Um Porsche 911 sempre será um Porsche 911, independente da época. Ícone da esportividade e da exímia engenharia alemã, o mítico nine-eleven transmite sensações sui generis. Uma tradição estabelecida desde 1963, quando o 911 foi apresentado no salão de Frankfurt, na Alemanha, e que ao longo dos anos nas gerações, para citar, Série G (1974 a 1989), 964 (1988 a 1994), 993 (1993 a 1998), 996 (1997 a 2005), 997 (2004 a 2012), 991 (2011 a 2018), só foi aprimorada. Até chegar a este 911 Carrera S Cabriolet que avaliamos agora.

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Originalmente chamado de 901, a nomenclatura mudou para 911 a fim de evitar uma divergência com a francesa Peugeot. Em 58 anos de história, tanto a silhueta quanto o propulsor Boxer (cilindros contrapostos) montado sobre o eixo traseiro mantiveram-se. É um clássico insubstituível!

A atual geração 992 se assemelha ao 991, pois “tenho que ser capaz de ver que é um 911. E tenho que ser capaz de ver que é um novo 911”, comenta Michael Mauer, designer-chefe da Porsche e do Grupo Volkswagen. As medidas mudaram por conta da plataforma MMB (Modularer Mittelbaukasten), que é empregada nos carros esportivos de motor central ou traseiro, indo a 4,519 m de comprimento, 1,852 m de largura, 1,299 de altura e 2,450 m de entre-eixos. No Porsche 911 (código 991), eram 4,499 m, 1,808 m, 1,290 m, na ordem, enquanto os 2,450 m não mudaram. O porta-malas frontal acomoda 132 litros.

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Porsche 911 Carrera: cabine minimalista 

Uma vez dentro, a cabine é minimalista trazendo os poucos comandos muito bem posicionados à mão. Tudo é voltado para o motorista. A posição de dirigir baixa e o volante a 90º são irreparáveis, assim como o multimídia Porsche Communication Management (PCM) de 10,9” oferece uma interface simples e descomplicada de operar.

O quadro de instrumentos preservou o conta-giros ao centro junto de duas telas digitais configuráveis ao mesmo tempo que a partida do lado esquerdo é uma herança dos carros de Le Mans. Já os dois bancos traseiros estão lá e acomodam apenas crianças

Porsche 911 Carrera S Cabriolet
Foto: Roberto Assunção

Sem dúvidas, o grande charme do Porsche 911 Carrera S Cabriolet é o teto de lona escamoteável. A estrutura aplica alumínio e magnésio na construção trazendo um sistema eletro-hidráulico capaz de realizar a abertura/fechamento em poucos 12 segundos com velocidade de até 50 km/h. Essa operação também é realizada pela chave.

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Os arcos da capota mantém o tecido sempre esticado e sem dobras para preservar a silhueta do Porsche 911 ao passo que a região do vidro traseiro possui revestimento térmico e acústico. Esse tratamento isola muito bem os ocupantes dos ruídos exteriores e da água, conforme constatamos ao encarar um longo trajeto rodoviário sob chuva moderada.

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Porsche 911 Carrera: sopro dos turbos na orelha

Com a alavanca de câmbio na posição D e o freio de estacionamento baixado libertamos o Porsche 911 Carrera S Cabriolet e aproveitamos um compromisso de trabalho na cidade de São José dos Campos, interior de São Paulo, para avaliar toda a capacidade do esportivo descapotável.

O momento da partida é acompanhado de um rugido ardido e do sopro dos dois turbos. Ou seja, pura pornografia automotiva! À medida que a rotação diminui a música fica mais baixa, porém, é possível abrir as aletas do sistema de escape por meio de um botão físico no painel.

O propulsor de seis cilindros Boxer (cilindros contrapostos) 3.0 biturbinado montado no eixo traseiro – um legado do modelo 356, obra do austríaco Erwin Komenda a pedido de Ferdinand “Ferry” Porsche – está conectado ao câmbio PDK (Porsche Doppelkupplung) de oito marchas para entregar 450 cv e uma mesa de torque de 54 kgfm entre 2.300 e 5.000 rpm. Aliás, uma potência semelhante ao do Porsche 911 Turbo S da geração 996 (feita de 1997 a 2005 e que foi o primeiro com motor Boxer refrigerado a água substituindo a refrigeração a ar).

As rodas traseiras vestem largos pneus de medidas 305/30 R21. Já o spoiler possui dois estágios e abre automaticamente acima de 90 km/h (Foto: Roberto Assunção)

Apesar dos números de desempenho é um carro amigável de dirigir e impressiona a usabilidade no uso cotidiano. Embora com pouco altura em relação ao solo ele passa por valetas e lombadas sem raspar a frente. O seletor de modos de condução está posicionado no volante e os programas também podem ser escolhidos por meio de torques na tela do multimídia.

