A Fiat Strada Volcano vale a pena? Picapinhas médias são peculiares, usadas principalmente por necessidade, mas também por estilo. A Strada sempre foi mais vendida nas versões “de trabalho”, porém sempre teve também versões com mais luxo e estilo, como a Adventure.

Com o tempo, a cabine simples foi estendida e ganhou um “banquinho” que não era banquinho, mas passou a levar pessoas ilegalmente. A Fiat, esperta, lançou a cabine dupla – que depois ganhou a terceira porta para melhorar o acesso. Levava quatro passageiros, mas os de trás iam um tanto apertados.

NO USO

Usei a nova Strada cabine dupla por uma semana, na versão Volcano de R$ 79.990. Achei “compridona” e desajeitada por fora, mas dentro agora é uma cabine dupla de verdade, com quatro portas e cinco lugares.

Quem vai atrás tem mais espaço e o motorista, que antes quase batia a cabeça no teto, projetado para a frente para liberar espaço atrás dele, agora senta em posição mais confortável.

Vi críticas ao “painel de Mobi”. Verdade, mas cromados dão uma sofisticação extra e o cluster é bonito, com leitura clara e um computador de bordo fácil.

Já a central multimídia tem o Android Auto sem fio, que é legal (mas, em viagens longas, você acaba tento que plugar o celular para carregar). Tudo é bem fácil de controlar, por comandos na tela e ao redor dela, ou pelo volante multifuncional.

Pena que os alto-falantes não sejam potentes. Na Rodovia dos Bandeirantes, queria aumentar ainda mais o volume para deixar de ouvir o motor. A Strada, apesar do nome, não vai muito bem na estrada.

A 120 km/h e quase 4.000 rpm, eu procurava a sexta marcha. Seria bem-vinda, como a caixa automática. O ideal é um motor turbinado. O 1.3 é agradável e econômico na cidade, mas, em velocidades altas ou com peso, fica devendo. E o consumo decepciona.

A posição de dirigir melhorou bem com o banco mais baixo, e o espaço no banco traseiro aumentou (e a picape agora leva cinco pessoas). A caçamba tem 844 litros

NA TERRA

A Fiat Strada Volcano se saiu muito melhor em outros tipos de estrada, como sempre: as de terra. As suspensões seguem com seu ponto mais forte. Macia, a picape encara terra e buracos com bastante conforto. E o controle de estabilidade e os freios ABS, junto com pneus mistos, garantem aderência e controle impecável.

Além disso, o sistema de direção é ótimo e o volante tem boa pegada. E, claro, a picape ainda tem uma caçamba decente e uma cabine para levar a família (pelo menos com crianças pequenas).

Se eu tivesse um sítio, a Strada certamente estaria na minha lista de compras, ao lado da ótima Renault Oroch. Se o sítio fosse mais longe e exigisse mais tempo em rodovias, porém, eu optaria de vez pela Oroch ou pela Fiat Toro básica (R$ 100 mil). Ou esperaria pelo motor 1.3 turbo.

Flávio Silveira | Editor

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A cabine é simples, mas o quadro de instrumentos tem leitura fácil e há vários porta-objetos. Nesta versão há volante multifuncional e uma boa central multimídia com Android Auto sem fio

Contraponto

● Participei da prévia da Fiat Strada Volcano meses atrás, antes da pandemia. À ocasião, meu primeiro contato ocorreu na pista do Haras Tuiuti, no interior de São Paulo. Diferentemente de meu colega de redação, logo de cara achei o visual da nova geração dinâmico e bem resolvido. Gostei do comportamento no asfalto e da agilidade no contorno de curvas. Aliás, não senti falta de fôlego tampouco achei que o barulho do 1.3 tire o sossego dentro da cabine (mas andei em pista fechada, por pouco tempo e em velocidade não tão alta e constante).

Concordo com o Flávio em relação ao acabamento e também não vejo problemas em a Strada compartilhar peças com outros modelos do fabricante. Afinal, o custo aqui é um ponto muito importante, e, apesar de a picape ter crescido, os preços foram mantidos. Apesar das qualidades da “picapinha”, não a compraria, pois não preciso de um utilitário, seja compacto, intermediário ou médio. Optaria por um VW Polo Comfortline 200 TSI (R$ 74.450), com o eficiente tricilíndrico 1.0 turbo de até 128 cv e 20,4 kgfm (etanol). Fica mais de acordo com as minhas preferências.

Rafael Poci Déa | Repórter

COMPRE SE…

Você quer um picapinha pra carregar a família e ainda ter espaço para levar bicicletas, e muitas tralhas.
Você roda bastante em estradas de terra e procura um carro que as encare com muito conforto e tenha um bom vão livre do solo.

NÃO COMPRE SE…

Você roda muito em rodovias, acima de 110/120 km/h. Nessa situação, o nível de ruído é alto e o desempenho decepciona.
Você precisa de verdadeira capacidade off-road. Uma coisa é ser alta e robusta, outra é superar atoleiros e situações mais complicadas.

 

Considere também esses concorrentes

VW Saveiro Cross CD – R$ 92.690
Mais estradeira e também cabine dupla, é mais apertada, tem só duas portas e é mais cara. Ao menos o 1.6 tem 120 cv. Leia mais sobre ela aqui.

Renault Oroch DYN. 2.0 – R$ 84.190
Maior e mais espaçosa, tem um 2.0 de 148 cv. Mas perde na caçamba (683 litros) e consome mais (a 1.6 custa R$ 82.190). Leia mais aqui.

Fiat Strada Volcano CD

Preço básico R$ 74.990
Carro avaliado R$ 79.990

Motor: quatro cilindros em linha 1.3, 8V, comando variável
Cilindrada: 1332 cm3
Combustível: flex
Potência: 101 cv (g) e 109 cv a 6.250 rpm (e)
Torque: 13,7 kgfm (g) e 14,2 kgfm a 3.500 rpm (e)
Câmbio: manual, cinco marchas
Direção: elétrica
Suspensões: MacPherson (d) e eixo rígido (t)
Freios: disco ventilado (d) e tambor (t)
Tração: dianteira
Dimensões: 4,480 m (c), 1,732 m (l), 1,575 m (a)
Entre-eixos: 2,737 m
Pneus: 205/60 R15
Caçamba: 844 litros ou 650 kg
Tanque: 55 litros
Peso: 1.174 kg
0-100 km/h: 11s5 (e)
Velocidade máxima: 168 km/h (e)
Consumo cidade: 12,1 km/l (g) e 8,4 km/l (e)
Consumo estrada: 13,3 km/l (g) e 9,4 km/l (e)
Emissão de CO2 105 g/km
Com etanol = 0 g/km
Consumo nota A
Nota do Inmetro:  B
Classificação na categoria: A (Picape compacta)

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