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A Renault não quer mais fazer papel de coadjuvante no mercado de SUVs. Ela agora quer ser protagonista. E para isso acaba de lançar duas novas versões para o Captur, ambas equipadas com motor 1.6 SCe flex: X-Tronic CVT Zen (R$ 84.900) e X-Tronic CVT Intense (R$ 88.400). Como a transmissão automática continuamente variável é o grande desejo dos consumidores atualmente, a Renault acredita que o Captur dobrará suas vendas no Brasil.

Somente com as versões Zen 1.6 manual (cinco marchas) e Intense 2.0 automática (quatro marchas), o Captur vendia cerca de 1.400 unidades/mês. Pelas projeções da Renault, o carro passará a vender 2.800 unidades/mês. Com esse número, ele passará a disputar de igual para igual com o Jeep Renegade, um dos queridinhos do mercado, que caiu depois da chegada de seu irmão Compass.

Já avaliamos o Captur 1.6 CVT na versão Intense. O câmbio do tipo X-Tronic tem polias menores, que são lubrificadas por bomba e não por imersão. Dessa forma, gera menos atrito. Ele também é mais compacto e pesa 13 kg a menos. Junto com o eficiente motor 1.6 SCe (que faz o gerenciamento eletrônico de alguns componentes), o câmbio CVT foi responsável por um rodar mais suave e por boas médias de consumo de gasolina quando configurado no modo Eco: 9,9 km/l na cidade (no modo normal, marcou 7,3 km/l). Esse câmbio é fabricado pela Jatco, da própria Aliança Renault Nissan, e já é utilizado no Kicks.

O Captur 1.6 SCe X-Tronic CVT será responsável por 60% das vendas do modelo, sendo 50% dessa versão Intense das fotos. Segundo o diretor de marketing da Renault, Dimitri Castiglia, a procura por câmbios CVT é um fenômeno mundial e deve chegar a 12% em 2020, dobrando sua participação em relação a 2010. Naquele ano, o CVT tinha 6%, o automático convencional tinha 12% e o de dupla embreagem tinha 11%. O carro começa a ser vendido a partir dessa semana nas concessionárias Renault.

Durante nosso test-drive, pudemos verificar que o Renault Captur tem muitas qualidades, mas precisa corrigir alguns problemas. Sua principal característica é a beleza – dificilmente alguém fica impassível diante de seu visual arrebatador quando vê o carro nas ruas. A pintura em dois tons também recebe muitos elogios (custa R$ 1.400). O acabamento também é digno de elogios, especialmente com bancos de couro (de série na versão Intense e opcional na Zen, por R$ 1.500).

Outro item que agrada bastante na utilização do Captur é o sistema multimídia. De série na versão Intense, ele é opcional na Zen e custa mais de R$ 2.000. A tela de 7” sensível ao toque do Media Nav oferece navegador por GPS, bluetooth, rádio AM/FM, conexão para streaming de música e o interessante sistema que marca as médias de consumo do motorista e dá nota à sua condução (também dá dicas para dirigir de forma mais econômica). Ele se completa comn a ótima câmera de ré, muito útil num SUV.

O Captur também tem ótima visibilidade, uma suspensão muito bem ajustada para não deixar o carro mole, mas com grande capacidade de filtrar as saliências do piso, bancos bastante confortáveis, bom espaço interno, porta-trecos na parte superior do painel e comandos bem intuitivos. Mas peca por não oferecer ajuste de profundidade do volante – faz realmente muita falta para quem gosta de dirigir com os braços sem esticar mas não quer o assento muito na frente. Outro pênalti (menor) são os retrovisores externos com a parte superior maior do que a inferior. Por não serem retangulares, os retrovisores oferecem menor campo de visão.

O Captur CVT Zen já vem com controle de tração/estabilidade, quatro airbags, chave cartão e retrovisores rebatíveis eletricamente. O Captur CVT Intense acrescenta ar-condicionado automático, Media Nav 7”, câmera de ré, sensor de chuva, farol de neblina com função cornering e sensor de luminosidade. As rodas de 17” e são diamantadas na versão Intense.

Segundo a Renault, um possível sucesso do Captur não canibalizará o Duster, como aconteceu na Jeep entre o Compass e o Renegade. Pesquisas realizadas pelo fabricante apontaram que somente 5% dos clientes do Captur tinham interesse no Duster. Também por isso, a Renault não oferecerá nenhuma versão 4×4 de seu belo SUV. E a procura pelo carro tem sido na proporção de 50% para homens e 50% para mulheres, mas não há informação se esses números se mantêm na hora da utilização.

FICHA TÉCNICA

Renault Captur 1.6 SCe X-Tronic CVT Intense
Preço básico: R$ 84.900
Carro avaliado: R$ 88.400
Motor: 4 cilindros 1.6, 16V, sistema de refrigeração de energia
Cilindrada: 1597 cm³
Combustível: flex
Potência: 118 cv a 5.500 rpm (G) e 120 cv a 5.500 rpm (e)
Torque: 16,2 kgfm a 4.000 rpm (g/e)
Câmbio: automático, CVT, seis marchas simuladas
Direção: eletro-hidráulica
Suspensões: MacPherson (d) e eixo de torção (t)
Freios: disco ventilado (d) e tambor (t)
Tração: dianteira
Dimensões: 4,329 m (c), 1,813 m (l), 1,619 m (a)
Entre-eixos: 2,673 m
Pneus: 215/60 R17
Porta-malas: 437 litros
Tanque: 50 litros
Peso: 1.286 kg
0-100 km/h: 14s5 (g) e 13s1 (e)
Velocidade máxima: 168 km/h (g) e 169 km/h (e)
Consumo cidade: 10,5 km/l (g) e 7,3 km/l (e)
Consumo estrada: 11,7 km/l (g) e 8,1 km/l (e)
Emissão de CO2: 122 g/km
Nota do Inmetro: C
Classificação na categoria: A (Utilitário Esportivo Compacto)