No Normal, ele fica dócil, as suspensões mais macias e a direção leve. Indo na estrada a constantes a 120 km/h o ponteiro do conta-giros marca 1.700 rpm e consumo foi de mais de 10 km/l. Afinal a sétima e a oitava marchas são overdrive. Mesmo assim, não nega fogo quando provocado. Passando ao Sport, a conversa muda de tom e o Porsche 911 Carrera S Cabriolet começa a dar indícios do seu poderio.

As suspensões ficam mais duras, a caixa de direção assume uma calibração mais firme e as acelerações ficam mais brutais para arrancar com vigor antes mesmo de aplicarmos meia carga no pedal do acelerador. Além disso, as trocas de marchas do magnífico câmbio PDK ficam mais rápidas. Contudo, é no Sport Plus que tudo fica melhor ainda!

Porsche 911 Carrera: dinâmica invejável

O programa mais radical promove arrancadas vigorosas e a transmissão segura as marchas. Durante as acelerações é impossível descrever o ronco do motor junto do sopro dos turbos por palavras. E nas mudanças de marchas/reduções são emitidos “pipocos” pelas saídas de escape. Ao centro do seletor de modos de condução está a tecla Sport Response. Após pressionada, o carro passa a transmitir o máximo de desempenho por 20 segundos.

Toda essa mística fica melhor ainda com a capota baixada. Nessa situação é possível manter uma conversa sem alterar o tom de voz e não surgem ruídos aerodinâmicos. Um defletor de vento pode ser acionado eletricamente e ele fica posicionado atrás dos encostos dos bancos dianteiros.

O Porsche 911 Carrera S nem parece ser um modelo turbinado devido ao baixíssimo turbo lag (aquele atraso antes de o turbocompressor encher), enquanto o peso de 1.585 kg é ligeiramente superior aos 1.515 kg do modelo “fechado”. A dinâmica foi beneficiada pelas bitolas mais largas em 46 mm na frente e 39 mm atrás. Pela primeira vez, o chassi esportivo PASM (Porsche Active Suspension Management) está disponível para o 911 Cabriolet, com molas mais curtas e duras, além de altura da carroceria em relação ao solo rebaixada em 10 mm e barras estabilizadoras dianteiras/traseiras mais rígidas. As rodas são de 20” no eixo frontal e de 21” atrás, enquanto o eixo direcional traseiro é um opcional de R$ 14.980.

É um carro que aponta nas curvas com extrema facilidade e um equilíbrio invejável. Embora a tração seja traseira, o Porsche não prega sustos ao abusar. É sempre extremamente na mão! Além dos modos de condução Normal, Sport e Sport Plus há também o Wet Mode, que detecta a água na estrada e pré-condiciona a atuação do ESP mais presente e diminui a entrega de força do motor para cuidar da segurança dos até quatro ocupantes.

Em suma, é um dos melhores carros que o dinheiro pode pagar. Portanto, um Porsche 911 sempre será um Porsche 911.


FICHA TÉCNICA

PORSCHE 911 CARRERA S CABRIOLET
Preço básico: R$ 889.000
Carro avaliado: R$ 889.000

Porsche 911 Carrera S Cabriolet
Motor: 6 cilindros contrapostos (boxer) 3.0, 24V, válvulas com variação de abertura e tempo de abertura (VarioCam), biturbo, injeção direta, start-stop
Cilindrada: 2981 cm³
Combustível: gasolina
Potência: 450 cv a 6.500 rpm
Torque: 54,1 kgfm de 2.300 a 5.000 rpm
Câmbio: automatizado (PDK), oito marchas, dupla embreagem
Direção: elétrica
Suspensões: McPherson (d) e multi-link (t)
Freios: discos perfurados e ventilados (d/t)
Tração: traseira
Dimensões: 4,519 m (c), 1,852 m (l), 1,299 m (a)
Entre-eixos: 2,540 m
Pneus: 245/35 ZR20 (d) e 305/30 ZR21 (t)
Porta-malas: 132 litros (d)
Tanque: 64 litros
Peso: 1.585 kg
0-100 km/h: 3s9 (3s7 no modo Sport Plus)
Velocidade máxima: 308 km/h
Consumo cidade: 6,4 km/l
Consumo estrada: 8,5 km/l
Emissão de poluentes: 192 g/km
Nota do Inmetro: D
Nota na categoria: E (esportivo)

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