04/05/2017 - 8:00
“Este é o Toyota Corolla?”, comentou um amigo surpreso ao ver o carro. O visual menos “careta” junto dos novos itens de série são os destaques da linha 2018 do sedã, que traz a primeira reestilização da 11a geração do sedã nascido em 1966. Vale tudo para seguir na liderança do segmento, à frente de Honda Civic, Chevrolet Cruze, Volkswagen Jetta e Nissan Sentra, entre outros – ao longo de 2016, foram 64.738 vendas do Toyota, segundo a Fenabrave.
Inserido em um segmento ferrenho e muito competitivo, o Corolla 2018 chega nas versões 1.8 GLi manual (R$ 69.690), 1.8 GLi CVT (R$ 69.990) – destinadas a frotistas e Pessoas com Deficiência –, 1.8 GLi Upper (R$ 90.990), 2.0 XEi CVT (R$ 99.990) e a topo 2.0 Altis CVT (R$ 114.990). A esportivada XRS (avaliada), lançada em 2012 como série especial, retornou de vez e sai por R$ 108.990 – na linha 2017, era oferecida a esportivada Dynamic.
Para deixar um pouco de lado a pecha de “carro de tiozão” (culpa do design conservador e do público-alvo), o visual do Corolla foi repensado, seguindo a identidade “Keen Look” da Toyota. A maior parte das mudanças foi aplicada na dianteira, agora exibindo novos faróis, grade do radiador e para-choque. Atrás, aparecem lanternas de LED redesenhadas (em todas as versões), com porção superior fumê e luzes reposicionadas, além de alterações no para-choque.
Dependendo da configuração, as rodas são de 16” (GLi manual e CVT) ou 17” (no restante da linha). Como já dissemos, a XRS retornou e se diferencia pelo kit de carroceria compostos de aerofólio traseiro na tampa do porta-malas, saias dianteiras, laterais e traseiras, ponteira de escapamento cromada, rodas de 17” diamantadas com acabamento em preto brilhante, faróis de LED com ajuste de altura (encontrado também na Altis) e interior escurecido.
Essa jovialidade do exterior trouxe um interior retocado; em time que está ganhando não se mexe. Os materiais de qualidade e sensíveis ao toque continuam agradando, enquanto o couro dos bancos pode ser cinza (GLi Upper e XEi), preto (XRS) ou linho claro (Altis). O quadro de instrumentos continua com fácil leitura e, nas configurações XEi, XRS e Altis, recebeu tela TFT de 4,2” colorida (antes, era monocromática). Elogios vão para o isolamento acústico, que aumentou o silêncio na cabine. Entretanto, alguns sinais do passado ainda persistem, como o reloginho digital e a alavanca de câmbio.
Outras críticas vão para a central multimídia das configurações XEi, XRS e Altis, com interface pouco intuitiva e respostas lentas ao toque. O freio de estacionamento é convencional ao invés de elétrico (disponível no arquirrival Civic desde a versão de entrada Sport manual, de R$ 87.900). Menos mal que as versões XEi, XRS e Altis do Corolla trazem acendimento automático dos faróis; o sensor de chuva só está disponível na Altis. Tanto o banco do motorista ajustável eletricamente em oito posições quanto o ar-condicionado de duas zonas são encontrados somente na Altis.
Ainda não é agora que teremos um Corolla turbo. Os motores continuam sendo aspirados e oferecendo 154 cv de potência no 2.0 e 144 cv no 1.8, ambos com etanol. De acordo com o fabricante, um novo bloco com turbo não foi escolhido por questão de custo. Mesmo sem a mesma agilidade dos concorrentes turbinados Chevrolet Cruze, Citroën C4 Lounge, Volkswagen Jetta e Honda Civic Touring, o Corolla ainda satisfaz por sua dirigibilidade correta e boas acelerações. Outro destaque é o trabalho da caixa de câmbio continuamente variável, com trocas sequenciais pelas borboletas atrás do volante ou pela alavanca. Quem quiser mais emoção ao volante basta pressionar a tecla Sport.
Dirigibilidade correta é a frase que mais bem define esse Toyota. A caixa de direção está mais direta e rápida ao esterço, devido a uma nova calibração no software. Além disso, a suspensão também ganhou uma atenção especial, com novos amortecedores e molas. Somadas essas modificações ao novo conjunto rodas/pneus, as versões XEi, XRS e Altis (com aro 17) estão 5 mm mais altas em relação ao modelo antecessor. O equilíbrio do carro agrada nas curvas contornadas rapidamente, com pouca inclinação de carroceria. O Corolla está mais firme em relação ao modelo antigo – guardadas as devidas proporções, podemos dizer que o Corolla está um tantinho mais “Civic”.
Os freios (discos, pinças e pastilhas) não sofreram alterações. Muito criticado no passado, o Corolla enfim passa a trazer em todas as suas versões os importantes controles eletrônicos de tração e de estabilidade, que ajudam a manter a trajetória do carro em imprevistos, além de assistente de partida em rampas e sete airbags (dianteiros, laterais, de cortina e de joelho para o motorista) – uma vantagem perante os concorrentes, todos eles equipados com seis bolsas de ar.
Ainda em segurança, porém, nem a versão Altis traz o assistente de pontos cegos ou alerta de colisão. O Corolla possui diversas qualidades e, não por acaso, é há tempos o líder disparado de seu segmento. Agora renovado e mais recheado, o sedã da Toyota deve continuar conquistando cada vez mais consumidores. Para ficar completo, só falta mesmo aderir ao motor turbinado. Quem sabe em um futuro próximo?
• VEJA OS CONCORRENTE DO TOYOTA COROLLA 2018
Ficha técnica:
Toyota Corolla XRS
Preço básico: R$ 90.990
Carro avaliado: R$ 108.990
Motor: 4 cilindros em linha 2.0, 16V, duplo comando variável
Cilindrada: 1986 cm3
Combustível: flex
Potência: 143 cv a 5.800 rpm (g) e 154 cv 5.800 rpm (e)
Torque: 19,4 kgfm a 4.000 rpm (g) e 20,7 kgfm a 4.800 rpm (e)
Câmbio: continuamente variável (CVT), sete marchas
Direção: elétrica
Suspensões: McPherson (d) e eixo de torção (t)
Freios: disco ventilado (d) e disco sólido (t)
Tração: dianteira
Dimensões: 4,620 m (c), 1,775 m (l), 1,485 m (a)
Entre-eixos: 2,700 m
Pneus: 215/50 R17
Porta-malas: 470 litros
Tanque: 60 litros
Peso: 1.345 kg
0-100 km/h: 9s6 (e)
Velocidade máxima: não divulgada
Consumo cidade: 10,6 km/l (g) e 7,2 km/l (e)
Consumo estrada: 12,6 km/l (g) e 8,8 km/l (e)
Emissão de CO2: 118 g/km
Nota do Inmetro: B
Classificação na categoria: A (grande)