegade que custa o mesmo que um Fiat Pulse ou VW Tera intermediários?
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Quem é ele?
Pois é. Trata-se desse cara das fotos, que recebeu nome oficial de “Sport T270” na linha 2026. É a opção mais em conta da linha Renegade, de longe: sai por R$ 118,3 mil básico. É uma das “pechinchas” do segmento, tal qual VW T-Cross Sense ou Caoa-Chery Tiggo 5X Sport, seus rivais diretos. Mas, calma lá: esse Jeep tem opcionais, e esses itens extras podem deixá-lo bem menos interessante.
Te explico: básico, de fato ele custa pouco mais de R$ 118 mil. Porém, há dois pacotes opcionais disponíveis, ambos presentes no exemplar avaliado. Um é o Work, que inclui tampão do porta-malas, tapetes, protetor de cárter, estepe de tamanho normal e afins. Custa R$ 12 mil.

Outro, o Tech, adiciona assistentes de condução (alerta de colisão, frenagem autônoma, detector de fadiga do motorista e alerta de saída de faixa), além de multimídia, sistema de som com seis alto falantes (elogiável pela qualidade), câmera de ré e volante com comandos de som. Esse custa R$ 8,7 mil.
Equipado: não vale a pena

Junte os dois, mais uma cor metálica, e você chega a mais de R$ 140,5 mil, bem distantes da “pechincha” inicial. A versão seguinte, Altitude, já vem com painel de instrumentos digital, multimídia maior e com mais funções, ar digital automático de duas zonas, rodas diamantadas, teto em preto brilhante e outros adereços estéticos, e custa só um pouquinho mais cara que uma Sport equipada.
Entendeu agora por que é preciso ter cuidado na hora de comprar o tal Sport T270? Ele pode ser um ótimo negócio, desde que você não se empolgue com os extras que a Jeep te oferece opcionalmente. Equipadão, já perde na relação custo X benefício para o Altitude.
Básico, sim…

Mas, pagar o valor inicial, os 118 mil, por um Renegade é uma ótima opção. Dentre os rivais citados ali em cima, VW e Caoa-Chery, o Jeep é o que tem powertrain mais bacana, junto da mecânica de construção superior e, dependendo do ponto de vista, um acabamento mais esmerado. Só não é o mais novo dos três, já que está na mesma geração, a primeira, desde 2015.
Como anda o Renegade Sport T270?

Essa versão Sport T270, por ser mais leve, é a que oferece um desempenho mais animador de toda a linha. O motor 1.3 turboflex, agora recalibrado para 176 cv e 27,5 mkgf, seja com etanol ou gasolina, segue esperto, com bastante torque em baixas rotações e casamento feliz com a transmissão automática de seis marchas. Vez ou outra, esse câmbio é pego esticando algumas marchas sem necessidade, mas nada que uma troca manual pela alavanca não resolva. Para as reduções, é bem rápido.

Nem parece, mas o Renegade Sport demora menos de 9 segundos nas acelerações de 0 a 100 km/h, e vai além dos 210 km/h de máxima, números pra lá de interessantes para um SUV de entrada como ele. O 1.3 turboflex desperta com vigor ao redor dos 2 mil giros, e nessa faixa, já com turbocompressor cheio e pico de torque disponível, faz com que esse Jeep ganhe velocidade quase como um esportivo. Bacana!
Quando bebe o Renegade Sport T270?

Porém, cavalo que anda é cavalo que bebe. E 176 não são poucos, ainda mais movendo um SUV altinho, com ampla área frontal e coeficiente de arrasto não tão favorável. Dentro do possível, rondou os 15,5 km/l na estrada, enquanto na cidade superou um pouco os 10 km/l, aproveitando o sistema Start & Stop de série.
Em 550 km rodados, esse Renegade fechou a semana de testes com média de 11,7 km/l, considerando muito trânsito urbano enfrentado. Dentre toda a linha do SUV compacto da Jeep, esse Sport é um dos mais econômicos, pelo mesmo motivo do peso menor, que também ajuda no desempenho.
Bom e velho “Rene”
No mais, é o bom e velho “Rene”, que muitos já conhecem. Tem posto de condução típico de SUVs, com ótima área envidraçada e, nessa versão, bancos forrados em tecido agradável. Só poderiam ter a espuma mais macia. O teto, extremamente alto e tingido de bege por dentro, passa a impressão de uma cabine mais ampla e arejada. O posto de condução, altinho, deixa o motorista bem acomodado, com comandos próximos e ergonomia interessante.
E, mesmo “pelado” assim, o SUV não perdeu os úteis ajustes de altura do banco do motorista, de altura e profundidade da coluna de direção, ou mesmo a regulagem de altura do cinto de segurança, fazendo com que seja tão fácil encontrar a melhor posição de dirigir nele quanto nas versões mais caras e completas.

Atrás, cabem dois adultos e uma criança no meio, já que, mesmo com teto alto, ele ainda é um compacto. Com 2,57 m de distância entre-eixos, ele ainda prefere priorizar o espaço interno no banco traseiro (bom e agradável), ao invés do porta-malas, que tem 320 litros de capacidade oficial pela medição VDA. Ou seja: seu porta-malas é só um pouco maior, senão igual, que o de alguns hatches compactos por aí. Se você precisa de espaço para bagagens, vale prestar atenção nisso.
A direção leve, os freios de acionamento macio e progressivo, e o acerto confortável das suspensões prevalecem. O Renegade não faz feio em curvas rápidas, muito pela concepção de suspensões independentes nas quatro rodas e eixo traseiro multibraço (cada roda, separadamente, é fixada em vários pontos, melhorando o contato com o solo), ainda que tenha uma rolagem lateral de carroceria nitidamente elevada. Para um SUV altinho e com maior centro de gravidade, esperado. Ainda assim, é seguro.
Itens de série Renegade Sport T270
A oferta de equipamentos de série, sem considerar os opcionais, ainda tem alguns luxos, como piloto automático, faróis e lanternas em LED, rodas de liga-leve aro 17, modo Sport de condução (deixa ele ainda mais ágil), porta USB traseira, freios a disco nas quatro rodas, freio de mão eletromecânico com função, 6 airbags e os cinco anos de garantia que a Jeep oferece para sua linha nacional. Pelo preço que custa, cai bem.
Público-alvo
Esse Renegade Sport está aí para isso: quem busca um SUV com bom desempenho e qualidade construtiva acima da média, sem gastar mais de R$ 120 mil. Para o público PCD (Pessoas com Deficiência), claro, também é um prato-cheio. Só é preciso tomar cuidado com os opcionais na hora da compra…