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Se você encomendar esse novo Suzuki Jimny no Japão hoje, só o colocará na garagem no começo do ano que vem. Isso mostra como o minúsculo valente SUV é popular em seu país de origem. E a marca espera demanda igualmente forte no resto do mundo (no Brasil, acaba de aparecer no Salão de São Paulo (leia aqui); será importado do Japão para conviver com o antigo, que segue fabricado aqui, já que o novo será mais caro). O motivo de tanto sucesso? O estilo retrô, claro. E agora, sem abrir mão dele, esse novo Jimny representa um avanço enorme em relação ao que anterior, que não gosta nada do asfalto.

O modelo nasceu nos anos 1970, e a geração anterior tinha cerca de 20 anos de idade. Então os engenheiros tiveram tempo de sobra para escolher os aspectos sobre os quais trabalhar e a maneira mais lucrativa de chegar ao o resultado desejado. Mantendo o estilo audaciosamente quadrado, que remete ao Mercedes Classe G e ao Land Rover Defender, o Jimny tem proporções que o fazem parecer maior do que é. Um estilo que fala a língua simples e tradicional do off-road. Hiroyuki Yonezawa, engenheiro responsável, destaca que o carro inteiro foi melhorado: “Mantivemos a simplicidade de sempre melhorando a qualidade e a funcionalidade. Aperfeiçoamos até mesmo suas capacidades off-road”.

Após guiar o jipinho no asfalto e no off-road perto do Monte Fuji, no Japão, vimos que Yonezawa alcançou seu objetivo. O antigo motor a gasolina, 1.3 de 85 cv e 11,2 kgfm, deu lugar a um novo 1.5 de 102 cv e 13,3 kgfm. Acoplado ao câmbio manual de cinco marchas (ou automático de quatro), é mais equilibrado. Não é exuberante, mas distingue-se pela progressividade, especialmente acima de 3.000 rpm, enquanto o torque mais generoso ajuda a encarar todo tipo de inclinação, puxar um reboque ou cruzar um riacho.

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Se carroceria e longarinas – sim, ele é um SUV raiz, sobre chassi – estão 50% mais rígidos, as suspensões de eixo rígido foram otimizadas para uso no asfalto e fora dele: o conforto aumentou, com progresso especialmente notado na estrada. A rolagem da carroceria continua alta, mas a estabilidade direcional melhorou: uma vez escolhida a trajetória, o Jimny a mantém com facilidade. E mesmo que ainda seja meio vago no centro, a direção ajuda a manter uma sensação de controle. Assim como os freios: comparados aos anteriores, começam a morder primeiro, e a dianteira tende a afundar menos.

No off-road, o Jimny continua a ditar as regras, comparado a rivais cada vez mais urbanos. Lama, poeira, inclinações de 35o: foi moleza vencer a dura trilha que nos foi proposta para colocá-lo à prova. Nem era necessário engatar a reduzida, e foi quase como guiar um Toyota Land Cruiser. Graças também à qualidade do controle de tração, subimos sem esforço grandes obstáculos: ele imediatamente freia a roda que desliza, levando a tração para o lado oposto, e o carro segue adiante.

No asfalto, o Jimny ficou mais silencioso, e os assentos estão bem mais confortáveis. A visibilidade é ótima, mas uma câmera de ré cairia bem, mesmo que opcional. Há, porém, piloto automático, frenagem de emergência automática e assistente de faixa. Yonezawa diz: “Definindo cuidadosamente a proposta do carro, dá para estender seu ciclo de vida ao infinito”. Pelo interesse que vem despertando, esse Jimny terá vida longa.


Ficha técnica:

Suzuki Jimny 1.5

Preço básico (estimado): R$ 84.990
Carro avaliado (estimado): R$ 84.990
Motor: 4 cilindros em linha 1.5, 16V, comando variável
Cilindrada: 1462 cm³
Combustível: gasolina
Potência: 102 cv a 6.000 rpm
Torque: 13,3 kgfm a 4.000 rpm
Câmbio: manual, cinco marchas
Direção: não divulgada
Suspensões: eixo rígido (d/t)
Freios: disco sólido (d) e tambor (t)
Tração: integral
Dimensões: 3,55 m (c), 1,65 m (l), 1,73 m (a)
Entre-eixos: 2,25 m
Pneus: não divulgado
Porta-malas: 120 litros (estimado)
Tanque: não divulgado
Peso: 1.145 kg
0-100 km/h: 12s0
Velocidade máxima: 150 km/h
Consumo: 14,9 km/l (média cidade/estrada, Japão)
Emissão de CO²: 120 g/km
Nota do Inmetro: B (estimada)
Classificação na categoria: A (estimada, fora de estrada)