Tinha uma grande expectativa com o Volkswagen Nivus, pois à época do lançamento, no primeiro semestre deste ano, por conta da pandemia e da logística na redação, não consegui dirigi-lo o quanto gostaria. Fiquei apenas um dia com a novidade, para fazer a devolução na VW. Eis que, agora consegui passar alguns dias com o SUV-cupê do Polo e para ficarmos íntimos aproveitei para circular por trechos urbanos e rodoviários.

Conforme o editor Flavio Silveira comentou na avaliação da versão Comfortline, o Volkswagen Nivus foi um furo mundial de reportagem da Motor Show publicado há dois anos (leia mais a respeito aqui). Construído sobre a moderna plataforma modular MQB (Modularer Querbaukasten) ele fica posicionado abaixo do “irmão” T-Cross e oferecido em duas versões: Comfortline 200 TSI (iniciais R$ 89.150) e topo de linha Highline 200 TSI (a partir de R$ 102.050). 

São 4,266 m de comprimento, 2,566 m de entre-eixos e 415 litros de porta-malas, enquanto o T-Cross (valores entre R$ 94.590 e R$ 124.450) possui 4,199 m, 2,651 m e 373 litros, na ordem, só para comparar. O design é sem dúvidas o ponto alto do Volkswagen Nivus graças ao caimento suave do teto. Um estilo que remete ao BMW X6, os Mercedes-Benz GLC Coupé e GLE Coupé e o precursor Ssangyong Actyon de 2005. 

A pegada robusta fica pelos acabamentos plásticos na carroceria, que é complementado pelas rodas de 17”, os faróis, luzes de neblina e lanternas de LED. Estilo ele tem, mas ao abrir a porta a cabine revela alguns pênaltis em um carro de mais de R$ 100.000. Só para citar, aparecem plásticos duros na região superior do painel, nas laterais de portas e no console central. Questão de custos.

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Em contrapartida, os confortáveis bancos são revestidos em couro, o cobiçado quadro de instrumentos totalmente digital Active Info Display é um show e a ergonomia beneficiada pelos comandos bem posicionados à mão e a coluna de direção ajustável em altura/profundidade – o volante é o do Golf europeu.

A central multimídia VW Play de 10,1” foi totalmente desenvolvida no Brasil com conectividade Android Auto/Apple CarPlay e possui alguns recursos interessantes, como a possibilidade de baixar aplicativos da VW Play Apps, a loja de aplicativos da Volkswagen. O equipamento ainda usa a internet compartilhada pelo smartphone para utilizar o Waze, pois não está presente um sistema de Wi-Fi nativo, como acontece no Chevrolet Tracker. A qualidade sonora do Volkswagen Nivus é garantida pelos seis alto-falantes.

Volkswagen Nivus Highline 200TSI
Foto: Roberto Assunção

Quem viaja atrás encontra um espaço satisfatório para as pernas/joelhos devido ao entre-eixos do Polo, sendo menor comparado ao do Virtus e do T-Cross, ambos com 2,651 m. Os ocupantes com alta estatura podem raspar a cabeça no teto por conta da caída do teto (altura de 1,493 m) e lá trás estão presentes saídas de ar e uma entrada USB para o carregamento do smartphone ou demais gadgets.

Se o interior do Volkswagen Nivus pode não encantar uma parcela dos consumidores é sob o capô que se esconde o brilho do SUV-Cupê, com o eficiente motor de três cilindros 1.0 turbinado com injeção direta (EA211) associado ao câmbio automático de seis marchas.

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Dirigibilidade de hatch

O Volkswagen Nivus está mais para um hatch do que um utilitário esportivo. E isso é muito bom! A dirigibilidade afiada transmite boas respostas a partir dos baixos giros. Embora coopere no desempenho, a caixa automática do fabricante Aisin revela um certo atraso nas reduções, porém, as trocas sequenciais são realizadas tanto pela alavanca quanto pelas borboletas atrás do volante.

