24/07/2019 - 10:57
As principais mudanças na linha 2020 do Renault Sandero (confira aqui as versões e preços de toda a linha) estão na traseira, daí a foto de abertura fora do nosso padrão. Assinado pelo Renault Design Center São Paulo, o novo visual aposta em lanternas de LED invadindo a tampa do porta-malas, que o deixaram semelhante ao Clio europeu. Além disso, a abertura do compartimento de bagagens passou a ser elétrica, por um botão no logotipo do fabricante. Já na dianteira, o novo olhar do compacto tem faróis com assinatura de LED – em todas as versões –, para-choque redesenhado e grade frontal com detalhes cromados e emblema tamanho maior. A bela cor Blue Iron da unidade avaliada remete ao da série especial Nokia, de 2009.
Modernizado para encarar Chevrolet Onix e Hyundai HB20, cujos novas gerações chegam em breve, o Sandero também ganhou novidades na cabine. O ponto alto são os bancos mais largos, com espumas mais espessas – que transmitem maior conforto, acomodando e abraçando melhor o corpo – e tecidos agradáveis ao toque. Em prol da ergonomia, os comandos dos vidros elétricos traseiros foram reunidos na lateral de porta (ficavam na porção inferior do painel). O volante renovado tem boa empunhadura, mas as funções de áudio e de telefone seguem no comando satélite na coluna – regulável apenas em altura. Já a intuitiva central multimídia Media Evolution, assim como no Kwid Outsider, tem tela capacitiva de sete polegadas e conectividade Android Auto e Apple CarPlay. A chave é tipo canivete, enquanto o botão de abertura elétrica do porta-malas é igual ao do Kwid.
Essa atualização de meia vida da segunda geração (B52) do compacto de origem romena vem acompanhada das novas nomenclaturas da marca . A gama passa a ser formada pelas versões Life, Zen, Intense (avaliada) e Iconic. Esta última é destinada apenas ao Logan (confira aqui a avaliação do Logan CVT 2020) e ao aventureiro Stepway, cujas novidades veremos mais para a frente. Belos e mais recheados, todos os Sandero vêm agora com airbags laterais e isofix. Segundo o fabricante, os novos itens de segurança e os reforços estruturais aumentaram em 14 kg o peso do hatch. O controle de estabilidade e o assistente de partida em rampa estão presentes no apimentado R.S. 2.0 e, agora, também nas versões com câmbio CVT.
Da água para o vinho
Não é a primeira vez que o Sandero oferece a opção descansar o pé esquerdo do motorista. No passado, trazia a caixa automatizada Easy’R – porém seu funcionamento muito lento nas mudanças acabou afastando os consumidores. Agora, a história é bem diferente: a nova transmissão continuamente variável (CVT), que já é aplicada também nos SUVs Duster e Captur, cooperou bastante no desempenho e na suavidade de condução. Associada ao motor de quatro cilindros 1.6, o resultado é bastante agradável, principalmente pelo baixo nível de ruído pela agilidade nas saídas da imobilidade.
A transmissão tem seis marchas simuladas que podem ser trocadas manualmente usando a alavanca. A 120 km/h, o conta-giros fica abaixo de 2.000 rpm. O consumo ainda não foi divulgado, mas em nossa avaliação, com gasolina, fizemos boas médias de 12,1 km/l na cidade e razoáveis 13 km/l na estrada. Sandero e Logan também podem vir com o motor tricilíndrico 1.0 12V.
As suspensões, como já é de costume, são bem calibradas para nossas ruas, garantindo bom conforto na cabine (embora com um pouco de ruído). E agora tanto Sandero quanto Logan, quando equipados com a transmissão CVT, ganham rodas aro 16, molduras plásticas nas laterais e suspensão elevada, para compensar o câmbio maior. A distância do solo, que é de 140 mm no Sandero manual, vai a 145 mm nos carros automáticos. Embora mais altinha, a carroceria não rola além da conta nas curvas – porém a direção eletro-hidráulica continua mais pesada do que deveria ao esterço, principalmente em manobras.
E o resto da família?
As novidades serão estendidas ao aventureiro Stepway, ao sedã Logan e ao esportivo R.S. O primeiro muda sem esquecer da tradicional robustez: ganha para-choque com apliques cromados na região dos faróis de neblina, lanternas em LED com máscara negra e rodas diamantadas aro 16. A cabine tem assinatura Stepway em baixo relevo e uma inscrição nos bancos, enquanto o rack de teto leva 80 quilos. Sob o capô, o motor 1.6 também poderá vir tanto com a transmissão manual quanto com a continuamente variável.
As configurações serão Zen 1.6, Intense e Iconic CVT. Já o três-volumes terá versões Life 1.0, Zen 1.0 e 1.6, Zen CVT, Intense CVT e Iconic CVT. Todas têm faróis com assinatura em LED. Seu destaque continua no espaço interno e no porta-malas de 510 litros. Enquanto isso, o R.S. apostará na agressividade, com rodas aro 17 preta diamantadas inspiradas no Mégane R.S), pinças de freio vermelhas e aerofólio preto. No habitáculo, teto escurecido e bancos esportivos com detalhes vermelhos. O motor 2.0 aspirado casado ao câmbio manual de seis marchas tem 150 cv e 20,9 kgfm.
No fim, as mudanças podem não ser muitas, mas reforçaram a identidade da família e a prepara para suas armas contra os rivais. Até o fechamento desta edição, os preços não haviam sido informados, mas não devem subir muito – afinal sempre foram competitivos, um dos principais argumentos de venda desses modelos.
Ficha técnica:
Renault Sandero Intense 1.6 CVT
Motor: quatro cilindros em linha 1.6, 16V, duplo comando de válvulas variável
Cilindrada: 1597 cm³
Combustível: flex
Potência: 115 cv (g) e 118 cv (e) a 5.500 rpm
Torque: 16 kgfm a 4.000 rpm (g/e)
Câmbio: continuamente variável (CVT), seis marchas simuladas
Direção: eletro-hidráulica
Suspensões: MacPherson (d) e eixo de torção (t)
Freios: disco ventilado (d) e tambor (t)
Tração: dianteira
Dimensões: 4,070 m (c), 1,730 m (l), 1,570 m (a)
Entre-eixos: 2,590 m
Pneus: 205/55 R16
Porta-malas: 320 litros
Tanque: 50 litros
Peso: 1.140 kg
0-100 km/h: 11s (g/e)
Velocidade máxima: 174 km/h (g)e 177 km/h (e)
Consumo cidade: 12,1 km/l (g)**
Consumo estrada: 13 km/l (g)**
Nota do Inmetro: B*
Classificação na categoria: C*
*estimadas
**medição Motor Show