17/04/2020 - 8:30
À época do lançamento do Mitsubishi Eclipse Cross, em 2018, um executivo revelou que a nacionalização do modelo não estava descartada. Eis que ela se confirmou: desde o fim do ano passado, o SUV-cupê é feito na planta da HPE, em Catalão (GO) – mesmo local onde são fabricados o SUV-crosssover ASX, a picape L200 Triton e o jipe Suzuki Jimny.
Eu vejo no Mitsubishi Eclipse Cross tem uma design para quem gosta de se destacar na multidão. Agora com produção nacional, será que ele vale a pena?uma opção para “fugir do lugar comum”, evitando modelos “pop” como Jeep Compass e cia.
O visual do Mitsubishi Eclipse Cross pode ser controverso, mas eu, pelo menos, curti suas linhas inspiradas no conceito XR-PHEV. A traseira dividida, com dois setores de vidro, me remete aos modelos Citroën C4 VTR, Honda CR-Z e ao antigo Toyota Prius. Mas não concordo em batizá-lo de Eclipse – nome marcado por um dos esportivos mais animais dos anos 90 e 2000.
INDEPENDENTE
Feito sobre uma plataforma própria, o Mitsubishi Eclipse Cross tem medidas similares às do Jeep Compass. E o entre-eixos do Eclipse Cross é maior que o do rival (2,636 m), garantindo um bom espaço para quem viaja atrás. Também ajudam no bem-estar dos ocupantes os bancos dianteiros com apoios laterais pronunciados e aquecimento – enquanto o traseiro é deslizante e o encosto reclinável em oito posições.
Ainda falando de cabine, o head-up display do Mitsubishi Eclipse Cross projeta na tela de acrílico informações importantes, como a velocidade. O teto solar duplo panorâmico beneficia a sensação de amplitude interna e o sistema multimídia tem Android Auto/Apple CarPlay. Mas a função one-touch dos vidros só está disponível para o vidro do motorista. Poxa, Mitsubishi!
Fiquei alguns dias com a versão de topo do Mitsubishi Eclipse Cross, a HPE-S S-AWC, e achei divertido o desempenho do motor 1.5 turbo associado a câmbio continuamente variável (CVT). É um carro que “acorda” cedo e entrega respostas bem ágeis.
As trocas sequenciais podem ser feitas tanto pela alavanca quanto pelas generosas borboletas, fixas, na coluna de direção – uma referência ao Lancer EVO X, um esportivo que desperta os meus pensamentos mais impróprios.
Só achei a direção do Mitsubishi Eclipse Cross meio anestesiada, além de não muito direta. Já a calibração das suspensões fica na medida certa, e a tração integral reparte a força na ordem de 50/50 entre os eixos. Além disso, o SUV tem os modos de condução Auto, Snow (pisos escorregadios) e Gravel (cascalho).
Até consideraria a compra do Mitsubishi Eclipse Cross. A gama é formada pelas configurações GLS (R$ 130.990), HPE (R$ 145.990), HPE-S (R$ 154.990) e HPE-S S-AWC (R$ 162.990). Mas acabaria escolhendo o Chevrolet Equinox Premier – um sleeper 2.0 turbo com 262 cv e 37 kgfm.
Rafael Poci Déa | Repórter
O seletor dos modos de condução e os controles de aquecimento dos bancos dianteiros. O freio de mão é elétrico, com sistema auto-hold. O banco traseiro, que oferece oito opções de inclinação do encosto
Mitsubishi Eclipse Cross HPE-S AWD
Preço básico R$ 130.990
Carro avaliado R$ 162.990
Motor: quatro cilindros em linha 1.5, 16V, duplo comando variável, turbo, injeção direta Cilindrada: 1499 cm3 Combustível: gasolina Potência: 165 cv a 5.500 rpm Torque: 25,5 kgfm de 2.000 a 3.500 rpm Câmbio: automático CVT, oito marchas simuladas, modo sequencial Direção: elétrica Suspensões: MacPherson (d) e multi-link (t) Freios: disco ventilado (d) e disco sólido (t) Tração: integral, seletor de terreno Dimensões: 4,405 m
(c), 1,805 m (l), 1,685 m (a) Entre-eixos: 2,670 m Pneus: 225/55 R18 Porta-malas: 473 litros Tanque: 60 litros Peso: 1.605 kg 0-100 km/h: 11s4 Velocidade máxima:195 km/h Consumo cidade: 10,2 km/l Consumo estrada: 11,6 km/l Emissão
de CO2 125 g/km Consumo nota A Nota do Inmetro: C Classificação na categoria: A (Utilitário Esportivo Grande 4×4)
Contraponto
● Em uma época de carros com designs tão parecidos, sou a favor de ousadias. Isso não significa que tenha gostado desse Mitsubishi Eclipse Cross (ousadia tem esses riscos, não agrada a todos). Então não seria por isso que compraria um Eclipse Cross – mas também nem por isso deixaria de comprar.
Não sou grande fã de câmbios CVT, e acho que o maior problema deles é comprovado neste Mit: como diz o Rafael, não falta agilidade, e o consumo é bom, mas eu ligo muito para as sensações ao volante, e ainda prefiro um câmbio automático tradicional.
Racional, e meio pão-duro, eu não iria para o Equinox, que consome demais. Minha preferência no segmento ainda seria pelo Peugeot 3008, outro com design ousado – que me agradou mais, além de ter uma cabine incrível.
Com esse opção, porém, teria que abrir mão da tração integral do Mitsubishi Eclipse Cross – e da segurança e vantagem em pequenas aventuras off-road que ela garante. Mas, considerando meu uso principal, isso não faria tanta falta. Em tempo: concordo com o Rafael na crítica à escolha do nome. Podiam ter optado por algo totalmente novo.
Flávio Silveira | Editor
COMPRE SE…
s Você quer um SUV com visual diferente e personalidade: a dianteira imponente e a traseira com vidro duplo são pontos altos.
s Você deseja um SUV esperto de guiar. São 165 cv de potência e os 25,5 kgfm de torque não decepcionam. Uma pena não ser flex.
NÃO COMPRE SE…
t Precisa de porta-malas espaçoso, pois o compartimento do Eclipse Cross é de 473 litros, menos que no VW Tiguan Allspace (710 litros).
t Deseja subir um degrau na linha Mit, pois a versão top do Eclipse Cross fica próxima do “irmão” maior Outlander 2.0L HPE (R$ 159.990).
Considere também esses concorrentes
VW Tiguan Comfortline 250 TSI – R$ 153.990 (leia mais aqui)
Tem preço da configuração HPE-S do Mit, mas pode levar até sete passageiros.
O 1.4 turbinado tem 150 cv e 25,5 kgfm.
GM Equinox Premier – R$ 162.990 (leia aqui)
O SUV da Chevrolet oferece bons itens de conforto e de segurança, além de um motor 2.0 turbo que bebe, mas entrega