Quando abastecido com etanol estão disponíveis até 128 cv de potência e 20,4 kgfm (mesmo número com etanol no tanque). As rotações sobem rápido e o carro ganha velocidade sem esforços. O peso do Volkswagen Nivus Highline é de 1.199 kg (1.252 kg no T-Cross Comfortline 200 TSI com quem compartilha o conjunto mecânico) confere uma relação peso-potência de 9,4 kg/cv e peso-torque de 58,8 kgfm kg/cv.

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A condução é animada e rodando a constantes 80 km/h o ponteiro do conta-giros marca 1.500 rpm, enquanto a 100 km/h logo abaixo dos 2.000 rpm. Entretanto, o silêncio da cabine é quebrado pelo ruído da rolagem dos pneus sobre o asfalto e outros aerodinâmicos. A direção assistida eletricamente é precisa e rápida ao esterço/retorno, enquanto as suspensões não deixam a carroceria inclinar além da conta e também asseguram boas doses de equilíbrio e de estabilidade ao contornar as curvas mais rapidamente.

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Já nos trajetos urbanos, é possível escutar levemente o conjunto de suspensões trabalhando e, dependendo da situação, em velocidade de 30 km/h, por exemplo, o câmbio dá leves trancos ao passar da segunda para a terceira marcha. Além disso, a função creeping (rastejante, em tradução livre) da caixa automática poderia ter um funcionamento mais suave o que ajudaria nos momentos das manobras/balizas. Contudo, o bom ângulo de entrada do para-choque frontal (16,9º) e a altura em relação ao solo (16,6 cm) evitam raspadas nas valetas ou lombadas mais pronunciadas. 

Em segurança, o Volkswagen Nivus Highline é equipado com o controlador de velocidade adaptativo com função de frenagem de emergência e monitoramento frontal, sistema autônomo de anti-colisão dianteiro (funciona até 50 km/h), seis airbags (frontais, laterais e de cortina), assistente de partida em rampas, controles eletrônicos de tração/estabilidade, Isofix para fixação de bancos infantis, sensores de chuva/crepuscular e de estacionamento dianteiros/traseiros com câmera de ré, além do detector de fadiga do motorista.

Embora dispute um público diferente do T-Cross, segundo o fabricante, o Nivus agrada em cheio nos quesitos visual e dirigibilidade. Não à toa, ele já começou a ser exportado para a Argentina e também é o primeiro carro da Volkswagen do Brasil a ser comercializado na Europa. Competência para tanto ele tem!


FICHA TÉCNICA

VOLKSWAGEN NIVUS HIGHLINE 200TSI
Preço básico: R$ 89.150 (Comfortline 200 TSI)
Carro avaliado: R$ 102.050 (ou R$ 103.620 na tonalidade prata Sirius do carro das fotos)

Volkswagen Nivus Highline 200TSI
Motor: três cilindros em linha, 1.0, 12V, turbo, injeção direta, duplo comando variável
Cilindrada: 999 cm3
Combustível: flex
Potência: 116 cv (g) e 128 cv a 5.500 rpm (e)
Torque: 20,4 kgfm a 2.000 rpm (g/e)
Câmbio: automático sequencial, seis marchas
Direção: elétrica
Suspensão: MacPherson (d) e eixo de torção (t)
Freios: discos ventilados (d) e discos sólidos (t)
Tração: dianteira
Dimensões: 4,266 m (c), 1,757 m (l), 1,493 m (a)
Entre-eixos: 2,566 m
Pneus: 205/55 R17
Porta-malas: 415 litros
Tanque: 52 litros
Peso: 1.199 kg
0-100 km/h: 10s (e)
Velocidade máxima: 189 km/h (e)
Consumo cidade: 10,7 km/l (g) e 7,7 km/l (e)
Consumo estrada: 13,2 km/l (g) e 9,4 km/l (e)
Emissão de CO2: 115 g/km
Nota do Inmetro: C
Classificação na categoria: C (Esportivo Compacto)