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“Este é o Toyota Corolla?”, comentou um amigo surpreso ao ver o carro. O visual menos “careta” junto dos novos itens de série são os destaques da linha 2018 do sedã, que traz a primeira reestilização da 11a geração do sedã nascido em 1966. Vale tudo para seguir na liderança do segmento, à frente de Honda Civic, Chevrolet Cruze, Volkswagen Jetta e Nissan Sentra, entre outros – ao longo de 2016, foram 64.738 vendas do Toyota, segundo a Fenabrave.

Inserido em um segmento ferrenho e muito competitivo, o Corolla 2018 chega nas versões 1.8 GLi manual (R$ 69.690), 1.8 GLi CVT (R$ 69.990) – destinadas a frotistas e Pessoas com Deficiência –, 1.8 GLi Upper (R$ 90.990), 2.0 XEi CVT (R$ 99.990) e a topo 2.0 Altis CVT (R$ 114.990). A esportivada XRS (avaliada), lançada em 2012 como série especial, retornou de vez e sai por R$ 108.990 – na linha 2017, era oferecida a esportivada Dynamic.

Para deixar um pouco de lado a pecha de “carro de tiozão” (culpa do design conservador e do público-alvo), o visual do Corolla foi repensado, seguindo a identidade “Keen Look” da Toyota. A maior parte das mudanças foi aplicada na dianteira, agora exibindo novos faróis, grade do radiador e para-choque. Atrás, aparecem lanternas de LED redesenhadas (em todas as versões), com porção superior fumê e luzes reposicionadas, além de alterações no para-choque.

Dependendo da configuração, as rodas são de 16” (GLi manual e CVT) ou 17” (no restante da linha). Como já dissemos, a XRS retornou e se diferencia pelo kit de carroceria compostos de aerofólio traseiro na tampa do porta-malas, saias dianteiras, laterais e traseiras, ponteira de escapamento cromada, rodas de 17” diamantadas com acabamento em preto brilhante, faróis de LED com ajuste de altura (encontrado também na Altis) e interior escurecido.

Essa jovialidade do exterior trouxe um interior retocado; em time que está ganhando não se mexe. Os materiais de qualidade e sensíveis ao toque continuam agradando, enquanto o couro dos bancos pode ser cinza (GLi Upper e XEi), preto (XRS) ou linho claro (Altis). O quadro de instrumentos continua com fácil leitura e, nas configurações XEi, XRS e Altis, recebeu tela TFT de 4,2” colorida (antes, era monocromática). Elogios vão para o isolamento acústico, que aumentou o silêncio na cabine. Entretanto, alguns sinais do passado ainda persistem, como o reloginho digital e a alavanca de câmbio.

Outras críticas vão para a central multimídia das configurações XEi, XRS e Altis, com interface pouco intuitiva e respostas lentas ao toque. O freio de estacionamento é convencional ao invés de elétrico (disponível no arquirrival Civic desde a versão de entrada Sport manual, de R$ 87.900). Menos mal que as versões XEi, XRS e Altis do Corolla trazem acendimento automático dos faróis; o sensor de chuva só está disponível na Altis. Tanto o banco do motorista ajustável eletricamente em oito posições quanto o ar-condicionado de duas zonas são encontrados somente na Altis.

Ainda não é agora que teremos um Corolla turbo. Os motores continuam sendo aspirados e oferecendo 154 cv de potência no 2.0 e 144 cv no 1.8, ambos com etanol. De acordo com o fabricante, um novo bloco com turbo não foi escolhido por questão de custo. Mesmo sem a mesma agilidade dos concorrentes turbinados Chevrolet Cruze, Citroën C4 Lounge, Volkswagen Jetta e Honda Civic Touring, o Corolla ainda satisfaz por sua dirigibilidade correta e boas acelerações. Outro destaque é o trabalho da caixa de câmbio continuamente variável, com trocas sequenciais pelas borboletas atrás do volante ou pela alavanca. Quem quiser mais emoção ao volante basta pressionar a tecla Sport.

Dirigibilidade correta é a frase que mais bem define esse Toyota. A caixa de direção está mais direta e rápida ao esterço, devido a uma nova calibração no software. Além disso, a suspensão também ganhou uma atenção especial, com novos amortecedores e molas. Somadas essas modificações ao novo conjunto rodas/pneus, as versões XEi, XRS e Altis (com aro 17) estão 5 mm mais altas em relação ao modelo antecessor. O equilíbrio do carro agrada nas curvas contornadas rapidamente, com pouca inclinação de carroceria. O Corolla está mais firme em relação ao modelo antigo – guardadas as devidas proporções, podemos dizer que o Corolla está um tantinho mais “Civic”.

Os freios (discos, pinças e pastilhas) não sofreram alterações. Muito criticado no passado, o Corolla enfim passa a trazer em todas as suas versões os importantes controles eletrônicos de tração e de estabilidade, que ajudam a manter a trajetória do carro em imprevistos, além de assistente de partida em rampas e sete airbags (dianteiros, laterais, de cortina e de joelho para o motorista) – uma vantagem perante os concorrentes, todos eles equipados com seis bolsas de ar.

Ainda em segurança, porém, nem a versão Altis traz o assistente de pontos cegos ou alerta de colisão. O Corolla possui diversas qualidades e, não por acaso, é há tempos o líder disparado de seu segmento. Agora renovado e mais recheado, o sedã da Toyota deve continuar conquistando cada vez mais consumidores. Para ficar completo, só falta mesmo aderir ao motor turbinado. Quem sabe em um futuro próximo?

VEJA OS CONCORRENTE DO TOYOTA COROLLA 2018


Ficha técnica:

Toyota Corolla XRS

Preço básico: R$ 90.990
Carro avaliado: R$ 108.990
Motor: 4 cilindros em linha 2.0, 16V, duplo comando variável
Cilindrada: 1986 cm3
Combustível: flex
Potência: 143 cv a 5.800 rpm (g) e 154 cv 5.800 rpm (e)
Torque: 19,4 kgfm a 4.000 rpm (g) e 20,7 kgfm a 4.800 rpm (e)
Câmbio: continuamente variável (CVT), sete marchas
Direção: elétrica
Suspensões: McPherson (d) e eixo de torção (t)
Freios: disco ventilado (d) e disco sólido (t)
Tração: dianteira
Dimensões: 4,620 m (c), 1,775 m (l), 1,485 m (a)
Entre-eixos: 2,700 m
Pneus: 215/50 R17
Porta-malas: 470 litros
Tanque: 60 litros
Peso: 1.345 kg
0-100 km/h: 9s6 (e)
Velocidade máxima: não divulgada
Consumo cidade: 10,6 km/l (g) e 7,2 km/l (e)
Consumo estrada: 12,6 km/l (g) e 8,8 km/l (e)
Emissão de CO2: 118 g/km
Nota do Inmetro: B
Classificação na categoria: A (grande)