29/09/2019 - 8:00
Poucos carros são tão irreverentes quanto um Mini Cooper Cabrio. Seja por guiá-lo com os cabelos ao vento ou pelo desempenho do motor tricilíndrico turbinado. Antes de assumir o volante observei as novidades visuais, que incluem faróis Full LED, logotipo do fabricante em 2D e lanternas de LED com arranjo interno inspirado na bandeira do Reino Unido (Union Jack). As rodas Cosmos Spoke de 17” junto da cor cinza Melting e da capota de lona preta transmitem elegância. Ou seja, os carros da Mini evoluíram ao longo de sessenta anos, mas sem perder a essência.
Ao destravá-lo, o logotipo da Mini é projetado no chão junto às portas e as mudanças no interior aparecem, principalmente, na alavanca de câmbio eletrônica. À frente dos meus olhos estão o velocímetro, o conta-giros e o computador de bordo, enquanto no grande círculo do painel fica a central multimídia com tela de 6,5” sem conectividade Android Auto/Apple CarPlay. Embora familiarizado com outros modelos da Mini, sempre levo um tempo para me acostumar com os comandos, assim como o controle giratório posicionado entre a alavanca de câmbio e o freio de estacionamento.
Com poucos ajustes me acomodo perfeitamente e os bancos esportivos são revestidos em lethearette. A posição de dirigir é baixa e a coluna direção ajustável em altura/profundidade coopera na ergonomia. Outras particularidades estão nas luzes internas configuráveis, no pacote Connected Media com chamada de emergência e nos serviços remotos/teleservices.
Tenho 1,70 m de estatura e quem andou no banco traseiro não encontrou muito espaço para as pernas e joelhos. Afinal, esse conversível mede 3,821 m de comprimento e 2,495 m de entre-eixos. O porta-malas leva 211 litros, mas ao soltar duas alavancas e puxar uma proteção é possível aumentar a capacidade do compartimento de bagagens – isso só funciona com o teto fechado.
“GO-KART FEELING”
Pela primeira vez, essa variante está à venda por aqui em três versões: Mini Cooper Cabrio (R$ 149.990), Mini Cooper S Cabrio (R$ 181.990) e o endiabrado Mini John Cooper Works Cabrio (R$ 201.990) – preços referentes ao ano/modelo 2019. Na ponta do lápis, todos são mais acessíveis comparados aos BMW 430i Cabrio Sport (R$ 320.950), Chevrolet Camaro Conversível (R$ 371.390) e Mercedes-Benz GT C Roadster (R$ 1.212.900).
Estamos em um conversível e o grande atrativo é dirigi-lo com a capota recolhida. O sistema leva 18 segundos para deixar os ocupantes em contato com o meio externo e a capota pode abrir como um teto solar ou ficar totalmente recolhida, o que compromete um pouco a visibilidade traseira. Mesmo trafegando acima dos 100 km/h é possível manter um diálogo sem alterar o tom de voz, tampouco aumentar o volume da música – o sistema de áudio e do ar-condicionado não são específicos para o Mini Cooper Cabrio.
Embora não tão radical quando as versões S e JCW, o motor tricilíndrico 1.5 turbinado (nomenclatura B48) do Cooper Cabrio dá conta do recado e recebeu a transmissão de dupla embreagem e sete marchas. Os 136 cv e 22,4 kgfm de torque a baixos giros possibilitam andar com agilidade transmitindo bom fôlego na cidade ou na estrada. Na balança, o Mini Cooper Cabrio possui 1.235 kg, enquanto o Mini Cooper Exclusive 3P (R$ 122.390) pesa 1.190 kg. A relação peso-potência do conversível é de 9,08 kg/cv.
A vibração do bloco de três cilindros é baixa em marcha lenta, mas ela se faz presente no momento da partida ou no trânsito durante a atuação do sistema Start-Stop. Já quem procura por mais diversão escolha pelas configurações S e JCW, pois o 2.0 “turbão” associado ao câmbio automático de oito marchas despeja 192 cv/28,5 kgfm e 231 cv/32,6 kgfm, respectivamente.
As suspensões são mais “macias” frente aos S e JCW. Com calibração firme e pouco curso, elas sofrem no nosso piso, além de baterem secas nas irregularidades mais pronunciadas. Também cooperam as rodas de 17” vestidas por duros pneus Run Flat de medidas 205/45. Apesar disso, a dianteira não raspa com facilidade em valetas ou lombadas.
Em contrapartida, o Mini Cooper Cabrio é um demônio nas curvas. Contornei algumas com o “pé no porão” e a dianteira aponta com precisão exigindo mínimas correções. Sem dúvida, faz jus à filosofia “Go-Kart Feeling”. Essa dose de ousadia na dinâmica só não veio acompanhada de um ronco mais encorpado. Mesmo assim, o sopro do turbocompressor (pressão de trabalho de 1,2 bar) compensou essa ausência. Como já dissemos, esse Mini Cooper Cabrio é para quem prefere dirigir com estilo ao invés de emoção ao volante. Ele vale pelo estilo charmoso inerente aos Mini.