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No Brasil, quem procura um conversível/cabriolet de menos de R$ 200.000 tem pouca opção. Na verdade, a única da qual lembramos agora é o Audi A3 Cabriolet, de R$ 199.990. Mesmo acima desse valor, há poucas ofertas, como Chevrolet Camaro Conversível (nesta edição), BMW Série 4 Cabrio (R$ 311.950), além dos Mercedes -Benz C 300 Cabriolet (R$ 323.900) e E 300 Cabriolet (R$ 425.900), do Audi TT (R$ 290.990, mas é um roadster) e de supercarros como Mercedes-AMG GTC Roadster (R$ 1.118.900). Agora, somam-se às opções mais “acessíveis” do mercado o Mini Cabrio, variação de teto de lona do hatch retrô inglês que chega reestilizada.

E se antes ele era vendido só na versão S, a linha 2019 tem as opções básica (Mini Cooper Cabrio; R$ 146.990), S (R$ 176.990) e John Cooper Works (R$ 196.990). Rodamos pouco mais de 340 quilômetros ao volante das três, entre São Paulo e Juquehy, no litoral paulista, para escolher a melhor.

Visualmente, em relação à geração de 2014 mudaram os faróis – agora full-LED, e com sistema matricial no S e no JCW – e as lanternas, que ganharam desenho interno inspirado na bandeira inglesa (“Union Jack”). Repetidores de seta e logos também são novos, projetados no chão para iluminá-lo e “recepcionar” o motorista.

Já no interior, agora há uma alavanca de câmbio eletrônica, como nos BMW, e um belo desenho com luzes no painel (visto no escuro). O acabamento é preto e de boa qualidade, com opções cinza ou preto com Alcantara na versão S (que vem de série no JCW). O problema do painel estiloso, porém ruim de ver, havia sido corrigido na geração de 2014: à frente do motorista, como deve ser, fica o cluster de ótima leitura, com velocímetro, conta-giros e outros dados – no S e no JCW há, ainda, o head-up display, que projeta informações no para-brisa.

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Já a tela central, também em 2014, se transformou na central multimídia e de controle do carro (6,5 polegadas na versão básica, sem Android Auto/CarPlay, e 8 polegadas nos S e JCW, só com o sistema da Apple). Pena que os comandos, por botão giratório, fiquem entre a alavanca de câmbio e o freio de mão, bem abaixo do apoio de braço. E, mesmo nas versões caras, falta um pacote semiautônomo, ou ao menos ACC – além de ajuste elétrico dos bancos e outros mimos.

Entretanto, o maior atrativo do Mini Cabrio – aí não importa a versão – aparece ao acionar o comando no teto: a até 30 km/h, são 18 segundos para a capota abrir. Por ser cabriolet, a lona fica sobre o porta-malas, atrapalhando a visibilidade traseira (nos conversíveis a capota costuma ficar oculta). Ao menos ela não reduz tanto o bagageiro, de 211 litros. Há, ainda, uma opção intermediária: o teto abre pacialmente, formando como que um grande teto-solar.

Para muitos, pegar a Rio-Santos com “cabelos ao vento” já é recompensa suficiente pelos R$ 150.000 mínimos a serem investidos. Nesse caso, o Cabrio básico é suficiente, mesmo não muito equipado – até câmera de ré e sensores de estacionamento são opcionais.
Éo único da linha com o novo 3 cilindros 1.5 turbo de 136 cv e 22,4 kgfm. Esse motor vem aliado a uma transmissão automática de dupla embreagem e sete marchas da Getrag, sem aletas para trocas justamente por formar um conjunto sem pretensões esportivas: 0-100 km/h em 8,7 segundos e máxima de 206 km/h. Usa TwinPower (dupla voluta) para eliminar o turbo lag e cumprir a função de garantir mais economia (ainda não há dados do PBEV-Inmetro). Mas não empolga ao volante.

