14/07/2025 - 6:00
O novo Kicks, aquele de segunda geração, com absolutamente tudo novo, já está nas lojas. Mas, para levar um para casa, você precisa pagar pelo menos R$ 160 mil. Para muita gente, é um valor salgado, ainda mais considerando ser a versão de entrada, com menos equipamentos. Porém, existe uma alternativa para comprar um Kicks 0 km mais completo, e pagando menos…
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Quanto custa esse Nissan Kicks Play?
Sim, esse cara das fotos é o Nissan Kicks de primeira geração, que ainda é vendido como opção mais em conta ao carro novo, batizado como “Kicks Play”. Como boa notícia, essa versão mais completa do Play, a Advance Plus, sai por R$ 12 mil a menos que a Sense (básica) da geração mais moderna. Falamos em R$ 148 mil, ou mais ou menos o que a Volks cobra por um Tera mais caro, a Renault pede no Kardian topo de linha, ou a Fiat oferece seu Pulse mais completo.
Vantagens sobre os rivais
Só que, nessa toada de custar preço de Tera, Kardian e Pulse, o Kicks leva algumas vantagens. Deixando de lado o fato do projeto já antigo, beirando os 10 anos, e plataforma obsoleta (mesma do Versa de primeira geração ou March), o SUV compacto da Nissan é de categoria superior. É maior, mais espaçoso, tem maior porta-malas e uma vida a bordo mais tranquila que a dos rivais de preço.
Seu motor 1.6 16v HR16DE, naturalmente aspirado, não é dos mais potentes, mas brinda com concepção moderna (inteiro em alumínio, duplo comando de válvulas, variadores de fase e afins), apesar de já estar no mercado há alguns bons anos. Mas, como diz o ditado, “panela velha é que faz comida boa”: esse 1.6 não tem problemas crônicos, a maioria dos mecânicos sabe mexer nele, e há uma ampla oferta de peças de reposição no mercado. O câmbio automático CVT, idem.
Desempenho razoável
Não espere desempenho apurado. Seus 110/113 cv de potência (gas/eta) são tímidos para a capacidade cúbica do motor, enquanto o torque, de até 15,2 mkgf com etanol, faz valer o baixíssimo peso da carroceria desse Kicks Play: são apenas 1.139 kg, menos do que um Fiat Argo ou VW Polo mais completos.
Por conta dessa leveza, aliada a calibração bem sensível do acelerador, ele arranca bem na cidade, com saídas rápidas de semáforo ou retomadas de baixas para médias velocidades sem muita demora. Esse CVT “escorrega” bastante, em prol do conforto e suavidade, mas isso não impede a boa desenvoltura do carro em baixa. Ainda assim, a falta de um turbo exige “pé na tábua” e altos giros em algumas situações. Esse 1.6 tem seu pico de força a 4.000 rpm, e potência máxima a 5.600 rpm.
Na estrada, porém, as limitações de desempenho são bem mais sentidas, e as vezes é necessário fazer o 1.6 “berrar” a 5 mil giros ou mais nas ultrapassagens ou retomadas mais imediatas. Com o carro cheio, vale a pena ter paciência em subidas ou afins. Não tem milagre, mas tem o modo Sport, ativado por uma tecla na alavanca: ela agiliza a transmissão, sobe o rpm do motor e reprograma alguns parâmetros, como atuação do pedal do acelerador.
Características mecânicas
O câmbio não é daqueles CVTs que simulam com precisão marchas reais, preferindo a operação literalmente continuamente variável, como sugere seu nome. Combina com a pegada urbana, assim como a direção leve e multiplicada (poucas voltas do volante para um bom ângulo de esterçamento), e as suspensões que absorvem bem a buraqueira. Só é característica dele as molas e amortecedores dianteiros com curso curto, que costumam bater seco em alguns casos.
Consumo interessante
A dupla 1.6 e CVT faz do Kicks Play um carro econômico, especialmente considerando seu tamanho e categoria. Tirando o pecado do tanque de míseros 41 litros, é possível rondar os 9,0 km/l de etanol na cidade, passando de 12,0 km/l na estrada. Com gasolina, o INMETRO indica quase 14 km/l nas melhores condições.
Queimando só combustível de cana em cerca de 400 km rodados entre cidade e estrada, a unidade avaliada fechou a semana de testes com 10,4 km/l no painel. É questão de se acostumar com as paradas frequentes nos postos, para reabastecer seu tanque pequeno, que o SUV compacto da Nissan mostra-se econômico.
Fácil de guiar
Sua condução não exige segredos. É um SUV fácil para manobrar, com boa área envidraçada, e que não faz feio em curvas rápidas ou frenagens emergenciais. Não é o melhor do segmento, mas agrada. Só na condução em estradas, porém, que a boa e velha característica de “passarinhar” (oscilar um pouco a trajetória, exigindo pequenas correções no volante) continua presente. Ela já acompanha o Kicks de primeira geração desde sua estreia, em 2016, e também está nos Versa, de primeira ou segunda geração. Todos feitos sobre a mesma base, a “V”.
A vida a bordo é tranquila e espaçosa, em vantagem aos rivais menores. Com teto alto e bancos dianteiros ergonômicos, a acomodação de motorista e copiloto é boa. Ocupantes mais altos ainda ficam longe de encostar a cabeça no teto, e, na parte traseira, vão bem dois adultos de maior estatura. Elogios ao vão livre para pernas, a sensação de amplitude da cabine, e o generoso porta-malas de mais de 430 litros. O acabamento, porém, é simples.
O que oferece de série?
Essa configuração Advance Plus inclui “luxos” como retrovisor interno fotocrômico, bancos forrados em couro, rodas de liga aro 17” diamantadas, painel de instrumentos com tela multifuncional de 7”, multimídia com 8”, câmera de ré, sensores de estacionamento traseiros, luzes diurnas em LED (os faróis são halógenos), sensor crepuscular, chave presencial, partida por botão, e até alerta de colisão frontal com frenagem autônoma de emergência.
Se você quer gastar menos, saiba que tem Kicks Play a partir de menos de R$ 118 mil, claro que bem menos equipado. Esse Play é para quem quer um Kicks mais barato, sem ter que desembolsar as cifras altas da nova geração. De quebra, ainda rouba clientes dos modelos menores da concorrência.
