Toyota SW4Alguns carros servem para tudo, ou quase tudo. Este Toyota SW4 é um deles – e, por isso mesmo, apesar de caro, vende muito bem. Com motor a diesel e tração 4×4, é um SUV clássico para quem faz longas viagens, daquelas de cruzar continentes e fins de mundo. Robusto, espaçoso e confiável, é garantia de não ficar na mão no meio de um deserto, não parar em atoleiros e ainda poder levar “a casa nas costas” (há aventureiros que, inclusive, instalam uma barraca no teto).

O SUV derivado da Hilux abre mão da caçamba para levar até sete passageiros ou muitas bagagens e/ou ferramentas, e serve para o fazendeiro circular pela sua propriedade e arredores sem nenhum receio, para fazer (ou acompanhar) o trabalho pesado. Além de auxílio em descidas, tem 4×4 (part-time) com direito a reduzida – e agora ainda ganhou diferencial com deslizamento limitado (LSD), além do bloqueio, que é acionado por um botão no console.

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Na semana que passei com o modelo para fazer esta avaliação, não fiz grandes aventuras, não cuidei da fazenda nem cheguei a usar a reduzida ou o bloqueio do diferencial. Mas foi bom estar com este Toyota SW4, mesmo cuidando de tarefas bem mais leves. Já voltarei a elas. Antes, vamos ver o que mudou no modelo.

Há exatos dois anos esta versão SRX custava R$ 270 mil, e, como tem ocorrido com todos os carros atualmente, com a alta do dólar e a parada nas linhas de produção gerada pela pandemia e falta de chips semicondutores, o preço mudou muito – bem mais do que o SUV em si. Agora custando R$ 390 mil, o SW4 SRX traz as qualidades de sempre, mas somadas a novidades no design, na lista de equipamentos e na mecânica.

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Cara e conteúdo

No visual, o SUV grande ganhou mudanças sutis, como o novo conjunto óptico com DRLs e luzes de direção localizadas na parte inferior do para-choque (SRX) e novo design das rodas aro 18 (com pneus 265/60). No interior, que tem uma qualidade de acabamento mediana, houve alterações também discretas – como no uso do preto no estofamento e nos painéis das portas e detalhes em cinza no painel de instrumentos e no console central. Há também novos design e cores no quadro de instrumentos e, nesta versão SRX, dois alto-falantes JBL no topo do painel (no total são oito, mais dois tweeters e um subwoofer, com ótima qualidade). E falando em sistema de som/multimídia, ele continua com visual meio feio, mas é fácil de usar, tem atalhos “físicos” para as principais funções e, enfim, ganhou conectividade com Android Auto e Apple CarPlay (com indicações do Google Maps também na tela central do cluster). Por fim, esta versão topo de linha agora oferece bancos dianteiros com ventilação.

Multifunção

De volta à minha avaliação prática, primeiro encarei as estradas até o sítio nas montanhas. Os novos bancos dianteiros com ventilação ajudaram bem a encarar o calor de mais de 35 graus – mas só depois que desativei o modo Eco, outra novidade que estava testando. Ele ajuda a reduzir o consumo (superei 12 km/l na estrada), mas o ar não dá conta do calor. Além dele, agora há os modos Normal e o Power. Em ambos, o Toyota SW4 ficou mais “vivo”, resultado também da atualização na mecânica.

O câmbio automático de seis marchas com opção de trocas por aletas é o mesmo, e não se destaca pela rapidez, mas o motor com turbina de geometria variável, que já era bom, melhorou: o novo turbo com pás 25% maiores fez a potência subir de 177 para 204 cv e, o torque, de 450 Nm (45,9 kgfm) para 499 (50,9 kgfm). No modo Power, as trocas de marchas são adiadas e o desempenho impressiona para um SUV de mais de duas toneladas – não tanto pelo 0-100 km/h (11s5), mas pela desenvoltura acima de 100 km/h e pela facilidade de chegar à máxima (180 km/h).

As linhas de design desta nova geração ficaram mais ousadas e tentaram distanciar, com certo sucesso, o SUV grande da picape Hilux, da qual empresta a plataforma

Na estrada, as crianças também não passaram calor, graças a difusores de ar-condicionado no teto dedicados às segunda e terceira fileiras – e, como tinha pouca bagagem no porta-malas, pude deixar o banco corrediço da segunda fileira mais para trás, garantindo espaço de sobra para eles. Apesar de derivado da Hilux, o SW4 troca a suspensão “de picape” por uma de quatro braços, aumentando o conforto a bordo.

A segurança é garantida por sistemas como alerta de mudança de faixa (ativo, freia as rodas para “puxar” o SUV de volta à faixa) e ACC com alerta de colisão e pré-frenagem – mas faltam alerta de ponto cego e os faróis de LED são excelentes, mas não têm luz alta automática. Já nos trechos de terra, mesmo nas partes mais difíceis, como disse, foi uma aventura leve para o Toyota SW4: só precisei acionar a tração 4×4 em uma subida forte com pedriscos soltos – mas nem cheguei a pensar em usar reduzida e bloqueio do diferencial, reservados para trilhas pesadas.

Depois, o SW4 mostrou como é espaçoso na hora de ajudar com uma mudança da família. Mesmo com os bancos da terceira fileira – que servem só para crianças ou adultos pequenos – “pendurados”, roubando espaço, rebatendo segunda e terceira fileiras deu para levar uma quantidade enorme de coisas. O Toyota SW4 virou um caminhão de mudanças, e, com tanta carga, a suspensão ficou até mais confortável. Somei 200 quilômetros extras ao hodômetro, totalizando mais de 500 rodados, e ainda restava uma autonomia de mais 200 – graças ao bom consumo e ao tanque de 80 litros, o que é excelente para aventuras nos confins do Brasil.

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Após cumprir tão bem o papel de SUV familiar, aventureiro raiz e “caminhão de mudanças”, o SW4 mostrou um “ponto fraco” no uso urbano. Neste cenário, dá para levar as crianças e seus coleguinhas para passear com espaço de sobra, e o SUV ainda se destaca pela posição de guiar altíssima, que garante boa visibilidade e sensação de segurança. Mas ele é grande demais para estacionar em garagens e vagas apertadas e barulhento demais para circular pela cidade. Obviamente, está longe de ser um “city car”. De resto, serve para tudo.

Toyota SW4 SRX 7L

Preço básico R$ 383.290
Carro avaliado R$ 389.790

Motor: quatro cilindros em linha 2.8, 16V, turbo common rail, geometria variável
Cilindrada: 2755 cm3
Combustível: diesel
Potência: 204 cv a 3.400 rpm
Torque: 499 Nm a 2.800 rpm
Câmbio: automático sequencial, seis marchas
Direção: hidráulica
Suspensões: duplo A (d) e four-link (t)
Freios: disco ventilado (d/t)
Tração: 4×2 traseira ou 4×4, com reduzida e bloqueio eletrônico do diferencial traseiro
Dimensões: 4,795 m (c), 1,855 m (l), 1,835 m (a)
Entre-eixos: 2,745 m
Pneus: 265/60 R18
Porta-malas: 575 litros
Tanque: 80 litros
Peso: 2.175 kg
0-100 km/h: 11s5 (medição MOTOR SHOW)
Velocidade máxima: 180 km/h (limitada eletronicamente)
Consumo cidade: 9,0 km/l
Consumo estrada: 10,5 km/l
Emissão de CO2: 208g/km
Consumo nota: C
Nota do Inmetro: D
Classificação na categoria: C (Fora de Estrada)

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