Para quem faz questão de desempenho, melhor saltar para os 4 cilindros 2.0, que ainda são mais equipados. O ronco que falta no 3 cilindros aparece forte, com direito a “pipocos” nas trocas. No Cooper S Cabrio são 192 cv e 28,5 kgfm; no JCW são 231 cv e 32,6 kgfm. O câmbio automático tradicional de 8 marchas do JCW agradou mais do que o de dupla embreagem e sete marchas do Cooper S (que substituiu o automático de seis).

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Talvez seja um motivo para comprar a versão top. As respostas, por incrível que pareça, são ainda mais rápidas, principalmente em situações de súbita redução-aceleração. Ah, e essa caixa é mais obediente no modo manual (com generosas aletas em ambos): o JCW não reduz marchas no kick-down (pisar fundo) nem as sobe ao chegar no limite de giros – prefere cortá-los, enquanto o S faz as operações mesmo que no modo “manual”.

Já as suspensões, independentes nas quatro rodas e ajustáveis eletronicamente nos 2.0, mesmo mais macias no S do que no JCW, atuaram perfeitamente nas curvas da Rio-Santos. O comportamento neutro e equilibrado permite abusar da velocidade sem riscos.
O ideal é botar o seletor do modo de condução no Sport, que deixa os amortecedores mais rígidos (a seleção é no console, e não mais na base da alavanca de câmbio). A direção de aro grosso, pequeno diâmetro e base chata, igualzinha à do JCW, também fica mais pesada nesse modo, que agiliza também as respostas do motor e do câmbio.

No fim, pensando no uso mais frequente do carro, a melhor versão é a intermediária. A configuração de entrada é para quem não faz questão nenhuma de ter um desempenho que case com a imagem do carro – e ainda assim não é barata, principalmente considerando o que perde em equipamentos e na mecânica. Já a John Cooper Works não se justifica tanto pelo ganho de desempenho (0-100km/h em 6s5, contra 7s1 do Cooper S), mas tem o câmbio ligeiramente superior, além de detalhes exclusivos no visual e suspensões mais firmes – que, entretanto, são mais desconfortáveis. É uma boa opção para quem roda com o carro ocasionalmente, nos fins de semana – ou faz questão de dizer que tem a versão mais potente.

No fim, o Mini Cabrio pode não ser um carro maravilhoso, mas é muito divertido e, na ausência de rivais mais interessantes, é uma boa compra. Porque se um Mini Cooper S tradicional pode ser substituído – e com vantagens – por um VW Golf GTI ou um Honda Civic Si, por exemplo, as alternativas ao Mini Cabriolet são mais escassas, como já mostramos (o Audi A3 Cabriolet é mais caro e sem sal). E quem gosta de conversíveis/cabriolets quer abrir o teto e curtir a vida.


Ficha técnica:

Mini Cooper S Cabrio

Preço básico: R$ 146.990
Carro avaliado: R$ 176.990
Motor: 4 cilindros em linha 2.0, 16V,comando variável, turbo, injeção direta, start-stop
Cilindrada: 1998 cm³
Combustível: gasolina
Potência: 192 cv de 5.000 a 6.000 rpm
Torque: 28,5 kgfm de 1.350 a 4.600 rpm
Câmbio: automatizado, dupla embreagem, sete marchas
Direção: elétrica
Suspensões: McPherson (d) e multilink (t)
Freios: disco ventilado (d) e disco sólido (t)
Tração: dianteira
Dimensões: 3,850 m (c), 1,727 m (l), 1,415 m (a)
Entre-eixos: 2,495 m
Pneus: 205/45 R17 (opção aro 18)
Porta-malas: 215 litros
Tanque: 44 litros
Peso: 1.315 kg
0-100 km/h: 7s1
Velocidade máxima: 230 km/h
Consumo cidade: 11,9 km/l*
Consumo estrada: 14,4 km/l*
Nota do Inmetro: B*
Emissão de CO²: 103 g/km*
Classif. na categoria: A (esportivo)*

*dados da versão S normal